Gadobutrol

Princípio/forma ativa - Bula - Gadobutrol

Gadobutrol - Para que serve?

Este medicamento é somente para uso diagnóstico e de administração intravenosa. Gadobutrol é indicado para adultos, adolescentes e crianças com 2 anos de idade ou mais para realce de contraste em Imagem por Ressonância Magnética (IRM) no corpo todo, incluindo:

Após a administração de Gadobutrol, podem ser obtidas melhores informações diagnósticas, em comparação a exploração de IRM sem meio de contraste, em áreas com a barreira hematoencefálica ausente ou penetrável, devido a uma perfusão alterada ou a uma expansão do espaço extracelular como, por exemplo, no caso de tumores do tipo primário e secundário, doenças inflamatórias ou desmielinizantes.

Indicações especiais em IRM espinhal: diferenciação de tumores intra e extramedulares, exibição de áreas tumorais sólidas em siringe conhecida, determinação de tumor intramedular disseminado.

A solução 1,0 mmol/mL de Gadobutrol é especialmente adequada para indicações de doses elevadas, tais como: casos onde a exclusão ou exibição de focos adicionais podem influenciar a terapia ou monitoramento do paciente, para detecção de lesões muito pequenas e para visualização de lesões que não realçam prontamente com meio de contraste.

A solução 1,0 mmol/mL de Gadobutrol é igualmente adequada em estudos de perfusão para o diagnóstico de acidente vascular cerebral , para detecção de isquemia cerebral focal e perfusão de tumor.

Gadobutrol: Contraindicação de uso

Gadobutrol: Posologia e como usar

Este medicamento é para administração intravenosa apenas. Para instruções adicionais veja “Instruções de uso/manuseio”.

A dose necessária é administrada por injeção em bolo. Para estudo de perfusão cerebral, é recomendável o uso de um injetor.

O realce de contraste de IRM pode ser iniciado em seguida (logo após a injeção, dependendo das sequências de pulso usadas e do protocolo para exame). O sinal de realce ideal é observado durante a primeira passagem arterial para ARM-RC e dentro do período de cerca de 15 minutos após a injeção de Gadobutrol para outras indicações (dependendo do tipo de lesão/tecido).

As sequências ponderadas em T 1 escaneadas são particularmente adequadas para exames de realce de contraste. Para estudos de perfusão cerebral, são recomendadas as sequências ponderadas em T 2 .

Deve-se observar as regras gerais de segurança normalmente utilizadas em IRM, por exemplo, exclusão de marca-passo cardíaco e implantes ferro-magnéticos.

Este medicamento deve ser visualmente inspecionado antes do uso.

Gadobutrol não deve ser utilizado em caso de descoloração intensa, ocorrência de material particulado ou embalagem com defeito.

Gadobutrol deve ser transferido para a seringa imediatamente antes do uso.

A rolha de borracha nunca deve ser perfurada mais de uma vez.

Qualquer solução de meio de contraste não utilizada em um exame deve ser descartada.

Na ausência de estudos de compatibilidade, este produto não deve ser misturado com outros produtos medicinais.

Uso restrito a hospitais e clínicas médicas especializadas.

Nos estudos clínicos, não foram observadas diferenças, no geral, na segurança e efetividade entre pacientes idosos (65 anos ou mais) e jovens. Outras experiências clínicas reportadas não identificaram diferenças nas respostas entre pacientes idosos e jovens. Nenhum ajuste de dose é considerado necessário.

Para crianças com 2 anos de idade ou mais e adolescentes a dose recomendada é de 0,1 mmol de Gadobutrol por kg de peso corpóreo (equivalente a 0,1 mL de Gadobutrol por kg de peso corpóreo) para todas as indicações.

Gadobutrol não é recomendado para uso em crianças abaixo de 2 anos de idade devido a falta de dados de segurança e eficácia.

Nenhum ajuste de dose é considerado necessário, uma vez que o gadobutrol é eliminado exclusivamente pelos rins na sua forma inalterada.

A eliminação do gadobutrol é prolongada em pacientes com insuficiência renal. Entretanto, para garantir imagens úteis para o diagnóstico, nenhum ajuste de dose é recomendado.

Posologia

A dose depende da indicação. É geralmente suficiente uma dose única de injeção intravenosa de 0,1 mmol de Gadobutrol por kg de peso corpóreo (equivalente a 0,1 mL de Gadobutrol por kg de peso corpóreo). A quantidade total de 0,3 mmol de Gadobutrol por kg de peso corpóreo (equivalente a 0,3 mL de Gadobutrol por kg de peso corpóreo) pode ser administrada como dose máxima.

