Ditosilato de Lapatinibe

Princípio/forma ativa - Bula - Ditosilato de Lapatinibe

Para que serve?

Ditosilato de Lapatinibe, em combinação com capecitabina , é indicado no tratamento de pacientes com câncer de mama, avançado ou metastático, cujos tumores apresentem superexpressão da proteína HER2/neu (ErbB2) e que tenham progredido com terapia prévia inclusive com trastuzumabe , em tumores com metástase.

Ditosilato de Lapatinibe, em combinação com trastuzumabe, é indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama metastático negativo para receptores de hormônios, cujos tumores superexpressem HER2/neu (ErB2) e que tenham progredido em terapia prévia com trastuzumabe em combinação com quimioterapia, em tumores com metástase.

Ditosilato de Lapatinibe, em combinação com letrozol , é indicado para mulheres na pós-menopausa, com câncer de mama avançado ou metastático positivo para receptores de hormônios, cujos tumores superexpressem HER2/neu (ErbB2) e para as quais a terapia hormonal é recomendada. Ditosilato de Lapatinibe, em combinação com um inibidor de aromatase, não foi comparado a um regime terapêutico contendo trastuzumabe, no tratamento do câncer de mama metastático.

Contraindicação

Ditosilato de Lapatinibe é contraindicado para pacientes com hipersensibilidade a qualquer componente da formulação.

Categoria D de risco na gravidez.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Posologia e como usar

Uso oral.

O tratamento com Ditosilato de Lapatinibe só deverá ser iniciado por um médico com experiência na administração de substâncias antineoplásicas.

Antes de iniciar o tratamento, deve-se avaliar a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) para assegurar que os valores basais dessa fração estejam dentro dos limites normais. A FEVE deve ser monitorizada continuamente durante todo o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe para assegurar que não ocorra queda abaixo do limite mínimo normal.

Ditosilato de Lapatinibe deve ser tomado com o estômago vazio, isto é, pelo menos 1 hora antes ou 1 hora após uma refeição. A dose diária recomendada de Ditosilato de Lapatinibe não deve ser dividida.

As doses de Ditosilato de Lapatinibe perdidas não devem ser substituídas, retomando-se a dosagem na próxima tomada diária programada.

A bula dos medicamentos usados em combinação com Ditosilato de Lapatinibe deve ser consultada para detalhes sobre sua posologia e dados de segurança.

Posologia do Ditosilato de Lapatinibe

A dose recomendada de Ditosilato de Lapatinibe é de 1.250 mg (total de 5 comprimidos), uma vez por dia, de forma contínua, via oral, quando ingerido em combinação com capecitabina.

A dose recomendada de capecitabina é de 2.000 mg/m 2 por dia, divididos em duas tomadas diárias, com intervalos de 12 horas (ou seja, a administração é de 12 em 12 horas). A capecitabina deve ser usada em intervalos (ou ciclos) de 21 dias, do dia 1 ao dia 14 (do 1º ao 14º dia de cada ciclo), interrompendo-se sua administração do dia 15 ao dia 21 (do 15º ao 21º dia). Em seguida, inicia-se um novo ciclo.

A capecitabina deve ser ingerida com o estômago cheio, isto é, junto com uma refeição ou até meia hora após.

A dose recomendada de Ditosilato de Lapatinibe é de 1000 mg (ou seja, 4 comprimidos) uma vez ao dia continuamente, quando ingerido em combinação com trastuzumabe.

A dose recomendada de trastuzumabe é de 4 mg/kg, como uma dose de ataque intravenosa (IV), seguida de 2mg/kg IV semanalmente.

A dose recomendada de Ditosilato de Lapatinibe é 1500 mg (ou seja, 6 comprimidos) uma vez ao dia, continuamente, quando administrado em combinação com um inibidor da aromatase.

