Etonogestrel + Etinilestradiol

Princípio/forma ativa - Bula - Etonogestrel + Etinilestradiol

Para que serve?

Anticoncepção.

Contraindicação

Etonogestrel + Etinilestradiol não deve ser utilizado na presença de quaisquer das condições mencionadas a seguir. Caso ocorram pela primeira vez durante o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol, o anel deve ser retirado imediatamente.

Etonogestrel + Etinilestradiol é contraindicado para uso com o regime combinado de tratamento para o vírus da hepatite C (HCV) ombitasvir/paritaprevir/ritonavir com ou sem dasabuvir.

Este medicamento é contraindicado para uso por mulheres grávidas ou que suspeitam que possam estar.

O uso de Etonogestrel + Etinilestradiol não é indicado durante a gravidez. Se ocorrer gravidez com o anel in situ, este deverá ser removido. Estudos epidemiológicos extensos mostraram que não há aumento do risco de malformações nas crianças de mães que utilizaram AHCO antes da gravidez, nem efeitos teratogênicos quando os AHCO foram administrados inadvertidamente no início da gestação. Embora isso se aplique a todos os AHCO, não está claro se, também, esse é o caso de Etonogestrel + Etinilestradiol.

Um estudo clínico em um pequeno número de mulheres mostrou que, apesar da administração intravaginal, as concentrações intrauterinas dos esteroides anticoncepcionais com Etonogestrel + Etinilestradiol são semelhantes aos níveis observados nas usuárias de AHCO. Não há relatos de experiência clínica de resultados de gestações expostas a Etonogestrel + Etinilestradiol.

Posologia e como usar

A própria mulher pode inserir Etonogestrel + Etinilestradiol na vagina. O médico deve orientá-la sobre o modo de inserir e remover Etonogestrel + Etinilestradiol. Para a inserção, a mulher deve escolher uma posição que achar mais confortável, por exemplo, em pé com uma das pernas levantada, agachada ou deitada.

Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser comprimido e inserido na vagina até que seja obtida sensação de conforto. A posição exata de Etonogestrel + Etinilestradiol na vagina não é crítica para o efeito anticoncepcional do anel (ver Figuras1-4).

Uma vez inserido, Etonogestrel + Etinilestradiol deve permanecer na vagina durante 3 semanas, continuamente. Oriente as mulheres a verificarem regularmente a presença de Etonogestrel + Etinilestradiol na vagina (por exemplo, antes e depois das relações sexuais). Caso Etonogestrel + Etinilestradiol seja expelido acidentalmente, a mulher deve seguir as instruções dos itens “O que fazer se o anel ficou temporariamente fora da vagina” e “Expulsão”. Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser removido após 3 semanas de uso, no mesmo dia da semana em que foi inserido. Após um intervalo de uma semana sem o uso do anel, um novo anel é inserido (por ex., quando Etonogestrel + Etinilestradiol for inserido em uma quarta-feira por volta de 22h00, o anel deverá ser removido 3 semanas após a inserção, em uma quarta-feira, aproximadamente às 22h00. Na quarta-feira seguinte, deve ser inserido um novo anel).

Etonogestrel + Etinilestradiol pode ser removido enganchando o dedo indicador sob o anel ou segurando o anel entre os dedos indicador e médio e puxando-o para fora (Figura 5). Uma vez retirado, o anel usado deve ser colocado no sachê (mantenha fora do alcance de animais e crianças) e descartado no lixo comum.

O sangramento de privação normalmente se inicia 2 a 3 dias após a remoção de Etonogestrel + Etinilestradiol e pode não ter terminado completamente antes da data da próxima inserção.

Etonogestrel + Etinilestradiol pode interferir na colocação e no posicionamento corretos de certos métodos de barreira femininos tais como diafragma, capuz cervical ou preservativo feminino. Esses métodos não devem ser utilizados como métodos anticoncepcionais adicionais ao Etonogestrel + Etinilestradiol.

Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser inserido no primeiro dia do ciclo natural da mulher (isto é, no primeiro dia da menstruação). É possível iniciar entre os dias 2 e 5, porém, durante os 7 primeiros dias do primeiro ciclo de uso de Etonogestrel + Etinilestradiol, recomenda-se a utilização concomitante de um método anticonceptivo de barreira.

Inserir Etonogestrel + Etinilestradiol, no mais tardar, no dia seguinte ao intervalo sem medicamento, adesivo ou placebo do anticoncepcional hormonal combinado anterior.

