Fluvastatina Sódica

Princípio/forma ativa - Bula - Fluvastatina Sódica

Fluvastatina Sódica - Para que serve?

Fluvastatina Sódica é indicado como adjuvante à dieta para redução de níveis elevados de colesterol total (total-C), colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), apolipoproteína B (apo-B), triglicérides (TG) e para o aumento do colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-C), em pacientes adultos com hipercolesterolemia primária e dislipidemia mista (Tipos IIa e IIb de Fredrickson).

Fluvastatina Sódica é indicado como adjuvante à dieta para redução de níveis elevados de total-C, LDL-C, apo B, TG e para o aumento do HDL-C, em crianças e adolescentes de 9 anos ou mais com hipercolesterolemia familiar heterozigótica.

Fluvastatina Sódica é indicado para diminuir a progressão da aterosclerose coronária em pacientes adultos com hipercolesterolemia primária, incluindo sua forma moderada, e com doença cardíaca coronariana.

Fluvastatina Sódica também é indicado para a prevenção secundária dos eventos cardíacos maiores (morte cardíaca, infarto do miocárdio não fatal e revascularização coronária) em pacientes adultos com doença cardíaca coronariana após intervenção coronária percutânea.

Fluvastatina Sódica: Contraindicação de uso

Este medicamento pertence à categoria de risco na gravidez X.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.

Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.

Fluvastatina Sódica: Posologia e como usar

Este medicamento não deve ser partido ou mastigado.

Fluvastatina Sódica pode ser administrado em dose única a qualquer hora do dia com ou sem alimento. Fluvastatina Sódica deve ser engolido inteiro com um copo de água.

O efeito máximo de diminuição dos lipídeos, com uma dose administrada do fármaco, é alcançado dentro de 4 semanas.

As doses devem ser ajustadas de acordo com a resposta do paciente e os ajustes de dose devem ser feitos com intervalos de 4 semanas ou mais. O efeito terapêutico de Fluvastatina Sódica é mantido com a administração prolongada.

O limite máximo de administração é 80 mg/dia.

Posologia

Antes de iniciar o tratamento com Fluvastatina Sódica, o paciente deve ser submetido a uma dieta padrão para reduzir o colesterol. A terapia dietética deve continuar durante o tratamento.

A dose recomendada é 80 mg (1 comprimido de Fluvastatina Sódica 80 mg uma vez ao dia).

Em pacientes com doenças cardíacas após intervenção coronária percutânea, a dose apropriada é de 80 mg por dia. Fluvastatina Sódica é eficaz em monoterapia. Existem dados que comprovam a eficácia e a segurança da fluvastatina em combinação com ácido nicotínico , colestiramina ou fibratos.

Antes de iniciar o tratamento com Fluvastatina Sódica, o paciente deve ser submetido a uma dieta padrão para reduzir o colesterol por 6 meses. A terapia dietética deve continuar durante o tratamento.

A dose usual é 80 mg (1 comprimido de Fluvastatina Sódica 80 mg uma vez ao dia).

O uso da fluvastatina em combinação com ácido nicotínico, colestiramina ou fibratos em crianças e adolescentes não foi investigado.

Não são necessários ajustes de dose em pacientes com insuficiência renal.

Fluvastatina Sódica é contraindicado a pacientes com doença hepática ativa, ou não esclarecida, com elevações persistentes das transaminases séricas.

Em estudos clínicos com Fluvastatina Sódica, eficácia e tolerabilidade foram demonstradas em ambos os grupos de pacientes, acima e abaixo de 65 anos. No grupo dos idosos (> 65 anos), a resposta ao tratamento foi acentuada e não houve nenhuma evidência de tolerabilidade reduzida. Desta forma, não há necessidade de ajuste de dose baseado na idade.

Fluvastatina Sódica - Reações Adversas

As reações adversas (vide Tabela 4) estão listadas pelo sistema classe-órgão MedDRA. Dentro de cada sistema classe-órgão, as reações adversas estão dispostas por frequência, com as reações mais frequentes primeiro. Dentro de cada grupo de frequência, as reações adversas são apresentadas em ordem decrescente de gravidade.

Além disso, a categoria de frequência correspondente, usando a seguinte convenção (CIOMS III), também é fornecida para cada reação adversa:

As reações adversas mais comumente reportadas são sintomas gastrintestinais leves, insônia e cefaleia .