Em geral, a administração de 0,1 mL/kg de peso corpóreo de Gadobutrol é suficiente para responder as questões clínicas.

Se uma forte suspeita clínica de lesão persistir apesar da obtenção de IRM com realce de contraste normal ou quando uma informação mais exata sobre número, tamanho ou extensão das lesões puder influenciar a conduta ou a terapia do paciente, uma nova injeção de Gadobutrol de 0,1 ou de até 0,2 mL/kg de peso corpóreo no período de 30 minutos após a primeira injeção, pode aumentar a capacidade de diagnóstico do exame. Para exclusão de metástases ou de tumores recorrentes, a injeção de Gadobutrol de 0,3 mL/kg de peso corpóreo frequentemente resulta em uma elevada confiança diagnóstica. Isto também se aplica a lesões com pouca vascularização e/ou pequeno espaço extracelular ou quando são utilizadas sequências escaneadas ponderadas em T1 relativamente menos pesadas.

São recomendadas sequências ponderadas em T 2 , em combinação com IRM cranial e espinhal, para detecção de lesões em massa e para detecção de isquemia focal sem suspeita de lesões em massa.

Para estes exames, recomenda-se o uso de um injetor: Gadobutrol 0,3 mL/kg de peso corpóreo (3 a 5 mL/seg).

Gadobutrol - Reações Adversas

O perfil geral de segurança de Gadobutrol é baseado em dados de mais de 5.700 pacientes em estudos clínicos e de acompanhamento pós-comercialização.

Cefaleia , náusea e tontura .

Parada cardíaca e reação anafilactoide grave.

Raramente foram observadas reações alérgicas tardias (após horas a até vários dias).

A maioria das reações adversas foi de intensidade leve a moderada.

As reações adversas observadas com Gadobutrol estão representadas na tabela a seguir e são classificadas pelo sistema corpóreo MedDRA (MedDRA versão 14.1). Foi utilizado o termo MedDRA mais apropriado para descrever determinada reação e seus sinônimos e condições relacionadas.

As reações adversas de estudos clínicos são classificadas de acordo com a frequência.

As reações adversas identificadas somente durante o acompanhamento póscomercialização, para as quais não é possível estimar a frequência, estão listadas como “desconhecida”.

Dentro de cada grupo de frequência, as reações adversas estão listadas da mais grave para menos grave.

Tabela 1: Reações adversas relatadas em estudos clínicos ou durante o acompanhamento pós-comercialização em pacientes tratados com Gadobutrol




* Foram reportados casos com risco para a vida do paciente e/ou fatais em consequência dessas reações adversas.
# Nenhuma das reações adversas individuais listadas como hipersensibilidade/ reação anafilactoide identificadas nos estudos clínicos atingiram frequência maior que rara (exceto para urticária ).
§ Hipersensibilidade/Reações anafilactoides identificadas somente durante o acompanhamento pós-comercialização (frequência desconhecida).
() Reações no local da injeção (vários tipos) incluem os seguintes eventos: extravasamento no local da injeção, queimação no local da injeção, resfriamento no local da injeção, sensação de calor no local da injeção, eritema ou rash no local de injeção, dor no local da injeção, hematoma no local da injeção.

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Gadobutrol: Interações medicamentosas

Não foram conduzidos estudos de interação com outros medicamentos.

Gadobutrol: Precauções

Estados pronunciados de excitação, ansiedade e dor podem aumentar o risco de ocorrência de reações adversas ou intensificar as reações relacionadas ao meio de contraste.

É necessária uma cuidadosa avaliação do risco/benefício em pacientes com conhecida hipersensibilidade ao Gadobutrol.

Como com outros meios de contraste intravenosos, Gadobutrol pode ser associado com reações de hipersensibilidade/anafilactoides ou outras reações idiossincráticas, caracterizadas por manifestações cutâneas, respiratórias ou cardiovasculares e até reações graves, incluindo choque.

Em pacientes com disposição alérgica, a decisão de utilizar Gadobutrol deve ser tomada após cuidadosa avaliação do risco/benefício.

A maioria dessas reações ocorre dentro de meia hora após administração. Portanto, recomenda-se a observação do paciente após o procedimento.

São necessários medicamentos para o tratamento de reações de hipersensibilidade, assim como prontidão para instituição de medidas de emergência. Raramente foram observadas reações tardias (após horas e até vários dias).