Quando Ditosilato de Lapatinibe for coadministrado com o inibidor de aromatase, letrozol, a dose recomendada de letrozol é 2,5 mg uma vez ao dia. Se Ditosilato de Lapatinibe for coadministrado com um inibidor da aromatase diferente do letrozol, consulte as informações da bula do produto quanto aos detalhes da Posologia na coadministração.

Ditosilato de Lapatinibe deve ser interrompido se as pacientes apresentarem sintomas associados à queda da FEVE classificada pelos Critérios Comuns de Terminologia de Reações Adversas, do Instituto Nacional do Câncer , dos Estados Unidos ( National Cancer Institute Common Terminology Criteria for Adverse Events , NCI/CTCAE), como grau 3 ou superior e em pacientes cuja FEVE fique abaixo do limite inferior de normalidade. Ditosilato de Lapatinibe pode ser reiniciado em uma dose mais baixa (reduzida de 1000 mg/dia para 750 mg/dia, de 1250 mg/dia para 1000 mg/dia ou de 1500 mg/dia para 1250 mg/dia), após um período mínimo de 2 semanas, e se a FEVE voltar ao normal e a paciente estiver assintomática. Com base nos dados atuais, a maioria dos casos de queda da FEVE ocorre nas primeiras 12 semanas de tratamento; no entanto, são limitados os dados sobre exposição no longo prazo.

Ditosilato de Lapatinibe deve ser descontinuado caso as pacientes apresentem sintomas indicativos de doença pulmonar intersticial/pneumonite de grau 3 ou superior pelos critérios NCI/CTCAE.

Ditosilato de Lapatinibe deve ser interrompido em pacientes com diarreia grau 3 do CTCAE NCI ou grau 1 ou 2 com fatores de complicação ( cólica abdominal moderada a severa, náusea ou vômito maior ou igual a grau 2 do CTCAE NCI, diminuição no Performance Status, febre , sepse , neutropenia, sangue das fezes ou desidratação ). Ditosilato de Lapatinibe pode ser reiniciado com doses reduzidas (reduzida de 1000 mg/dia para 750 mg/dia, de 1250 mg/dia para 1000 mg/dia ou de 1500 mg/dia para 1250 mg/dia) se a diarreia passar para grau 1 ou menor.

Ditosilato de Lapatinibe deve ser permanentemente descontinuado em pacientes com diarreia grau 4 do CTCAE NCI.

O tratamento com Ditosilato de Lapatinibe deve ser descontinuado em pacientes que apresentarem rash cutâneo progressivo com bolha ou lesão mucosa.

Pode-se considerar a descontinuação ou interrupção do tratamento com Ditosilato de Lapatinibe se houver toxicidade igual ou superior ao Grau 2 segundo os critérios NCI/CTCAE. A administração pode ser reiniciada na dose padrão de 1000 mg/dia, 1250 mg/dia ou 1500 mg/dia, se a toxicidade melhorar para grau 1 ou menor. Se houver recorrência da toxicidade, o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe deve ser reiniciado em uma dose mais baixa (reduzida de 1000 mg/dia para 750 mg/dia, de 1250 mg/dia para 1000 mg/dia ou de 1500 mg/dia para 1250 mg/dia).

Não há experiência do uso de Ditosilato de Lapatinibe em pacientes com insuficiência renal grave. No entanto, a modificação da dose de Ditosilato de Lapatinibe entre essas pacientes provavelmente não é necessária, uma vez que menos de 2% de uma dose administrada (lapatinibe e metabólitos) é eliminada pelos rins.

O lapatinibe (Ditosilato de Lapatinibe) é metabolizado no fígado . A insuficiência hepática moderada associou-se ao aumento de 56% na exposição sistêmica, enquanto a insuficiência grave relacionou-se a 85% de aumento. A administração de Ditosilato de Lapatinibe a pacientes com insuficiência hepática requer cuidado em virtude da maior exposição.