Tabela 4 - Reações adversas ao medicamento

Sistema de órgãos

Distúrbios no sangue e no sistema linfático

Trombocitopenia

Distúrbios do sistema imunológico

Reações de hipersensibilidade ( urticária , erupção cutânea - rash )

Reações anafiláticas

Distúrbios psiquiátricos

Distúrbios no sistema nervoso

Parestesia , disestesia, hipoestesia, também conhecida por estar associada a distúrbios hiperlipidêmicos subjacentes

Distúrbios vasculares

Vasculites

Distúrbios gastrintestinais

Náusea , dor abdominal, dispepsia

Muito rara

Pancreatite

Distúrbios hepatobiliares

Muito rara

Hepatite

Distúrbios da pele e dos tecidos subcutâneos

Angioedema , edema na face e outras reações na pele (por ex.: eczema , dermatite , exantema bolhoso)

Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo

Mialgia, fraqueza muscular, miopatia

Rabdomiólise , síndrome do lúpus , miosite

Laboratoriais

Aumento da creatina fosfoquinase (CK) no sangue, aumento das transaminases no sangue

As seguintes reações adversas foram derivadas de experiência pós-comercialização com Fluvastatina Sódica via relatos de casos espontâneos e casos da literatura. Como estas reações são relatadas voluntariamente por uma população de tamanho incerto, não é possível estimar a frequência que é, portanto, classificada como desconhecida.

As reações adversas são listadas de acordo com o sistema classe-órgão MedDRA. Dentro de cada sistema classe-órgão, as reações adversas são apresentadas em ordem decrescente de gravidade.

Disfunção erétil .

M iopatia necrotizante autoimune.

Os perfis de segurança da fluvastatina, em crianças e adolescentes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica, observados em dois estudos clínicos, foram similares aos observados em adultos. Em ambos os estudos, todas as crianças e adolescentes continuaram com seus crescimentos e maturação sexual normais.

Anormalidades bioquímicas da função hepática têm sido associadas ao uso dos inibidores da HMG-CoA redutase e de outros agentes redutores de lipídeos. Elevações confirmadas dos níveis de transaminases, para valores 3 vezes maiores que o limite superior da normalidade (LSN), desenvolveram-se em pequeno número de pacientes (1 a 2%).

Elevações pronunciadas dos níveis da CK para valores 5 vezes maiores que o limite superior da normalidade (LSN) desenvolveram-se em um número muito pequeno de pacientes (0,3 a 1,0%).

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Fluvastatina Sódica: Interações medicamentosas

A administração concomitante de fluvastatina com bezafibrato , genfibrozila , ciprofibrato ou niacina (ácido nicotínico) não tem efeito clinicamente relevante na biodisponibilidade da fluvastatina ou na de outros agentes redutores de lipídios. Entretanto, essas combinações devem ser utilizadas com cautela uma vez que foi observado o risco aumentado de miopatia em pacientes recebendo outros inibidores de HMG-CoA redutase concomitantemente com qualquer uma dessas moléculas.

A administração concomitante de fluvastatina com os inibidores potentes do citocromo P450 (CYP) 3A4, itraconazol e eritromicina, tem efeito mínimo na biodisponibilidade da fluvastatina. Uma vez que esta enzima tem um envolvimento mínimo no metabolismo da fluvastatina, espera-se que outros inibidores da CYP3A4 (por ex.: cetoconazol , ciclosporina ) também não afetem a biodisponibilidade da fluvastatina.

A administração de fluvastatina a voluntários sadios pré-tratados com fluconazol (inibidor da CYP2C9) resultou em um aumento da exposição e do pico de concentração da fluvastatina em cerca de 84% e 44%. Embora não tenha havido evidência clínica de que o perfil de segurança da fluvastatina tenha sido alterado nos pacientes pré-tratados com fluconazol por 4 dias, deve-se ter precaução quando da administração concomitante de fluvastatina com fluconazol.

Estudos em pacientes que foram submetidos a transplante renal indicaram que a biodisponibilidade da fluvastatina (acima de 40 mg/dia) não é elevada de maneira clinicamente relevante em pacientes sob tratamento com regimes estáveis de ciclosporina. Num estudo em que Fluvastatina Sódica (80 mg de fluvastatina) foi administrado a pacientes transplantados renais e tratados com um regime estável de ciclosporina mostrou que a exposição a fluvastatina (ASC) e a concentração máxima (C máx ) foram aumentadas em 2 vezes quando comparadas aos dados históricos de voluntários sadios.