Pacientes que apresentaram tais reações durante o tratamento com beta-bloqueadores podem ser resistentes ao tratamento com beta-agonistas.

Antes de administrar Gadobutrol , todos os pacientes devem ser examinados cuidadosamente quanto a insuficiência renal, através de histórico e/ou testes laboratoriais.

Deve-se avaliar cuidadosamente os riscos e benefícios nos pacientes com insuficiência renal grave, pois nesses casos, a eliminação do meio de contraste é demorada.

Em pacientes com insuficiência renal deve-se garantir um intervalo de tempo suficiente para eliminação do meio de contraste do organismo antes de administrá-lo novamente, uma vez que o gadobutrol é excretado por via renal. Geralmente, a recuperação completa na urina foi observada em pacientes com insuficiência renal leve ou moderada dentro de 72 horas. Em pacientes com insuficiência renal grave, pelo menos 80% da dose administrada foi recuperada na urina dentro de cinco dias (veja item “Propriedades farmacocinéticas”). Gadobutrol pode ser removido do organismo através de hemodiálise .

Após três sessões de diálise, aproximadamente 98% do meio de contraste é removido do organismo. Nos pacientes que estiverem recebendo hemodiálise na ocasião da administração de Gadobutrol deve-se considerar uma imediata hemodiálise após a administração de Gadobutrol para aumentar a eliminação do meio de contraste.

Portanto, nesses pacientes Gadobutrol deve ser usado somente após uma cuidadosa avaliação da relação risco-benefício.

Da mesma forma como ocorre com outros meios de contraste contendo gadolínio quelado, é necessário tomar precauções especiais com pacientes que apresentam um baixo limiar para convulsão .

Não existem dados de estudos clínicos do uso de Gadobutrol em gestantes. Estudos em animais com doses clinicamente relevantes não demonstraram toxicidade reprodutiva após administração repetida.

O risco potencial em humanos é desconhecido.

Gadobutrol não deve ser utilizado durante a gestação, a menos que claramente necessário.

Categoria C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Não se sabe se há a passagem de Gadobutrol para o leite materno humano.

Há evidência, a partir de dados de estudos pré-clínicos, que o gadobutrol é excretado no leite materno em quantidades mínimas (menos de 0,1% da dose intravenosa administrada) e que a via de absorção do trato gastrintestinal é pobre (aproximadamente 5% da dose administrada por via oral foi excretada na urina).

Não é esperado nenhum efeito para os bebês com doses clínicas.

Não são conhecidos efeitos do gadobutrol sobre a capacidade de dirigir veículos ou de operar máquinas.

Gadobutrol: Ação da substância no organismo

Resultados de Eficácia

A experiência clínica com gadobutrol em imagem cranial e espinhal, incluindo perfusão cerebral, foi obtida em seis estudos. No total, foram incluídos 852 pacientes, dos quais 822 foram avaliados quanto à eficácia. Demonstrar um aumento adequado do sinal de áreas acometidas do cérebro ou espinha em Imagens por Ressonância Magnética ponderadas em T1 e perda adequada do sinal em sequências de imagem de perfusão ponderadas em T 2 * após injeção intravenosa de gadobutrol foram objetivos comuns com relação à eficácia. Todos os estudos utilizaram exame não realçado (sem meio de contraste) e a maioria dos estudos também utilizou como comparador um meio de contraste extracelular aprovado para Ressonância Magnética.

Independente da concentração de gadobutrol, as lesões craniais e espinhais foram realçadas na maioria dos pacientes com imagens ponderadas em T1 após administração do meio de contraste. O realce resultou em um claro aumento dosedependente na razão sinal-ruído e contraste-ruído sem saturação do efeito até 0,3 mmol/Kg. Em estudos de perfusão utilizando sequências rápidas de gradiente eco (GRE) em T2* , foi observada uma perda de sinal, conforme esperado, demonstrando uma dependência clara da dose. Foram obtidos resultados suficientes com a dose de 0,3 mmol/kg a 1,0 mmol/mL de concentração.

Pode ser demonstrada uma melhora relacionada à dose para todos estes parâmetros após administração de gadobutrol em comparação ao exame não realçado em todos os estudos realizados com imagens convencionais ponderadas em T1. Foram obtidas informações adicionais com relação ao tamanho e à demarcação da lesão em 46% a 97% dos pacientes. Com relação aos parâmetros visuais avaliados, estudos comparativos com Omniscan e Prohance revelaram que o potencial diagnóstico do gadobutrol para detecção de lesão é, pelo menos, equivalente.