Pacientes com insuficiência hepática grave (classe C na escala de Child-Pugh) devem reduzir sua dose de Ditosilato de Lapatinibe. A redução da dose de 1250mg/dia para 750 mg/dia ou de 1500mg/dia para 1000mg/dia é prevista em pacientes com insuficiência hepática grave para ajustara AUC para a faixa normal. No entanto, não há dados clínicos sobre esse ajuste de dose para pacientes com insuficiência hepática grave.

A segurança e a eficácia de Ditosilato de Lapatinibe para pacientes pediátricos ainda não foram devidamente estabelecidas.

Existem dados limitados sobre o uso de Ditosilato de Lapatinibe em pacientes com 65 anos ou mais. Ver tabela 7.

Tabela 7. Número de pacientes geriátrico

Idade do Paciente (anos)

≥ 75 anos

Ditosilato de Lapatinibe com capecitabina (n=198)
(EGF100151)

2 (1%)

Ditosilato de Lapatinibe com trastuzumabe (n=148)
(EGF 104900)

6 (4%)

Ditosilato de Lapatinibe com letrozol (n=642)
(EGF30008)

77 (12%)

Ditosilato de Lapatinibe – agente único (n=599)
(EGF20002, EGF20008, EGF20009, EGF103009)

24 (4%)

Não foram observadas diferenças baseadas na idade na segurança ou eficácia desses esquemas de tratamento.

Outros dados relatados da experiência clínica não apontaram diferenças entre as respostas obtidas de pacientes geriátricos e de pacientes mais jovens. Não é possível desconsiderar uma maior sensibilidade em pacientes geriátricos.

Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.

Reações Adversas

A segurança de Ditosilato de Lapatinibe foi avaliada, em monoterapia e combinação com outras substâncias quimioterapêuticas, em vários tipos de câncer, em ≥ 20 mil pacientes, das quais 198 pacientes receberam Ditosilato de Lapatinibe em combinação com capecitabina, 149 pacientes receberam Ditosilato de Lapatinibe em combinação com trastuzumabe, e 654 pacientes receberam Ditosilato de Lapatinibe em combinação com letrozol.

Reações Adversas a Medicamentos (RAMs) dos estudos clínicos estão listadas de acordo com a classe dos sistemas de órgãos do MedDRA nas Tabelas 8-12.

Tabela 8 –Reações adversas relatadas associadas a Ditosilato de Lapatinibe

Distúrbios do sistema imunológico

Distúrbios cardíacos

Distúrbios respiratórios, toráxicos e mediastinais

Distúrbios gastrointestinais

Distúrbios hepatobiliares

Distúrbios do tecido cutâneo e subcutâneo

Distúrbios gerais e condições no local de administração

1 Ver Contraindicações.
2 Reduções da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ocorreram em cerca de 1% das pacientes e se mostraram assintomáticas em ≥ 70% dos casos. Essas reações foram resolvidas ou melhoraram em ≥ 70% dos casos mediante a descontinuação do tratamento com Ditosilato de Lapatinibe. Observaram-se reduções sintomáticas da FEVE em cerca de 0,3% das pacientes que receberam Ditosilato de Lapatinibe. Os eventos adversos observados incluíram dispneia, insuficiência cardíaca e palpitações. Todos os eventos foram imediatamente resolvidos com a descontinuação de Ditosilato de Lapatinibe.
3 A diarreia e a erupção cutânea foram, em geral, reações leves (a maioria dos eventos foram grau 1 ou 2) e não resultaram na descontinuação do tratamento com Ditosilato de Lapatinibe. A diarreia responde satisfatoriamente ao tratamento proativo. As erupções cutâneas se mostraram em sua maioria transitórias.
4 ALT ou AST >3 vezes o limite superior da faixa normal e bilirrubina total >1,5 vez o limite superior da faixa normal ou eventos hepatobiliriares graves associados a Ditosilato de Lapatinibe ou casos da lei de Hy.
5 Níveis elevados de bilirrubina podem ser devidos à inibição, por parte do lapatinibe, da captação hepática por OATP1B1 ou pela inibição de excreção da bile por Pgp ou BCRP.