Se a mulher utilizou o método prévio consistente e corretamente e se estiver razoavelmente certa de não estar grávida, ela também pode substituir o seu método anticonceptivo hormonal combinado anterior em qualquer dia do ciclo.

O intervalo livre de hormônio de seu método anterior nunca deve ser ampliado além da extensão recomendada.

A mulher pode trocar em qualquer dia após a interrupção do método de progestagênio isolado. No caso de uso de implante ou de sistema intrauterino, Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser inserido no dia da retirada do implante ou do sistema intrauterino e, em caso de injeção, no dia em que deveria ser tomada a próxima injeção.

Em todos esses casos, a mulher deve utilizar um método adicional de barreira durante os primeiros 7 dias de uso de Etonogestrel + Etinilestradiol.

A mulher pode iniciar imediatamente. Nessa eventualidade, não há necessidade dela utilizar métodos anticonceptivos adicionais. Caso uma troca imediata não seja considerada desejada, a mulher deve seguir os conselhos dados. Durante esse meio tempo, a mulher deve ser aconselhada a utilizar um método anticonceptivo alternativo.

As mulheres devem ser instruídas a iniciar durante a quarta semana após o parto ou aborto no segundo trimestre da gestação. Quando iniciar mais tarde, a mulher deve ser aconselhada a utilizar, também, um método de barreira durante os primeiros 7 dias de uso de Etonogestrel + Etinilestradiol. No entanto, se a mulher já teve alguma relação sexual antes de iniciar o tratamento, deve-se ter certeza de que não está grávida antes de usar Etonogestrel + Etinilestradiol ou, então, esperar que ocorra a primeira menstruação.

A eficácia contraceptiva e o controle do ciclo podem ser comprometidos caso a mulher desvie do esquema recomendado.

As recomendações a seguir visam evitar a perda da eficácia contraceptiva em casos de desvio.

A mulher deve inserir um novo anel assim que lembrar. Um método de barreira, como por exemplo o preservativo masculino, deverá ser utilizado, além do anel, nos 7 dias seguintes. Caso tenha havido
relação sexual durante o intervalo sem o uso do anel, deve-se considerar a possibilidade de gravidez.

Quanto maior o intervalo sem o anel vaginal, maior o risco de gravidez.

Etonogestrel + Etinilestradiol deve permanecer na vagina por um período contínuo de 3 semanas. Caso o anel seja expelido acidentalmente, deve ser lavado com água fria ou morna (não quente) e recolocado imediatamente. Caso Etonogestrel + Etinilestradiol tenha ficado fora da vagina por um período menor que 3 horas, a eficácia contraceptiva não será reduzida. A mulher deve reinserir o anel assim que possível, porém, no mais tardar, dentro de 3 horas. Caso Etonogestrel + Etinilestradiol tenha ficado ou se houver suspeita de que tenha ficado fora da vagina por mais de 3 horas durante a 1ª ou 2ª semana de uso, a eficácia contraceptiva pode ser reduzida. A mulher deve reinserir o anel assim que lembrar e utilizar um método de barreira (como o preservativo masculino) até que Etonogestrel + Etinilestradiol tenha permanecido na vagina por um período contínuo de 7 dias. Quanto maior o tempo que Etonogestrel + Etinilestradiol ficar fora da vagina e quanto mais próximo esse intervalo for do intervalo sem o uso do anel, maior o risco de gravidez.

Caso Etonogestrel + Etinilestradiol tenha permanecido ou se houver suspeita de que tenha ficado fora da vagina por mais de 3 horas durante a 3ª semana de um período de uso de 3 semanas, a eficácia contraceptiva pode estar reduzida.

Nota: a inserção de um novo anel iniciará um novo período de 3 semanas. A mulher pode não apresentar o sangramento de privação do ciclo anterior; entretanto, podem ocorrer spotting ou sangramentos
inesperados.

Nota: essa opção deve ser escolhida somente se o anel foi utilizado continuamente nos 7 dias anteriores.

Se Etonogestrel + Etinilestradiol ficou fora da vagina por um período de tempo desconhecido, a possibilidade de gravidez deve ser considerada. Um teste de gravidez deve ser feito antes da inserção de um novo anel.