A confiança diagnóstica foi avaliada em alguns estudos e foi demonstrado que após uma dose inicial de 0,1 mmol/kg de gadobutrol, houve um aumento na confiança de 85% a 90% em comparação à Imagem por Ressonância Magnética não realçada. O grau de melhora da confiança diagnóstica foi medido em dois estudos, com classificação de “excelente” ou “bom” dada a 61% e 43% dos pacientes respectivamente, sem diferença entre o gadobutrol e a gadodiamida .

Foi relatada alteração na conduta clínica ou terapia após administração de 0,1 mmol/Kg em 15,7% e 18,2% dos pacientes, em dois estudos respectivamente. Análise detalhada dos subgrupos revelou que a maioria das alterações foi observada na dose padrão em pacientes com tumores espinhais (25%), esclerose múltipla (25%) e com lesões que não puderam ser avaliadas sem contraste (34%). Para tumores cerebrais primários, uma alteração na condução do paciente ou da terapia foi relatada em 13,7% dos pacientes. Em pacientes com metástase, foi relatada uma alteração em 12,5% a uma dose de 0,1 mmol/Kg.

Os resultados de três estudos clínicos envolvendo 1.234 pacientes (dois pivotais e um estudo aberto) demonstraram não-inferioridade do Gadobutrol comparado ao Magnevistan ( gadopentetato de dimeglumina ) para diagnóstico de lesões malignas no fígado e rins em Imagens por Ressonância Magnética realçada por contraste com uma dose de 0,1 mmol/Kg de peso corpóreo. As variáveis primárias de eficácia foram acurácia e aumento da acurácia diagnóstica de exames de Imagem por Ressonância Magnética pré-contraste à combinação de exames de Imagem por Ressonância Magnética pré e pós-contraste. A eficácia foi mensurada em estudos clínicos e leituras cegas. Outras avaliações de dois estudos pivotais para sustentar a eficácia comparável de Gadobutrol e Magnevistan (gadopentetato de dimeglumina) em Imagem por Ressonância Magnética realçada por contraste foram extensão da lesão, subclassificação da lesão, eficácia técnica e impacto terapêutico. O padrão de referência para cada estudo foi avaliado por um Painel de Verdade independente ou contra um Padrão de Verdade pré-definido e independente.

Os resultados dos dois estudos pivotais estão resumidos na tabela abaixo:

* Dados de avaliação clínica

Aumento da acurácia diagnóstica Gadobutrol - Magnevistan

Estudo 304562 Fígado N = 497 pacientes Gadobutrol n = 250 Magnevistan n = 247

-0,039

95% IC [-0,098, 0,021]

-0,001

95% IC [-0,068, 0,065]

Estudo 304561 Rim N = 626 lesões Gadobutrol n = 308 Magnevistan n = 318

-0,079

95% IC [-0,149, 0,009]

Dados de leituras cegas

Estudo 304562 Fígado N = 497 pacientes Maioria das leituras cegas

-0,041

95% IC [-0,096, 0,014]

0,006

95% IC [-0,056, 0,067]

Estudo 304561 Rim N = 626 lesões Média das leituras cegas

-0,037

95% IC [-0,094, 0,021]

0,011

95% IC [-0,038, 0,060]

*Não-inferioridade foi comprovada pelo Estudo 304561 Rim.

Objetivo: Demonstrar a não-inferioridade de Gadobutrol com relação ao Magnevistan em Imagem por Ressonância Magnética realçada por contraste do corpo (fígado e rins) em comparação a um Padrão de Verdade. Limite (∆) de não-inferioridade (equivalência) estabelece um Intervalo de confiança 95% de > -0,1 (10%) para acurácia e > -0,04 (4%) + para aumento da acurácia diagnóstica.

Resultado: Desempenho de Gadobutrol é comparável ao Magnevistan em ambos os estudos*

A experiência clínica com Gadobutrol 1,0M em Angiografia por Ressonância Magnética contrastada foi obtida em dois estudos clínicos controlados de fase III, nos quais a comparação era feita com o padrão ouro, angiografia de subtração digital intra-arterial (ASD i.a.). No total, 383 pacientes foram incluídos nestes estudos, dos quais 362 foram avaliados com relação à eficácia. O critério de eficácia nos dois estudos caracterizou o desempenho diagnóstico de Gadobutrol 1,0M com avaliação realizada no local assim como fora do local com leitores múltiplos, independentes que foram cegos para toda informação clínica.