Além das reações adversas observadas com o uso de Ditosilato de Lapatinibe em monoterapia, as reações adversas relatadas a seguir foram associadas ao uso de Ditosilato de Lapatinibe em combinação com capecitabina com diferença de frequência ≥5% em comparação ao uso isolado de capecitabina. Esses dados baseiam-se na exposição de 198 pacientes à combinação.

Tabela 9 – Reações adversas com diferença de frequência ≥ 5% em comparação ao uso isolado de capecitabina

Distúrbios gastrointestinais

Distúrbios do tecido cutâneo e subcutâneo

Tabela 10 – Reações adversas adicionais com uma frequência similar para a combinação comparada ao uso da capecitabina em monoterapia

Distúrbios psiquiátricos

Distúrbios do sistema nervoso

Distúrbios gastrointestinais

Distúrbios do tecido cutâneo e subcutâneo

Distúrbios musculoesqueléticos e do tecido conjuntivo

Distúrbios gerais e condições no local de administração

Além das reações adversas observadas com o uso de Ditosilato de Lapatinibe em monoterapia, não houve relatos de reações adversas adicionais associadas com Ditosilato de Lapatinibe em combinação com trastuzumabe. Houve um aumento na incidência de toxicidade cardíaca, mas esses eventos foram de natureza e gravidade comparáveis àquelas relatadas no programa clínico de Ditosilato de Lapatinibe. Esses dados baseiam-se na exposição de 149 pacientes a essa combinação no estudo principal.

Além das reações adversas observadas com o uso de Ditosilato de Lapatinibe em monoterapia, as seguintes reações adversas foram relatadas associadas à combinação de Ditosilato de Lapatinibe com letrozol, com diferença de frequência de ≥5% em comparação ao uso isolado de letrozol. Esses dados baseiam-se na exposição de 654 pacientes à combinação.

Tabela 11 – Reações adversas com uma diferença de frequência de ≥ 5% em comparação ao uso isolado de letrozol

Distúrbios respiratórios, torácicos e mediastinais

Distúrbios do tecido cutâneo e subcutâneo

As reações adversas a seguir são da experiência pós-comercialização com Ditosilato de Lapatinibe por relatórios de casos espontâneos e casos de literatura. Uma vez que essas reações foram relatadas voluntariamente, de uma população de tamanho impreciso, não é possível estimar com segurança a frequência destas, assim, a frequência é desconhecida. As reações adversas estão listadas de acordo com a classe dos sistemas de órgãos do MedDRA.

Dentro de cada classe do sistema de órgãos, as reações adversas são apresentadas por ordem decrescente de gravidade.

Tabela 12 – Reações adversas a partir de relatos espontâneos e literatura (frequência não conhecida)

Distúrbios cardíacos

Reações adversas cutâneas graves, incluindo Síndrome de Stevens Johnson (SJS) e necrólise epidermal tóxica (TEN)

Atenção: este produto é um medicamento que possui nova indicação terapêutica no país, e embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, notifique os eventos adversos pelo Sistema de Notificação de Eventos Adversos a Medicamentos – VIGIMED, disponível em http://portal.anvisa.gov.br/vigimed, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Superdose

Não existe antídoto específico da inibição de EGFR (ErbB1) e/ou fosforilação da tirosina HER2/neu (ErbB2). A dose oral máxima de Ditosilato de Lapatinibe administrada em estudos clínicos foi de 1.800 mg, uma vez por dia.

A ingestão de Ditosilato de Lapatinibe com mais frequência do que o recomendado pode resultar em concentrações séricas superiores às observadas em estudos clínicos; assim, se o paciente deixar de tomar uma dose, ela não deve ser reposta, e a dosagem diária programada deve ser retomada.