Desde que Etonogestrel + Etinilestradiol tenha sido usado por, no máximo, 4 semanas, a eficácia contraceptiva ainda está adequada. A mulher deve manter seu intervalo de uma semana sem o uso do anel e, subsequentemente, inserir um novo anel. Se Etonogestrel + Etinilestradiol tiver sido deixado no lugar por um período maior que 4 semanas, a eficácia contraceptiva pode ser reduzida e deve-se ter certeza de que a mulher não está grávida antes de inserir um novo anel.

Se a mulher não aderiu ao esquema recomendado e, subsequentemente, não apresentou sangramento de privação após o intervalo sem uso do anel, deve-se excluir a gestação antes de inserir o novo anel.

Para atrasar a menstruação a mulher deve inserir um novo anel sem fazer o intervalo sem o uso do anel.

O novo anel pode ser usado por até 3 semanas seguidas. A mulher pode apresentar sangramento ou spotting. O uso normal de Etonogestrel + Etinilestradiol pode, então, prosseguir após o intervalo habitual de uma semana sem o anel. Para alterar a menstruação para outro dia da semana diferente daquele em que ocorrerá com o esquema atual de uso de Etonogestrel + Etinilestradiol, ela pode ser orientada a encurtar o próximo período de intervalo sem o uso do anel em quantos dias desejar. Quanto mais curto o intervalo sem o uso do anel, maior o risco de não apresentar sangramento de privação e apresentar sangramento inesperado e spotting durante o uso do próximo anel vaginal.

Caso haja suspeita de gravidez e a utilização de um anticoncepcional emergencial for considerada necessária, o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser descontinuado e a hipótese de gravidez deve ser afastada antes de inserir um novo Etonogestrel + Etinilestradiol.

Reações Adversas

Os efeitos indesejáveis mais graves relacionados com o uso de anticoncepcionais hormonais são mencionados.

As reações adversas à droga, que foram relatadas em usuárias de Etonogestrel + Etinilestradiol, são mencionadas na tabela a seguir. Foram listados os termos MedDRA (versão 11.0) mais apropriados para descrever uma determinada reação adversa.


Lista de eventos adversos baseada em relatos espontâneos. Não é possível determinar a frequência exata.

“Distúrbios do pênis” incluem relatos de “reação local no pênis”.

As seguintes reações não relacionadas ao Etonogestrel + Etinilestradiol foram relatadas em casos isolados: reações alérgicas no pênis do parceiro sexual em contato com o produto, e diminuição da visão.

Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação medicamentosa

Interações entre anticoncepcionais hormonais e outros medicamentos podem levar a sangramento inesperado e/ou falha contraceptiva. As interações a seguir foram relatadas na literatura.

Podem ocorrer interações com medicamentos indutores de enzimas microssomais, que podem resultar em aumento da depuração dos hormônios sexuais (por ex., fenitoína , fenobarbital , primidona , carbamazepina , rifampicina e, possivelmente, também, oxcarbazepina , topiramato , felbamato, ritonavir , griseofulvina e produtos contendo erva de São João ).

Mulheres em tratamento com qualquer um desses medicamentos devem usar, temporariamente, um método anticonceptivo de barreira além de Etonogestrel + Etinilestradiol, ou optar por outro método anticonceptivo.

Com drogas indutoras de enzimas microssomais hepáticas, o método de barreira deve ser usado durante o período de administração concomitante e por mais 28 dias após a sua descontinuação. Se a administração concomitante de outra droga exceder o período de 3 semanas de uso do anel, o próximo anel deve ser inserido imediatamente, sem o intervalo sem o uso do anel habitual.

Falhas contraceptivas também foram relatadas com antibióticos , como penicilinas e tetraciclinas. O mecanismo desse efeito não foi elucidado. Em um estudo farmacocinético de interação, a administração oral de amoxicilina (875 mg, duas vezes ao dia) ou doxiciclina (200 mg no primeiro dia, seguido de 100 mg ao dia) por 10 dias durante o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol, não afetou significativamente a farmacocinética do etonogestrel e do etinilestradiol (EE). Mulheres em tratamento com antibióticos (exceto amoxicilina e doxiciclina) devem usar um método contraceptivo de barreira até 7 dias após a descontinuação. Se a administração concomitante de outra droga exceder o período de 3 semanas de uso do anel, o próximo deve ser inserido imediatamente, sem o intervalo sem o uso do anel habitual.