Embora esse aumento nos níveis de fluvastatina não tenha sido clinicamente significativo, esta combinação deve ser utilizada com precaução.

A fluvastatina deve ser administrada pelo menos 4 horas após a resina (por ex.: colestiramina ) para evitar uma interação significativa causada pela ligação do fármaco com a resina.

A administração de fluvastatina a voluntários sadios pré-tratados com rifampicina resultou em uma redução da biodisponibilidade da fluvastatina em cerca de 50%. Embora até o momento não haja evidência clínica de que a eficácia da fluvastatina na redução dos níveis lipídicos seja alterada, pode ser necessário um ajuste apropriado de dose de fluvastatina, em pacientes sob tratamento a longo prazo com rifampicina (por ex.: tratamento da tuberculose ), a fim de garantir uma redução satisfatória nos níveis lipídicos.

A administração concomitante de fluvastatina com cimetidina , ranitidina ou omeprazol , resulta no aumento da biodisponibilidade da fluvastatina, o que, entretanto, não apresenta relevância clínica. Como estudos adicionais de interação não foram realizados, espera-se que outros antagonistas dos receptores H2/inibidores da bomba de prótons, sejam improváveis de afetar a biodisponibilidade da fluvastatina.

O efeito mínimo da fenitoína na farmacocinética da fluvastatina indica que o ajuste de dose de fluvastatina não é necessário quando coadministrada com a fenitoína .

Nenhuma interação farmacocinética clinicamente significativa ocorre quando a fluvastatina é concomitantemente administrada com propranolol , digoxina , losartana , clopidogrel ou anlodipino . Baseado nos dados farmacocinéticos, nenhum monitoramento ou ajuste de dose são requeridos quando a fluvastatina é concomitantemente administrada com estes agentes.

Fluvastatina Sódica não apresenta efeitos na biodisponibilidade da ciclosporina quando coadministrados.

Não há informações disponíveis sobre a interação farmacocinética entre a fluvastatina e a colchicina. Entretanto, miotoxicidade, incluindo dores e fraquezas musculares, e rabdomiólise têm sido reportadas isoladamente quando da coadministração com colchicina.

A magnitude total das mudanças na farmacocinética da fenitoína durante a coadministração com fluvastatina é relativamente pequena e clinicamente não significante. Portanto, o monitoramento de rotina dos níveis plasmáticos de fenitoína durante a coadministração com fluvastatina é suficiente.

Em voluntários sadios, o uso da fluvastatina e varfarina (dose única) não teve influência adversa nos níveis plasmáticos da varfarina e tempos de protrombina, comparado à varfarina isoladamente. Entretanto, incidências isoladas de episódios de sangramento e/ou aumento nos tempos de protrombina têm sido relatado muito raramente em pacientes recebendo fluvastatina concomitantemente com varfarina ou outros derivados cumarínicos.

Recomenda-se que os tempos de protrombina sejam monitorados quando o tratamento com fluvastatina for iniciado, descontinuado, ou na ocorrência de mudança de dose, nos pacientes recebendo varfarina ou outros derivados cumarínicos.

Para pacientes recebendo sulfonilureias orais ( glibenclamida [gliburida], tolbutamida) para tratamento de diabetes mellitus não insulino-dependente (tipo 2), a adição de fluvastatina não leva a mudanças clinicamente significantes no controle da glicemia.

Em pacientes com diabetes mellitus não insulino-dependente tratados com glibenclamida (N = 32), a administração de fluvastatina (40 mg duas vezes ao dia por 14 dias) aumentou a C máx , a ASC e a t 1/2 médias da glibenclamida por aproximadamente em 50%, 69% e 121%, respectivamente. A glibenclamida (5 a 20 mg diariamente) aumentou a C máx e ASC médias da fluvastatina em 44% e 51%, respectivamente. Nesse estudo não houve alterações nos níveis de glicose , insulina e peptídeo-C. Entretanto, pacientes em terapia concomitante de glibenclamida (gliburida) com fluvastatina devem continuar a ser monitorados apropriadamente quando as doses de fluvastatina forem aumentadas para 80 mg por dia.

Fluvastatina não afetou a atividade de agregação antiplaquetária do clopidogrel. Portanto, a fluvastatina e o clopidogrel podem ser coadministrados sem qualquer ajuste da dose.