Casos sintomáticos e assintomáticos de superdose têm sido relatados com Ditosilato de Lapatinibe. Os sintomas observados incluem as reações já conhecidas associadas ao Ditosilato de Lapatinibe e, em alguns casos, ferida no couro cabeludo, taquicardia sinusal (com ECG normal) e/ou inflamação da mucosa.

Lapatinibe (Ditosilato de Lapatinibe) não apresenta excreção renal significativa e é fortemente ligado às proteínas plasmáticas; portanto, não se espera que a hemodiálise acelere a eliminação do lapatinibe.

Em caso de superdosagem, o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe deve ser suspenso até a resolução dos sintomas. Procedimentos adicionais devem ser realizados conforme clinicamente indicado ou conforme recomendado por centros de intoxicações, quando estes estiverem disponíveis.

Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa

O lapatinibe é metabolizado principalmente pela enzima CYP3A. Assim sendo, os inibidores e os indutores dessa enzima podem alterar a farmacocinética do lapatinibe.

Em voluntários sadios tratados com cetoconazol , um inibidor de CYP3A4, na dosagem de 200 mg (duas doses diárias) durante 7 dias, a exposição sistêmica ao lapatinibe aumentou cerca de 3,6 vezes e a meia-vida cerca de 1,7 vez.

A administração concomitante de Ditosilato de Lapatinibe com inibidores de CYP3A4 conhecidos (como eritromicina , telitromicina, cetoconazol, itraconazol , posaconazol , voriconazol , suco de toranja [grapefruit], ritonavir , saquinavir, cisaprida, verapamil , pimozida , nefazodona, ciclosporina ) requer cautela; a resposta clínica e os eventos adversos devem ser cuidadosamente monitorados.

Se as pacientes tiverem de receber em coadministração um inibidor potente de CYP3A4, deve-se avaliar a necessidade de reduzir a dose de Ditosilato de Lapatinibe para 500 mg/dia. Com base em estudos de farmacocinética, prevê-se que essa redução da dose do lapatinibe ajuste a AUC do fármaco à faixa observada sem inibidores. No entanto, não há nenhum dado clínico desse ajuste de dose em pacientes tratadas com inibidores potentes de CYP3A4. Em caso de descontinuação do inibidor potente, deve-se observar um período de washout de aproximadamente 1 semana antes que a dose de Ditosilato de Lapatinibe seja aumentada até a dose indicada.

Em voluntários sadios recebendo carbamazepina , um indutor de CYP3A4, nas dosagens de 100 mg (duas doses diárias) durante 3 dias e de 200 mg (duas doses diárias) por 17 dias, a exposição sistêmica ao lapatinibe diminuiu cerca de 72%.

A coadministração de Ditosilato de Lapatinibe e de indutores conhecidos de CYP3A4 (como rifampicina , rifabutina , fenitoína , carbamazepina ou Hypericum perforatum [Erva de São João]) requer cautela; controlando-se cuidadosamente a resposta clínica e as reações adversas.

Se as pacientes tiverem de receber em coadministração um indutor potente de CYP3A4, o médico deve avaliar a necessidade de titulação da dose de Ditosilato de Lapatinibe gradativamente, de 1.250 mg/dia a 4.500 mg/dia ou de 1500mg/dia a 5500mg/dia, levando-se em conta a tolerabilidade. Com base em estudos de farmacocinética, prevê-se que essa dose de Ditosilato de Lapatinibe ajuste a AUC do fármaco à faixa observada sem indutores. No entanto, não há nenhum dado clínico desse ajuste de dose em pacientes tratados com indutores potentes de CYP3A4. Em caso de descontinuação do indutor potente, deve-se reduzir a dose do lapatinibe durante aproximadamente2 semanas até atingir a dose indicada.