Dados farmacocinéticos indicam que é improvável que antimicóticos e espermaticidas administrados por via vaginal afetem a eficácia contraceptiva e a segurança de Etonogestrel + Etinilestradiol. Durante o uso concomitante de óvulos antimicóticos, a possibilidade de deslocamento do anel pode ser discretamente aumentada.

Os anticoncepcionais hormonais podem interferir com o metabolismo de outras drogas. Portanto, as concentrações plasmáticas e tissulares tanto podem aumentar (ex.: ciclosporina ) quanto diminuir (ex.: lamotrigina ).

Em caso de uso concomitante, recomenda-se a consulta às bulas de outros medicamentos para identificar potenciais interações.

Durante estudos clínicos com o regime combinado de tratamento para HCV ombitasvir/ paritaprevir/ ritonavir com ou sem dasabuvir, elevações da ALT maiores que 5 vezes o limite superior da normalidade (LSN) foi significativamente mais frequente em mulheres utilizando medicamentos contendo etinilestradiol tais como os AHCOs. Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser descontinuado antes do início da terapia com o regime combinado dos medicamentos ombitasvir/paritaprevir/ritonavir com ou sem dasabuvir.

Etonogestrel + Etinilestradiol pode ser reiniciado aproximadamente 2 semanas após o término do tratamento com o regime combinado de medicamentos

Dados farmacocinéticos demonstraram que o uso de absorventes internos não afetou a absorção sistêmica dos hormônios liberados por Etonogestrel + Etinilestradiol. Em raras ocasiões Etonogestrel + Etinilestradiol pode ser expelido durante a remoção do absorvente interno .

O uso de esteroides anticoncepcionais pode influenciar o resultado de determinados exames laboratoriais, incluindo parâmetros bioquímicos da função hepática, renal, tireoidal e adrenal, níveis plasmáticos de proteínas transportadoras (como, por exemplo, a globulina transportadora de corticosteroides e globulina transportadora de hormônios sexuais), frações de lipídeos/lipoproteína, parâmetros do metabolismo de carboidratos e de fibrinólise e da coagulação. Em geral, as alterações permanecem dentro dos limites da normalidade.

Precauções

Se quaisquer das condições/fatores de risco mencionados a seguir estiverem presentes, os benefícios do uso de Etonogestrel + Etinilestradiol devem ser individualmente analisados para cada mulher contra os possíveis riscos, e devem ser discutidos com ela antes de decidir começar a usá-lo. Em caso de agravamento, exacerbação ou aparecimento de qualquer uma dessas condições ou fatores de risco, a mulher deve contatar o seu médico. O médico deve, então, decidir se Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser descontinuado. Todos os dados apresentados a seguir estão baseados em dados epidemiológicos obtidos com AHCO. Não há dados epidemiológicos disponíveis sobre a via de administração vaginal para os hormônios, mas considera-se que as advertências também se apliquem ao uso de Etonogestrel + Etinilestradiol.

Não há consenso a respeito do possível papel dessas condições na etiologia da trombose venosa.

Fatores bioquímicos que podem indicar predisposição hereditária ou adquirida para trombose venosa ou arterial incluem resistência à Proteína C Ativada (PCA), hiper-homocisteinemia, deficiência de antitrombina-III, deficiência de proteína C, deficiência de proteína S, anticorpos antifosfolípides (anticorpos anticardiolipina e anticoagulante lúpico).

Outras condições clínicas que foram associadas com eventos adversos circulatórios incluem diabetes mellitus , lúpus eritematoso sistêmico , síndrome hemolítico-urêmica e doença intestinal inflamatória crônica (ex. doença de Crohn ou colite ulcerativa) e anemia falciforme .

O aumento do risco de tromboembolia no puerpério deve ser considerado.

Um aumento na frequência ou intensidade de enxaqueca durante o uso de anticoncepcionais hormonais (que pode ser considerado prodrômico de evento cerebrovascular), pode ser uma razão para a descontinuação imediata de anticoncepcionais hormonais. Ao considerar a relação risco-benefício, o médico deve levar em conta se o tratamento adequado de uma condição pode reduzir o risco associado de trombose e se o risco associado com a gestação é maior do que o associado ao uso de anticoncepcionais hormonais.