Fluvastatina Sódica: Precauções

Casos pós-comercialização fatais e não fatais de insuficiência hepática foram reportados com algumas estatinas, incluindo Fluvastatina Sódica. Embora uma relação causal com o tratamento com Fluvastatina Sódica não tenha sido determinada, os pacientes devem ser aconselhados a relatar quaisquer potenciais sintomas ou sinais de insuficiência hepática (por exemplo, náusea, vômito, perda de apetite, icterícia , função cerebral prejudicada, hematomas ou sangramento com facilidade) e a interrupção do tratamento deve ser considerada.

Como ocorre com outros redutores de colesterol, recomenda-se realizar testes da função hepática antes do início do tratamento, 12 semanas após o início do tratamento ou na elevação da dose e, a partir daí, periodicamente, em todos os pacientes. Se o aumento da aspartato-aminotransferase ou da alanina-aminotransferase exceder 3 vezes o limite superior do normal e persistir, a terapia deve ser interrompida. Em casos muito raros, observou-se hepatite possivelmente relacionada ao fármaco, que foi resolvida com a interrupção do tratamento.

Deve-se ter cuidado ao administrar Fluvastatina Sódica a pacientes com história de doença hepática ou de ingestão de grande quantidade de álcool.

Miopatia foi raramente relatada, enquanto miosite e rabdomiólise foram relatadas muito raramente em pacientes que receberam fluvastatina. Em pacientes com mialgias difusas inexplicadas, hipersensibilidade muscular ou fraqueza muscular, e/ou elevação acentuada dos valores de creatinoquinase (CK), deve ser considerada a presença de miopatia, miosite ou rabdomiólise. Os pacientes devem ser alertados a reportar imediatamente ao médico casos inexplicados de dor muscular, hipersensibilidade muscular ou fraqueza muscular, particularmente se acompanhadas por indisposição ou febre .

Houve relatos raros de miopatia necrotizante autoimune (NAM), uma miopatia autoimune, associada ao uso de estatina. A NAM é caracterizada por: fraqueza muscular proximal e creatina quinase sérica elevada, que persistem apesar da interrupção do tratamento com estatina; biópsia muscular mostrando miopatia necrotizante sem inflamação significativa; melhora com agentes imunossupressores .

Não há evidências atuais para necessitar monitoração rotineira dos níveis de creatinoquinase total no plasma ou outras enzimas musculares em pacientes assintomáticos em uso de estatinas. Se a creatinoquinase tiver que ser medida, esta não deve ser feita após exercício vigoroso ou na presença de qualquer causa plausível de aumento da CK, pois isto pode dificultar a interpretação dos valores.

Assim como com todas as outras estatinas, os médicos devem prescrever fluvastatina com cautela em pacientes com fatores predisponentes para rabdomiólise e suas complicações. O nível de creatinoquinase deve ser medido antes do início do tratamento com fluvastatina nas seguintes situações:

Nessas situações, o risco do tratamento deve ser considerado em relação ao possível benefício e é recomendada a monitoração clínica. Se os níveis da CK estiverem significativamente elevados no estado basal (> 5x LSN), eles devem ser medidos novamente após 5 a 7 dias para confirmar os resultados. Se os níveis da CK ainda estiverem significativamente elevados (> 5x LSN) na re-monitoração, o tratamento não deve ser iniciado.

Se sintomas musculares como dor, fraqueza ou cãimbras ocorrerem em pacientes recebendo fluvastatina, seus níveis da CK devem ser medidos. Se os níveis encontrados forem significativamente elevados (> 5x LSN), o tratamento deve ser interrompido.

Se os sintomas musculares forem severos e causarem desconforto diário, mesmo com níveis da CK com elevação ≤ 5x LSN, a descontinuação do tratamento deve ser considerada.

Se os sintomas forem resolvidos e os níveis da CK retornarem à normalidade, a reintrodução da fluvastatina ou outra estatina pode ser considerada à menor dose e sob monitoração atenta.

Relatou-se que o risco de miopatia é maior em pacientes que estejam recebendo medicamentos imunossupressores (inclusive a ciclosporina), fibratos, ácido nicotínico ou eritromicina concomitantes a outros inibidores da HMG-CoA redutase. Entretanto, nos estudos clínicos de pacientes recebendo fluvastatina em combinação com ácido nicotínico, fibratos ou ciclosporina, não se observou miopatia.

Após comercialização, casos isolados de miopatia foram relatados quando da administração concomitante de fluvastatina com ciclosporina e de fluvastatina com colchicina . Fluvastatina Sódica deve ser usado com cautela em pacientes que recebem esses medicamentos simultaneamente.