O pré-tratamento com um inibidor da bomba de prótons (esomeprazol) diminuiu a exposição ao lapatinibe em 27% em média (faixa: 6% a 49%). Esse efeito se reduz com o avanço da idade, aproximadamente dos 40 aos 60 anos. Portanto, cautela é necessária quando se usa Ditosilato de Lapatinibe em pacientes pré-tratados com inibidores da bomba de prótons.

O lapatinibe inibe as enzimas CYP3A4 e in vitro em concentrações clinicamente relevantes. A coadministração de Ditosilato de Lapatinibe com midazolam oral resultou em um aumento aproximado de 45% na área sob a curva (AUC, na sigla em inglês) de midazolam. Não houve aumento clínico significativo na AUC de midazolam, quando este foi administrado por via intravenosa. Portanto, a co-administração de Ditosilato de Lapatinibe com medicamentos orais com janelas terapêuticas estreitas que sejam substratos dessas enzimas requer cautela.

O lapatinibe inibe a enzima CYP2C8 in vitro em concentrações clinicamente relevantes. Portanto, a coadministração de Ditosilato de Lapatinibe com medicamentos que sejam substratos da enzima CYP2C8 e que possuam janelas terapêuticas estreitas, como cisaprida, pimozida e quinidina (substratos da CYP3A4) e repaglinida (substrato da CYP2C8) requer cautela.

Uma vez que lapatinibe inibe a enzima CYP2C8 e/ou a glicoprotéina P (Pgp), a administração concomitante de Ditosilato de Lapatinibe com paclitaxel intravenoso aumentou em 23% a exposição do último. Durante os estudos clínicos houve um aumento na incidência e gravidade de diarreia e neutropenia para esta combinação. Portanto, a administração concomitante de Ditosilato de Lapatinibe com paclitaxel deve ser feita com cautela.

A administração concomitante de Ditosilato de Lapatinibe com docetaxel intravenoso não afetou significativamente a AUC ou C máx de ambas as substâncias. Entretanto, houve aumento na ocorrência de neutropenia docetaxel-induzida.

A administração concomitante de Ditosilato de Lapatinibe com irinotecano (quando administrado como parte do regime quimioterápico FOLFIRI) resultou em um aumento aproximado de 40% na AUC do metabólito ativo do irinotecano, SN-38. O mecanismo exato dessa interação é desconhecido. Portanto, a administração concomitante de Ditosilato de Lapatinibe com irinotecano deve ser feita com cautela.

A administração concomitante de Ditosilato de Lapatinibe com capecitabina ou trastuzumabe não alterou significativamente a farmacocinética dessas substâncias (ou os metabólitos da capecitabina) nem do lapatinibe.

O lapatinibe é um substrato das proteínas de transporte Pgp, BCRP (proteína resistente ao câncer de mama). Os inibidores e os indutores dessas proteínas podem, portanto, alterar a exposição e/ou a distribuição do lapatinibe.

O lapatinibe inibe a proteína de transporte Pgp in vitro em concentrações clinicamente relevantes. A administração concomitante de Ditosilato de Lapatinibe com digoxina oral resultou em um aumento de 98% na AUC da digoxina. Portanto, a co-administração de Ditosilato de Lapatinibe com medicamentos com janelas terapêuticas estreitas que sejam substratos da Pgp (por exemplo, quinidina) requer cautela.

O lapatinibe inibe as proteínas de transporte BCRP e OATP1B1 in vitro . A relevância clínica desse efeito não foi avaliada. Não se pode excluir a possibilidade de que o lapatinibe afete a farmacocinética de substratos, de BCRP (como a topotecana, quinidina) e de OATP1B1 (como a rosuvastatina ).

Precauções

Ditosilato de Lapatinibe associa-se a relatos de redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). Dessa forma, este medicamento deve ser administrado com cautela a pacientes que apresentem condições clínicas que possam prejudicar a função do ventrículo esquerdo. A FEVE deve ser avaliada em todas as pacientes antes de iniciar o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe para assegurar que a fração basal esteja dentro dos limites normais. A FEVE deve ser continuamente avaliada durante o uso de Ditosilato de Lapatinibe para assegurar que não caia a níveis inaceitáveis.