O fator de risco mais importante para o câncer do colo do útero é a infecção persistente pelo papilomavírus humano ( HPV ). Estudos epidemiológicos mostraram que o uso prolongado de AHCO contribui para esse aumento de risco. Entretanto, ainda existem controvérsias sobre até que ponto esses achados podem ser atribuídos a fatores confundidores, como o exame mai frequente do colo do útero, diferenças no comportamento sexual incluindo o uso de anticoncepcionais de barreira, ou a uma associação causal. Não se sabe se esse efeito está relacionado ao uso de Etonogestrel + Etinilestradiol.

A meta-análise de 54 estudos epidemiológicos mostrou que há um discreto aumento do risco relativo (RR = 1,24) de câncer de mama em mulheres que estão utilizando anticoncepcionais orais. O aumento
do risco desaparece gradativamente durante o curso de 10 anos após cessar o uso do anticoncepcional oral. Considerando que o câncer de mama é raro em mulheres abaixo de 40 anos de idade, o aumento no número de diagnósticos de câncer de mama em usuárias atuais e recentes de AHCO é pequeno em relação ao risco de câncer de mama durante toda a vida. O câncer de mama diagnosticado em usuárias de anticoncepcionais tende a ser clinicamente menos avançado do que o diagnosticado nas que nunca os utilizaram. O padrão de aumento de risco observado pode ser devido ao diagnóstico mais precoce nas usuárias de anticoncepcionais orais, aos efeitos biológicos destes ou à combinação de ambos.

Foram relatados em usuárias de AHCO, em raros casos, tumores hepáticos benignos e, ainda mais raramente, tumores hepáticos malignos. Em casos isolados, esses tumores ocasionaram o aparecimento de hemorragia intra-abdominal, que colocou a vida da mulher em risco. Por isso, deve-se considerar a presença de tumor hepático no diagnóstico diferencial de usuárias de Etonogestrel + Etinilestradiol que apresentam dor intensa na parte superior do abdome, aumento do fígado ou sinais de hemorragia intra-abdominal.

Durante estudos clínicos com o regime combinado de tratamento para HCV ombitasvir/ paritaprevir/ ritonavir com ou sem dasabuvir, elevações da ALT maiores que 5 vezes o limite superior da normalidade (LSN) foi significativamente mais frequente em mulheres utilizando medicamentos contendo etinilestradiol tais como os AHCOs. Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser descontinuado antes do início da terapia com o regime combinado dos medicamentos ombitasvir/paritaprevir/ritonavir com ou sem dasabuvir.

Etonogestrel + Etinilestradiol pode ser reiniciado aproximadamente 2 semanas após o término do tratamento com o regime combinado de medicamentos.

Mulheres com diagnóstico de hipertrigliceridemia ou com antecedentes familiares, podem estar sob aumento de risco de pancreatite quando em uso de anticoncepcionais hormonais.

Embora tenham sido relatados pequenos aumentos na pressão arterial em muitas mulheres utilizando anticoncepcionais hormonais, são raros os aumentos clinicamente relevantes. Não foi estabelecida uma relação definitiva entre o uso de anticoncepcionais hormonais e a hipertensão clínica. Entretanto, se uma hipertensão clinicamente sustentada se desenvolver durante o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol, então, é prudente o médico suspender o uso do anel e tratar a hipertensão. Quando o médico considerar apropriado, o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol pode ser restabelecido quando os valores normais de pressão puderem ser alcançados com tratamento anti-hipertensivo.

A ocorrência ou a deterioração das condições mencionadas a seguir foram relatadas tanto durante a gravidez quanto durante o uso de anticoncepcionais hormonais, mas a evidência de uma associação com o uso dos anticoncepcionais não foi conclusiva: icterícia e/ou prurido relacionado à colestase; formação de cálculos biliares; porfiria ; lúpus eritematoso sistêmico; síndrome hemolítico-urêmica; coreia de Sydenham; herpes gestacional; perda de audição relacionada à otosclerose; angioedema (hereditário).

Distúrbios agudos ou crônicos da função hepática podem necessitar da descontinuação do uso de Etonogestrel + Etinilestradiol até que os valores das provas de função hepática retornem ao normal. Se houver recorrência de icterícia colestática e/ou prurido relacionado à colestase, ocorridos previamente durante a gravidez ou durante a utilização anterior de esteroides sexuais, o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol deve ser suspenso.

Embora os estrogênios e progestagênios possam apresentar um efeito sobre a resistência periférica à insulina e tolerância à glicose , não há evidências de que seja necessário alterar o esquema terapêutico em pacientes diabéticas utilizando anticoncepção hormonal. Entretanto, estas devem ser cuidadosamente monitoradas, especialmente durante os primeiros meses de uso de Etonogestrel + Etinilestradiol.