Foram observados aumentos nos níveis da hemoglobina glicosilada (HbA1C) e/ou da glicose plasmática em jejum em pacientes tratados com inibidores da HMG-CoA redutase (estatinas). Também foi relatado desenvolvimento de diabetes mellitus em pacientes com fatores de risco para diabetes mellitus.

Em pacientes menores de 18 anos, a eficácia e a segurança não foram estudadas por períodos de tratamento mais longos que dois anos.

A fluvastatina foi investigada apenas em crianças com 9 anos ou mais com hipercolesterolemia familiar heterozigótica.

Não há dados disponíveis sobre o uso de fluvastatina em pacientes com uma rara condição conhecida como hipercolesterolemia familiar homozigótica.

Mulheres com potencial para engravidar devem usar métodos contraceptivos efetivos. Se a paciente engravidar durante o tratamento, Fluvastatina Sódica deve ser descontinuado.

Uma vez que os inibidores da HMG-CoA redutase diminuem a síntese do colesterol e, possivelmente, de outras substâncias biologicamente ativas derivadas do colesterol, eles podem causar dano fetal quando administrados a mulheres grávidas. Portanto, Fluvastatina Sódica é contraindicado durante a gravidez.

Fluvastatina Sódica é contraindicado a mulheres que estejam amamentando.

A Fluvastatina Sódica não tem efeitos sobre a fertilidade em ratos. Não há informação disponível relevante, em humanos.

Não há dados sobre o efeito da fluvastatina na habilidade de dirigir e/ou operar máquinas.

Fluvastatina Sódica: Ação da substância no organismo

Resultados da eficácia

Em três estudos multicêntricos, duplo-cegos, ativo-controlados, em cerca de 1.700 pacientes com hipercolesterolemia primária ou dislipidemia mista, Fluvastatina Sódica 80 mg foi comparado a Fluvastatina Sódica 40 mg administrado na hora de dormir ou duas vezes ao dia, por mais de 24 semanas de tratamento.

As taxas de respostas no tempo em que a resposta terapêutica máxima é atingida são ilustradas na Figura 1 para doses de Fluvastatina Sódica 40 mg (média da redução de LDL-C de 26%) e doses de Fluvastatina Sódica 80 mg (média da redução de LDL-C de 36%).

Figura 1 - Taxa de resposta por faixa de percentual de redução de LDL-C na semana 4.(Resultados são agrupados a partir de 3 doses mais elevadas nos estudos comparativos).

Nestes estudos, Fluvastatina Sódica/Fluvastatina Sódica reduziu significativamente o total-C, LDL-C, apo-B e TG, e aumentou o HDL-C após 24 semanas de tratamento de dose prescrita (vide Tabela 1).

Tabela 1- Porcentagem média de mudança em relação ao basal após 24 semanas (todos pacientes)

Dos 857 pacientes randomizados para Fluvastatina Sódica 80 mg, 271 com dislipidemia primária mista (Fredrickson Tipo IIb) definida por nível plasmático basal de triglicérides > 200 mg/dL tiveram uma redução mediana no triglicérides de 25%. Nestes pacientes, Fluvastatina Sódica 80 mg produziu um aumento significativo no HDL-C de 13%. Este efeito foi ainda mais pronunciado naqueles pacientes com níveis basais de HDL-C muito baixos (por ex.: < 35 mg/dL), que tiveram um aumento médio no HDL-C de 16%. Também foi atingido um decréscimo significativo no total-C, LDL-C e apo-B (vide Tabela 2). Nestes estudos, foram excluídos pacientes com triglicérides > 400 mg/dL.

Tabela 2 - Porcentagem média de mudança em relação ao basal após 24 semanas (Dislipidemia primária mista).

*Porcentagem média de mudança

No Estudo de Aterosclerose Coronariana e Lipoproteína (LCAS), o efeito da fluvastatina na aterosclerose coronariana foi avaliado pela angiografia coronariana quantitativa em pacientes: homens e mulheres (35-75 anos) com doença arterial coronariana e hipercolesterolemia leve a moderada (LDL-C basal 115-190 mg/dL). Neste estudo clínico controlado, randomizado, duplo-cego, 429 pacientes foram tratados com fluvastatina 40 mg/dia ou placebo. Os angiogramas coronarianos quantitativos foram avaliados no estado basal e após 2,5 anos de tratamento.