Em estudos conduzidos durante o programa de desenvolvimento clínico para Ditosilato de Lapatinibe, eventos cardíacos, incluindo reduções da FEVE, foram relatados em aproximadamente 1% das pacientes. Reduções sintomáticas da FEVE foram observadas em aproximadamente 0,3% das pacientes tratadas com Ditosilato de Lapatinibe. No entanto, quando Ditosilato de Lapatinibe foi administrado em combinação com trastuzumabe em condições de metástase, a incidência de eventos cardíacos, incluindo reduções da FEVE, foi mais alta (7%), quando comparada ao grupo tratado com Ditosilato de Lapatinibe como monoterapia (2%) no estudo principal. Os eventos cardíacos observados nesse estudo mostraram natureza e gravidade comparáveis àquelas observadas anteriormente com Ditosilato de Lapatinibe.

Uma elevação do intervalo QTc, concentração-dependente, foi observada em um estudo dedicado, controlado com placebo, com cross-over em pacientes com tumor sólido avançado. Devem ser tomadas precauções se Ditosilato de Lapatinibe for administrado a pacientes que tenham ou possam desenvolver prolongamento do intervalo QTc. Isso pode incluir pacientes com hipocalemia ou hipomagnesemia, síndrome congênita do QT longo e pacientes administrando antiarrítmicos ou outros medicamentos que podem causar prolongamento do intervalo QT. Hipocalemia, hipocalcemia e hipomagnesemia devem ser tratados antes do início do tratamento com Ditosilato de Lapatinibe.

Ditosilato de Lapatinibe associa-se também com relatos de doença pulmonar intersticial e pneumonite. As pacientes devem ser monitorizadas para detecção de sintomas pulmonares indicativos de doença pulmonar intersticial e pneumonite.

Observou-se hepatotoxicidade (ALT ou AST >3 vezes o limite superior da faixa normal e bilirrubina total >1,5 vez o limite superior da faixa normal) em estudos clínicos (<1% das pacientes) e na prática pós-comercialização. A hepatotoxicidade pode ser grave, e houve relatos de morte, embora a relação com Ditosilato de Lapatinibe seja incerta. A hepatotoxicidade pode ocorrer depois de alguns dias ou até vários meses após o início do tratamento.

Os testes de função hepática (transaminases, bilirrubina e fosfatase alcalina) devem ser monitorizados antes do início do tratamento, a cada quatro ou seis semanas durante o tratamento e conforme indicação clínica. Se as alterações da função hepática forem graves, deve-se descontinuar o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe, e as pacientes não mais receberão o fármaco.

Pacientes que apresentam os alelos HLA como DQA1*02:01 e DRB*07:01 possuem um maior risco de hepatotoxicidade associada ao uso de Ditosilato de Lapatinibe. Em um grande estudo randomizado de Ditosilato de Lapatinibe em monoterapia (n=1.194), o risco global de dano hepático (ALT > 5 x o limite máximo normal, grau 3 CTCAE NCI) foi 2% (1:50), o risco nos portadores de DQA1*02:01 e DRB*07:01 foi de 8% (1:12) e o risco de não portadores foi de população hispânica. No entanto, é baixa (1%) na população japonesa.

Se for necessário administrar Ditosilato de Lapatinibe a pacientes com insuficiência hepática grave, recomenda-se a redução da dose. Se houver desenvolvimento de hepatotoxicidade grave durante o tratamento, deve-se descontinuar permanentemente a administração de Ditosilato de Lapatinibe.

O uso de Ditosilato de Lapatinibe tem sido associado à diarreia, incluindo diarreia grave.