Foram relatadas piora da doença de Crohn e colite ulcerativa em associação ao uso de anticoncepcionais hormonais.

Ocasionalmente, pode ocorrer cloasma , especialmente em mulheres com história de cloasma na gravidez. As mulheres com tendência a apresentar cloasma devem evitar exposição solar ou à radiação ultravioleta durante o tratamento com Etonogestrel + Etinilestradiol.

Caso a mulher apresente quaisquer condições a seguir, pode ocorrer a inserção incorreta de Etonogestrel + Etinilestradiol ou ele pode ser expulso da vagina: prolapso do colo uterino, cistocele e/ou retocele, constipação grave ou crônica.

Muito raramente, foi relatado que Etonogestrel + Etinilestradiol foi inserido inadvertidamente na uretra e, possivelmente, penetrou na bexiga. Portanto, o posicionamento incorreto deve ser considerado no diagnóstico diferencial em caso de sintomas de cistite .

Ocasionalmente, as pacientes podem apresentar vaginite durante o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol. Não há indicações de que a eficácia de Etonogestrel + Etinilestradiol seja afetada pelo tratamento de vaginite, nem que o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol afete o tratamento desta.

Muito raramente, foi relatado que o anel aderiu ao tecido vaginal, exigindo a sua retirada por um profissional de saúde. Em alguns casos nos quais o tecido cresceu sobre o anel, a remoção de Etonogestrel + Etinilestradiol foi possível através do corte do anel, sem a incisão do tecido vaginal sobrejacente.

Antes de iniciar ou reiniciar o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol, a mulher deve ser submetida a uma completa anamnese (incluindo antecedentes familiares) e deve ser excluída a possibilidade de gravidez. A pressão sanguínea e exames clínicos devem ser considerados, com base nas contraindicações e advertências. A mulher deve ser orientada a ler cuidadosamente a bula do produto e a seguir corretamente as instruções de uso. A frequência e natureza das consultas médicas posteriores devem ser baseadas na prática clínica estabelecida e adaptadas a cada mulher.

As pacientes devem ser informadas de que Etonogestrel + Etinilestradiol não protege contra infecções por HIV ( AIDS ) e outras doenças sexualmente transmissíveis.

A eficácia de Etonogestrel + Etinilestradiol pode ser reduzida caso não sejam seguidas as recomendações desta bula ou se houver uso concomitante com outros medicamentos.

Durante o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol, pode ocorrer sangramento irregular (spotting ou sangramento inesperado). Se ocorrerem sangramentos irregulares após ciclos regulares anteriores, quando Etonogestrel + Etinilestradiol foi utilizado de acordo com o esquema recomendado, devem ser consideradas causas não hormonais e tomadas medidas diagnósticas adequadas para excluir a presença de doenças malignas ou gravidez. Essas medidas podem incluir curetagem .

Em algumas mulheres, pode não ocorrer sangramento de privação durante o período de intervalo sem o anel. Se Etonogestrel + Etinilestradiol tiver sido utilizado de acordo com as instruções, é pouco provável que a mulher tenha engravidado, mas, se ela não seguiu corretamente as instruções de uso antes da primeira ausência de sangramento de privação ou, se por duas vezes seguidas houver ausência do sangramento, deve-se excluir a presença de gravidez antes de continuar o tratamento com Etonogestrel + Etinilestradiol.

A extensão e o possível papel farmacológico da exposição de parceiros sexuais do sexo masculino ao etinilestradiol e desogestrel através da absorção pelo pênis não foram avaliados.

Em ocasiões muito raras, foram relatados casos de deslocamento de Etonogestrel + Etinilestradiol durante o uso. Considerando que o núcleo de Etonogestrel + Etinilestradiol é sólido, seu conteúdo permanecerá intacto e a liberação dos hormônios não será afetada significativamente. Em caso de deslocamento do anel, poderá ocorrer sua expulsão. Se houver rompimento de Etonogestrel + Etinilestradiol, a mulher deve ser aconselhada a remover o anel quebrado, substituindo-o por um novo.

Foi relatado que Etonogestrel + Etinilestradiol foi expulso, por exemplo, se o anel não foi inserido corretamente, na retirada de absorventes internos, durante a relação sexual ou no caso de constipação crônica grave.