O tratamento com fluvastatina retardou a progressão das lesões ateroscleróticas coronarianas em 0,07 mm (intervalo de confiança de 95% para diferença entre os tratamentos de -0,1222 a -0,022 mm) após 2,5 anos, conforme medido pela alteração no diâmetro mínimo do lúmen (fluvastatina -0,028 mm vs. placebo -0,100 mm).

No Estudo de Prevenção com Intervenção de Fluvastatina Sódica (LIPS), o efeito da fluvastatina nos eventos cardíacos maiores (ECM) foi avaliado em pacientes: homens e mulheres (18 a 80 anos) com doença coronariana cardíaca e uma ampla variação dos níveis de colesterol (estado basal CT: 3,5-7,0 mmol/L). Neste estudo randomizado, duplo-cego e placebo-controlado, administrou-se a fluvastatina (N = 844) 80 mg por dia por mais de 4 anos. O risco do primeiro evento cardíaco maior foi significativamente reduzido em 22% (p = 0,013) quando comparado ao placebo (N = 833). Estes efeitos benéficos foram particularmente notáveis em pacientes diabéticos e em pacientes com doenças multivasculares.

A terapia com fluvastatina reduziu o risco de morte cardíaca e/ou infarto do miocárdio em 31% (p = 0,065).

Em dois estudos abertos de dose titulada (ZA01 e 2301), a eficácia e a segurança da fluvastatina 20 a 80 mg foram investigadas durante um período de 2 anos para cada estudo, em um total de 113 crianças e adolescentes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica.

Os estudos incluíram pacientes de 9 anos ou mais com um diagnóstico estabelecido de hipercolesterolemia familiar heterozigótica definido por:

Os principais critérios de exclusão foram pacientes com hipercolesterolemia familiar homozigótica; formas secundárias de dislipoproteinemia; níveis plasmáticos de triglicérides > 600 mg/dL; ALT (TGP), AST (TGO) ou níveis de creatinina > 1,5 x LSN; CK plasmática ou TSH plasmático > 2 x LSN; IMC > 30 kg/m 2 .

A dose inicial de fluvastatina foi 20 mg para a primeira semana e titulada (em um intervalo de 6 semanas) para 40 mg e então para 80 mg (duas vezes cápsulas de 40 mg ou comprimidos de liberação prolongada de 80 mg) se os níveis de LDL-C fossem > 3,2 mmol/L ou 3,4 mmol/L respectivamente.

A fluvastatina reduziu significativamente os níveis plasmáticos de total-C, LDL-C, TG, apo-B e aumentou HDL-C durante 2 anos de manutenção (vide Tabela 3).

Tabela 3 - Efeito da fluvastatina na redução de lípides em crianças e adolescentes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica.

Em ambos os estudos, todos os pacientes continuaram com seus crescimentos e maturação sexual normais. A fluvastatina não foi investigada em crianças abaixo de 9 anos.

Estes estudos não permitiram a extrapolação dos desfechos cardiovasculares com o início precoce da terapia com estatinas em crianças.

Características Farmacológicas

Grupo farmacoterapêutico: inibidores da HMG-CoA redutase

Código ATC: C10A A04.

A fluvastatina, agente redutor de colesterol totalmente sintético, é inibidora competitiva da HMG-CoA redutase, a qual é responsável pela conversão da HMG-CoA em mevalonato, um precursor de esteróis, inclusive do colesterol. A fluvastatina exerce seu efeito principal no fígado e é essencialmente um composto racêmico de dois eritro-enantiômeros, sendo que um deles exerce a atividade farmacológica. A inibição da biossíntese do colesterol reduz o colesterol nas células hepáticas, o que estimula a síntese dos receptores das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e, portanto, aumenta a captação das partículas de LDL. O resultado definitivo desses mecanismos é a redução da concentração plasmática de colesterol.

Fluvastatina Sódica reduz o colesterol total (total-C), o colesterol LDL (LDL-C), a apolipoproteína B (apo-B) e os triglicérides (TG); e aumenta o colesterol HDL (HDL-C) em pacientes com hipercolesterolemia e dislipidemia mista. A resposta terapêutica é bem estabelecida dentro de 2 semanas, e a resposta máxima é atingida dentro de 4 semanas desde o início do tratamento e mantida durante o tratamento crônico.