O objetivo primário foi demonstrar a taxa de concordância entre estas duas modalidades para grupos de diagnóstico clinicamente relevantes de segmento de vaso definido previamente. Em um estudo, o segmento de vaso avaliado para a variável primária de eficácia, de acordo com o algoritmo pré-definido, foi a artéria ilíaca externa ou comum em 82 pacientes, artéria carótida interna em 60 pacientes, segmento aórtico em 20 pacientes, artéria renal em 10 pacientes e artéria subclávia e mesentérica em dois pacientes cada, fornecendo, dessa forma, boa representação de todos os vasos maiores. O outro estudo se concentrou nas artérias periféricas, também a artéria ilíaca externa ou femoral superficial, cobrindo assim os mais importantes segmentos abaixo do joelho.

Em ambos os estudos, a avaliação clínica, assim como todos os três leitores cegos, alcançaram o nível pré-definido de significância estatística para o limite inferior de Intervalo de Confiança 95% para a taxa de concordância dos grupos de diagnóstico clinicamente relevantes entre ARM-RC e ASD i.a. para os segmentos de vaso definidos previamente.

Resultados da análise de eficácia primária para os dois estudos pivotais de ARM-RC


BR 1-3 = leitores cegos 1-3.

Foi conduzido um estudo fase I/III, dose única, com 140 pacientes pediátricos (idade entre 2 e 17 anos) programados para IRM-C do Sistema Nervoso Central (SNC), fígado e rins ou ARM-C. Foi demonstrada a eficácia diagnóstica e o aumento na confiança do diagnóstico para todos os parâmetros avaliados neste estudo e não houve diferença entre os grupos de idade. Gadobutrol foi bem tolerado neste estudo apresentando mesmo perfil de segurança que em adultos.

Características Farmacológicas

Gadobutrol é um meio de contraste paramagnético para uso em imagem por ressonância magnética (IRM). O efeito de realce de contraste é mediado pelo gadobutrol, um complexo neutro (não-iônico), formado pela ligação entre o gadolínio (III) e o ácido dihidroxi-hidroximetilpropil-tetra-azaciclododecano-triacético (butrol), um ligante macrocíclico.

Quando sequências de imagem ponderadas em T 1 são utilizadas em imagem por ressonância magnética com próton, o íon gadolínio induzido, reduzindo o tempo de relaxamento do “spin-lattice” do núcleo dos átomos excitados, leva a um aumento da intensidade do sinal e, portanto, aumenta o contraste da imagem de certos tecidos. Entretanto, em sequências ponderadas em T 2 , a indução de flutuações do campo magnético local, através do amplo impulso magnético do gadolínio e em altas concentrações (durante a injeção em bolo), conduz a uma diminuição do sinal.

O gadobutrol leva a uma diminuição distinta dos tempos de relaxamento, mesmo na presença de concentrações baixas. Em pH=7, uma força de campo magnético de 0,47 T e a 40°C, a atividade de relaxamento (r 1 ), determinada a partir da influência sobre o tempo de relaxamento (T 1 ) “spin-lattice” dos prótons no plasma, é de cerca de 5,6 L/(mmol x seg) e a atividade de relaxamento (r 2 ), determinada a partir da influência sobre o tempo de relaxamento (T 2 ) “spin-spin”, é de cerca de 6,5 L/(mmol x seg). A atividade de relaxamento exibe apenas leve dependência da força do campo magnético.

O ligante macrocíclico e o íon paramagnético gadolínio formam um complexo estável, com uma estabilidade in vivo e in vitro extremamente alta (constante de estabilidade termodinâmica: log K = 21–22). O gadobutrol é um composto altamente solúvel em água e extremamente hidrofílico, com um coeficiente de partição (cerca de 0,006) entre o nbutanol e o tampão a pH=7,6. A substância não apresenta qualquer interação inibitória com enzimas.

As propriedades físico-químicas da solução 1,0 mmol/mL de Gadobutrol estão listadas abaixo:

Osmolaridade a 37ºC

1117 mOsm/l de solução

Osmolalidade a 37ºC

1603 mOsm/kg H 2 O

pH da solução

6,6- 8,0

Viscosidade a 37ºC

4,96 mPa.s

No organismo, gadobutrol se comporta como qualquer outro componente biologicamente inerte e altamente hidrofílico, excretado via renal (por exemplo, manitol ou inulina).

O gadobutrol é rapidamente distribuído nos espaços extracelulares. A ligação a proteínas é insignificante.