Portanto, é bom hábito a mulher verificar regularmente a presença do Etonogestrel + Etinilestradiol (por exemplo, antes e depois das relações sexuais). Se Etonogestrel + Etinilestradiol foi expelido acidentalmente, a mulher deve seguir as instruções fornecidas.

A lactação pode ser influenciada pelos estrogênios, uma vez que eles podem reduzir a quantidade e alterar a composição do leite materno; portanto, o uso de Etonogestrel + Etinilestradiol não deve ser recomendado até que a mãe tenha completado o período de amamentação desejado. Pequenas quantidades de esteroides anticoncepcionais e/ou de seus metabólitos podem ser excretados no leite, porém, não há evidências de que isso afete adversamente a saúde dos lactentes.

Com base no perfil farmacodinâmico, espera-se que Etonogestrel + Etinilestradiol não apresente qualquer influência sobre o estado de alerta e concentração.

Etonogestrel + Etinilestradiol é medicamento de uso exclusivo em mulheres em idade reprodutiva.

Etonogestrel + Etinilestradiol é produto de uso exclusivo em pacientes em idade fértil.

Etonogestrel + Etinilestradiol é contraindicado em pacientes com doença hepática aguda, ou história de doença hepática enquanto as provas de função hepática não retornarem aos níveis normais.

Os estrogênios podem causar retenção hídrica, portanto, mulheres com disfunção cardíaca ou renal devem ser cuidadosamente observadas. As pacientes portadoras de insuficiência cardíaca latente ou manifesta, disfunção renal ou hipertensão, deverão ser monitoradas.

Resultados de eficácia

Foram realizados estudos clínicos internacionais em mulheres com idades entre 18 e 40 anos. Nesses estudos, o índice geral de Pearl para Etonogestrel + Etinilestradiol atingiu 0,96 (IC95%: 0,64 – 1,39) e 0,64 (IC95%: 0,35 – 1,07) para a análise da população com intenção de tratar (ITT) e pelo protocolo (PP), respectivamente.

Esses valores foram semelhantes aos índices de Pearl obtidos nos estudos comparativos de AHCO (antinconcepcionais hormonais combinados orais) contendo 0,150/0,030 mg de levonorgestrel /etinilestradiol (LNG/EE) e AHCO contendo 3/0,030 mg de drospirenona /etinilestradiol (DRSP/EE).

Os anticoncepcionais combinados administrados por via oral, além da proteção contra a gestação, apresentam várias propriedades as quais, juntamente com as propriedades negativas, podem ser úteis na decisão sobre a escolha do método de planejamento familiar. O ciclo é mais regular, a menstruação frequentemente menos dolorosa e o sangramento em menor quantidade. Este pode resultar em uma redução na ocorrência de deficiência de ferro . Há, ainda, evidência de diminuição do risco de câncer do endométrio e ovário.

Além disso, foi demonstrado que o anticoncepcional oral de maior concentração hormonal (0,05 mg EE) reduz a incidência de cistos de ovário, doenças inflamatórias pélvicas, doença benigna de mama e
gestação ectópica. Não foi confirmado se esses benefícios se aplicam à anticoncepcionais de doses mais baixas.

Características Farmacológicas

Grupo farmacoterapêutico: anel vaginal com progestagênio e estrogênio.

Código ATC: G02BB01.

O etonogestrel é um progestagênio derivado da 19- nortestosterona e liga-se com alta afinidade aos receptores de progesterona nos órgãos-alvo. O etinilestradiol é um estrogênio amplamente utilizado em produtos anticoncepcionais. O efeito anticoncepcional de Etonogestrel + Etinilestradiol é baseado em vários mecanismos, sendo o mais importante deles a inibição da ovulação.

As características de sangramento de Etonogestrel + Etinilestradiol foram comparadas às de um AHCO contendo 0,150/0,030 mg LNG/EE em mais de 1.000 mulheres durante um ano. Os resultados desse estudo mostraram que a incidência de sangramento inesperado e spotting foi significativamente mais baixa nas usuárias de Etonogestrel + Etinilestradiol em comparação com às usuárias de AHCO. Além disso, a incidência de sangramento restrito exclusivamente ao período livre de hormônio foi significativamente mais elevada nas usuárias de Etonogestrel + Etinilestradiol.