A fluvastatina é absorvida rápida e completamente (98%) após administração oral de uma solução em voluntários em jejum. Após a administração oral de Fluvastatina Sódica 80 mg, e em comparação com as cápsulas, a taxa de absorção da fluvastatina é quase 60% mais lenta, enquanto o tempo médio da permanência da fluvastatina é aumentado em aproximadamente 4 horas. Em indivíduos alimentados, o fármaco é absorvido em velocidade reduzida.

A fluvastatina exerce seu principal efeito no fígado, que é também o órgão principal para o seu metabolismo. A biodisponibilidade absoluta calculada a partir das concentrações sanguíneas sistêmicas é de 24%. O volume de distribuição aparente (V z /f) para o fármaco é de 330 litros. Mais de 98% do fármaco circulante está ligado a proteínas plasmáticas e essa ligação não é afetada pela concentração de fluvastatina nem pela varfarina , ácido salicílico ou glibenclamida .

A fluvastatina é principalmente metabolizada no fígado. Os principais componentes circulantes no sangue são a fluvastatina e o metabólito farmacologicamente inativo ácido N-desisopropil-propiônico. Os metabólitos hidroxilados têm atividade farmacológica, mas não apresentam circulação sistêmica. As vias do metabolismo hepático da fluvastatina em humanos têm sido completamente elucidadas. Existem várias vias alternativas à via do citocromo P450 (CYP450) para biotransformação da fluvastatina e dessa forma o metabolismo da fluvastatina é relativamente insensível à inibição do CYP450, a principal causa das interações medicamentosas.

Vários estudos in vitro detalhados reportaram o potencial inibitório da fluvastatina nas isoenzimas CYP comuns. A fluvastatina inibiu apenas o metabolismo de compostos que são metabolizados pelo CYP2C9. Apesar do potencial que existe para interação competitiva entre fluvastatina e compostos que são substratos do CYP2C9, como diclofenaco , fenitoína, tolbutamida e varfarina, os dados clínicos indicaram que este evento é improvável.

Após administração da fluvastatina-H3 em voluntários sadios, a excreção da radioatividade é de cerca de 6% na urina e 93% nas fezes e a fluvastatina responde por menos de 2% da radioatividade total excretada. O “ clearance ” (depuração plasmática) (CL/f) da fluvastatina no homem é calculado como sendo de 1,8 ± 0,8 L/min.

Concentrações plasmáticas em “steady-state” (estado de equilíbrio) não indicam acúmulo de fluvastatina após administração de 80 mg diariamente. Após a administração oral de 40 mg de Fluvastatina Sódica, a meia-vida de distribuição terminal para a fluvastatina é de 2,3 ± 0,9 horas.

Não foram observadas diferenças significativas na ASC (área sob a curva) quando a fluvastatina foi administrada com a refeição noturna ou 4 horas após a mesma.

As concentrações plasmáticas de fluvastatina não variam em função de idade ou sexo da população geral. Entretanto, foi observado um aumento da resposta ao tratamento nas mulheres e idosos.

Como a fluvastatina é eliminada principalmente pela via biliar e está sujeita a metabolismo pré-sistêmico significativo, existe potencial para o acúmulo do fármaco em pacientes com insuficiência hepática.

A fluvastatina é depurada pelo fígado, com menos de 6% da dose administrada excretada na urina. A farmacocinética da fluvastatina permanece inalterada em pacientes com insuficiência renal leve a grave.

O valor aproximado de DL 50 de fluvastatina, administrada por via oral, é maior que 2 g/kg em camundongos e maior que 0,7 g/kg em ratos.

A segurança da fluvastatina foi extensivamente investigada em estudos de toxicidade em ratos, coelhos, cães, macacos, camundongos e hamsters. Identificou-se uma variedade de alterações que são comuns aos inibidores da HMG-CoA redutase, por exemplo: hiperplasia e hiperqueratose de estômago não glandular de roedores; catarata em cães; miopatia em roedores; alterações hepáticas leves na maioria dos animais de laboratório, alterações na vesícula biliar em cães, macacos e hamsters, aumento de peso da tireoide em ratos; e degeneração testicular em hamsters. A fluvastatina não está relacionada a alterações degenerativas e vasculares do sistema nervoso central relatadas em cães que utilizaram outros membros desta classe de compostos.