Após uma dose de gadobutrol de 0,1 mmol /kg de peso corpóreo, uma média de 0,59 mmol de gadobutrol/L de plasma foi obtida 2 minutos após a injeção e 0,3 mmol de gadobutrol/L de plasma após 60 minutos da administração.

Em ratos, foi demonstrado que gadobutrol não atravessa a barreira hematoencefálica intacta. Em coelhos, gadobutrol transpõe a barreira placentária de forma insignificante, 0,01% da dose foi encontrada nos fetos.

Em ratas lactantes, menos que 0,1% da dose total administrada foi excretada no leite materno.

Em ratos, a absorção após administração oral foi muito pequena e quantificada em aproximadamente 5% baseada na fração da dose excretada na urina.

Não foi observada nenhuma circulação entero-hepática.

O gadobutrol não é metabolizado.

O gadobutrol é eliminado do plasma com uma meia-vida terminal média de 1,81 horas (intervalo de 1,33 – 2,13 horas).

O gadobutrol é excretado de forma inalterada através dos rins. A eliminação extrarrenal é insignificante.

O clearance renal do gadobutrol é de 1,1 a 1,7 mL/min/kg em indivíduos sadios e, portanto, comparável ao clearance renal da inulina, apontando para o fato que gadobutrol é eliminado por filtração glomerular.

Mais de 50% da dose foi excretada através da urina, dentro de 2 horas após administração intravenosa.

O gadobutrol foi completamente excretado dentro de 24 horas. Menos que 0,1% foi eliminado através das fezes.

A farmacocinética do gadobutrol em humanos foi proporcional à dose (por exemplo, C max , AUC) e dose independente (por exemplo, V ss , t 1/2 ), respectivamente.

Devido às alterações fisiológicas na função renal devido à idade, em voluntários sadios idosos (65 anos ou mais) a exposição sistêmica e a meia-vida terminal ficaram aumentadas em aproximadamente 33% (homens), 54% (mulheres) e 33% (homens), 58% (mulheres), respectivamente. O clearance plasmático é reduzido aproximadamente em 25% (homens) e em 35% (mulheres), respectivamente.

A recuperação na urina da dose administrada foi completa após 24 horas em todos voluntários e não houve diferença entre voluntários sadios idosos e não-idosos.

A farmacocinética do gadobutrol na população pediátrica com idade entre 2 e 17 anos e em adultos é comparável.

Em pacientes com insuficiência renal, a meia-vida sérica de Gadobutrol é prolongada de acordo com a redução da filtração glomerular.

A meia-vida terminal média foi prolongada para 5,8 horas em pacientes com insuficiência renal leve a moderada (80 > CLCR > 30 mL/min) e para 17,6 horas em pacientes com insuficiência renal grave não submetidos à diálise (CLCR < 30 mL/min).

A depuração sérica média foi reduzida para 0,49 mL/min/kg em pacientes com insuficiência renal leve a moderada (80 > CLCR > 30 mL/min) e para 0,16 mL/min/kg em pacientes com insuficiência renal grave não submetidos à diálise (CLCR < 30 mL/min).

A recuperação completa na urina foi observada, no período de 72 horas, em pacientes com insuficiência renal leve a moderada. Nos pacientes com insuficiência renal grave, cerca de 80% da dose administrada foi recuperada na urina no período de cinco dias. Se a função renal estiver gravemente reduzida, pode ser necessário o tratamento com hemodiálise.

Em pacientes que requeiram diálise, o gadobutrol foi quase completamente removido do soro após a terceira diálise.

Dados pré-clínicos não revelam risco especial em humanos, com base em estudos convencionais de toxicidade sistêmica, genotoxicidade e potencial sensibilização por contato.

Estudos de toxicologia reprodutiva com doses intravenosas repetidas causaram atraso no desenvolvimento embrionário em ratos e coelhos e um aumento na embrioletalidade nos ratos, coelhos e macacos, em doses de 8 a 16 vezes (baseado na área de superfície corpórea) ou de 25 a 50 vezes (baseado na área de superfície corpórea) acima da dose de diagnóstico em humanos. Não se sabe se esses efeitos podem ser induzidos também pela administração única.

Estudos experimentais de tolerância local com Gadobutrol, com aplicação única paravenosa, subcutânea assim como intramuscular, indicaram que pode ocorrer no local da administração leve intolerância local após administração paravenosa inadvertida.

Nos estudos farmacológicos pré-clínicos de segurança cardiovascular, dependendo da dose administrada, foram observados aumentos transitórios da pressão arterial e da contratilidade miocárdica.

Esses efeitos não foram observados em humanos.