Os efeitos de Etonogestrel + Etinilestradiol (n = 76) sobre a densidade mineral óssea (DMO) foram estudados em comparação com um dispositivo intrauterino não-hormonal (DIU) (n = 31) em mulheres por um período de 2 anos. Não foram observados efeitos adversos sobre a massa óssea.

O etonogestrel liberado por Etonogestrel + Etinilestradiol é rapidamente absorvido pela mucosa vaginal.

Concentrações séricas máximas de aproximadamente 1700 pg/mL de etonogestrel são atingidas cerca de uma semana após a inserção e apresentam pequenas flutuações decaindo vagarosamente até aproximadamente 1400 pg/mL após 3 semanas. A biodisponibilidade absoluta é de aproximadamente 100%, maior do que após a administração oral. Foram medidos os níveis de etonogestrel cervicais e intrauterinos em um número pequeno de mulheres que estavam utilizando Etonogestrel + Etinilestradiol ou um anticoncepcional oral contendo 0,150 mg de desogestrel e 0,020 mg de etinilestradiol. Os níveis observados foram comparáveis.

O etonogestrel liga-se à albumina sérica e à globulina transportadora de hormônio sexual (SHBG). O volume de distribuição aparente do etonogestrel é de 2,3 L/kg.

O etonogestrel é metabolizado pelas vias conhecidas de metabolismo de esteroides. A depuração aparente do soro é de cerca de 3,5 L/h. Não foi encontrada nenhuma interação direta com a
administração concomitante de etinilestradiol.

Os níveis séricos de etonogestrel diminuem em duas fases. A fase final de eliminação caracteriza-se por uma meia-vida de, aproximadamente, 29 horas. O etonogestrel e seus metabólitos são excretados em uma razão urinária/biliar de cerca de 1,7:1. A meia-vida da excreção do metabólito é de cerca de 6 dias.

O etinilestradiol liberado por Etonogestrel + Etinilestradiol é rapidamente absorvido pela mucosa vaginal.

Concentrações séricas máximas de aproximadamente 35 pg/mL são atingidas cerca de três dias após a inserção e diminuem para 18 pg/mL após 3 semanas. A biodisponibilidade absoluta é de aproximadamente 56%, comparável à administração oral de etinilestradiol. Foram medidos os níveis de etinilestradiol cervicais e intrauterinos em um número pequeno de mulheres que estava utilizando Etonogestrel + Etinilestradiol ou um anticoncepcional oral contendo 0,150 mg de desogestrel e 0,020 mg de etinilestradiol. Os níveis observados foram comparáveis.

Os níveis séricos de etinilestradiol foram medidos em um estudo randomizado e comparativo entre Etonogestrel + Etinilestradiol (liberação vaginal diária de EE de 0,015 mg), um adesivo transdérmico (norelgestromina/EE; liberação diária de EE de 0,020 mg) e um AHCO (levonorgestrel/EE; liberação diária de EE de 0,030 mg) durante um ciclo, em mulheres sadias. A exposição sistêmica mensal de etinilestradiol (AUC0-infinito) do Etonogestrel + Etinilestradiol foi estatística e significativamente mais baixa do que o adesivo e o AHCO, que foram, respectivamente, de 10,9; 37,4 e 22,5 ng.h/mL.

O etinilestradiol se liga alta, mas não especificamente, à albumina sérica. Foi determinado um volume de distribuição aparente de 15 L/kg.

O etinilestradiol é metabolizado principalmente por hidroxilação aromática, mas é formada uma ampla variedade de metabólitos hidroxilados e metilados, presentes como metabólitos livres e conjugados com sulfatos e glicuronídeos. A depuração aparente é de cerca de 35 L/h.

Os níveis séricos de etinilestradiol diminuem em duas fases. A fase final de eliminação caracteriza-se por uma ampla variação individual da meia-vida, resultando em uma meia-vida média de, aproximadamente, 34 horas. Não há excreção de etinilestradiol inalterado. Os metabólitos do etinilestradiol são excretados a uma razão urinária/biliar de 1,3:1. A meia-vida de eliminação dos metabólitos é de cerca de 1,5 dia.

Com base em estudos convencionais de farmacologia de segurança, toxicidade de dose repetida, genotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade para reprodução, os dados não-clínicos com
etonogestrel e etinilestradiol não revelam qualquer risco especial para seres humanos, além daqueles já conhecidos. Entretanto, deve-se lembrar que os esteroides sexuais podem promover o crescimento de determinados tecidos e tumores dependentes de hormônios.