Um estudo de carcinogenicidade foi realizado em ratos, utilizando-se dosagens de 6, 9 e 18 mg/kg por dia (atingindo a dose de 24 mg/kg por dia após 1 ano) para estabelecer uma dose máxima precisa de tolerabilidade. Estes níveis de dosagens levaram a níveis de concentração plasmática de aproximadamente 9, 13 e 26 a 35 vezes a concentração plasmática média do fármaco em humanos após uma dose oral de 40 mg. Na dose de 24 mg/kg por dia observou-se uma baixa incidência de papiloma de células escamosas no antro gástrico e um carcinoma na mesma região. Além disso, relatou-se um aumento da incidência de adenomas e carcinomas das células foliculares da tireoide em ratos machos tratados com 18 a 24 mg/kg por dia.

Um estudo de carcinogenicidade conduzido em camundongos sob níveis de dosagem equivalentes a 0,3; 15 e 30 mg/kg por dia revelou, assim como no estudo em ratos, um aumento estatisticamente significativo dos papilomas das células escamosas do antro gástrico em machos e em fêmeas sob doses de 30 mg/kg por dia e, em fêmeas, sob doses de 15 mg/kg por dia.

Estas dosagens produziram níveis de concentração plasmática aproximadamente 0,2; 10 e 21 vezes a concentração plasmática média em humanos após uma dose oral de 40 mg.

O estudo de carcinogenicidade em camundongos foi repetido em doses orais de 50, 150 e 350 mg/kg/dia. Não houve evidência de aumento de neoplasia nessas.

As neoplasias do antro gástrico observadas em ratos e camundongos refletem uma hiperplasia crônica causada, pela exposição e contato direto da fluvastatina do que por um efeito genotóxico do fármaco. O aumento da incidência de neoplasias das células foliculares da tireoide em ratos machos sob tratamento com fluvastatina parece ser consistente com achados espécie-específicos com outros inibidores de HMG-CoA redutase. Contrariamente a estes outros inibidores, não há relatos de aumentos na incidência de adenomas ou carcinomas hepáticos relacionados ao tratamento.

Não se observou nenhuma evidência de mutagenicidade in vitro , com ou sem ativação do metabolismo hepático em ratos, nos seguintes estudos: testes mutagênicos microbianos usando cepas mutantes de Salmonella typhimurium ou Escherichia coli ; ensaio de transformação maligna em células de BALB/3T3; síntese não programada de DNA em hepatócitos primários de ratos; aberrações cromossômicas em células de hamsters chineses V79; células de hamsters chineses HGPRT V79. E também, não houve evidência de mutagenicidade in vivo tanto em testes de micronúcleos de ratos quanto de camundongos.

Em um estudo realizado em ratos com doses de 0,6; 2 e 6 mg/kg por dia, administradas em fêmeas e doses de 2; 10 e 20 mg/kg por dia, administradas em machos, a fluvastatina não apresentou reações adversas na fertilidade ou no desempenho da reprodução. Os estudos de teratologia em ratos (1, 12 e 36 mg/kg) e em coelhos (0,05; 1 e 10 mg/kg) revelaram toxicidade materna sob níveis de altas doses, mas não houve evidência de potencial teratogênico ou embriotóxico. Um estudo em ratas recebendo doses de 12 e 24 mg/kg por dia, durante o período final de gestação até o desmame dos filhotes, resultou em mortalidade materna no final da gravidez ou próximo a este período e no pós-parto , bem como em letalidade fetal e neonatal. Não ocorreram efeitos nas fêmeas grávidas ou nos fetos sob a baixa dosagem de 2 mg/kg por dia.

Um segundo estudo com doses de 2; 6; 12 e 24 mg/kg por dia, durante o término da gestação e o início da lactação, revelou efeitos similares aos causados por cardiotoxicidade, sob administração de doses de 6 mg/kg por dia ou acima deste valor.

Em um terceiro estudo, as ratas grávidas receberam doses de 12 ou 24 mg/kg por dia, durante o final da gestação até o desmame dos filhotes, com ou sem a suplementação concomitante de ácido mevalônico, um derivado da HMG-CoA que é essencial para a biossíntese do colesterol. A administração concomitante do ácido mevalônico preveniu completamente a cardiotoxicidade e a mortalidade materna e neonatal. Portanto, a letalidade materna e neonatal observada com a fluvastatina reflete seu pronunciado efeito farmacológico durante a gravidez.

Fluvastatina Sódica: Interacao com alimentos

Não existem diferenças aparentes dos efeitos da fluvastatina na redução de lipídeos quando administrada com a refeição noturna ou 4 horas após a mesma. Baseado na ausência de interações de fluvastatina com outros substratos CYP3A4, não é esperado que a fluvastatina interaja com suco de toranja (grapefruit).