Diarreia pode ser grave e casos de óbito foram relatados. A diarreia normalmente ocorre no início do tratamento com Ditosilato de Lapatinibe e, em aproximadamente metade desses pacientes a diarreia inicia-se nos primeiros seis dias. Esta dura, geralmente, 4 a 5 dias. A diarreia induzida pelo uso de Ditosilato de Lapatinibe é normalmente de baixo grau, com diarreia grave de grau 3 ou 4 CTCAE NCI ocorrendo em <10% e <1% dos pacientes, respectivamente. A identificação e a intervenção precoces são essenciais no tratamento ideal da diarreia. Os pacientes devem ser instruídos a relatar imediatamente qualquer alteração dos padrões intestinais. Recomenda-se o tratamento imediato da diarreia com agentes antidiarreicos, como loperamida , depois da primeira evacuação sem formação de bolo fecal. O tratamento imediato dessa reação com antidiarreicos, como loperamida, após a primeira alteração nas fezes é recomendado.

Quadros graves de diarreia podem exigir a administração oral ou intravenosa de fluidos e eletrólitos, uso de antibióticos como fluoroquinolona (especialmente se a diarreia persistir por mais de 24 horas, com febre ou neutropenia grau 3 ou 4) ou interrupção ou descontinuação de Ditosilato de Lapatinibe.

Reações cutâneas graves foram relatadas com o uso de lapatinibe. Em caso de suspeita de eritema multiforme ou reações de risco à vida, como Síndrome de Stevens-Johnson ou Necrólise Epidermal Tóxica (ex. rash cutâneo progressivo com bolha ou lesão mucosa frequente), o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe deve ser descontinuado.

Administração concomitante de inibidores ou indutores de CYP3A4 requer cautela devido ao risco de aumento ou de redução da exposição ao Ditosilato de Lapatinibe, respectivamente.

A segurança e a eficácia de Ditosilato de Lapatinibe em pacientes pediátricos ainda não foram devidamente estabelecidas.

Existem dados limitados sobre o uso de Ditosilato de Lapatinibe em pacientes com 65 anos ou mais.

Não há estudos sobre o efeito de Ditosilato de Lapatinibe na capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Não se pode estimar nenhum efeito prejudicial sobre essas habilidades com base na farmacologia de Ditosilato de Lapatinibe. O médico deve levar em conta a condição clínica do paciente e o perfil de reações adversas de Ditosilato de Lapatinibe ao considerar a necessidade do paciente de executar tarefas que exijam habilidades motoras, cognitivas ou de tomada de decisão.

Nenhum efeito neurológico, respiratório ou cardiovascular foi identificado em um painel de estudos farmacológicos in vitro ou em estudos em animais in vivo com lapatinibe.

O lapatinibe foi avaliado em estudos de toxicidade de dose repetida por até 6 meses em ratos e até 9 meses em cachorros . Os efeitos principais relacionados ao tratamento foram inflamação e atrofia da pele e estruturas anexiais, degeneração e inflamação do trato gastrointestinal e órgãos digestivos acessórios (incluindo fígado), glândula mamária e próstata. Os efeitos foram observados em dosde ≥ 60 mg/kg/dia em ratos e ≥ 40 mg/jg/dia em cachorros.

O NOAEL em ratos machos e fêmeas foi 60 mg/kg/dia e 10 mg/kg/dia, respectivamente, com AUC estimada de 24,7 microgramas.h/mL e 25,1 microgramas.h/mL, respectivamente. O NOAEL em cachorros machos e fêmeas foi 10 mg/kg/dia com AUC estimada de 5,4 microgramas.h/mL e 8,2 microgramas.h/mL, respectivamente. A exposição sistêmica correspondente nesses níveis de doses foram 0,5 e 0,6 vezes a exposição clínica humana para ratos machos e fêmeas, respectivamente, e 0,1 e 0,2 vezes a exposição clínica humana para cachorros machos e fêmeas, respectivamente.

Em estudos de carcinogenicidade oral com lapatinibe, lesões cutâneas graves foram observadas com as doses mais altas testadas (150 e 300 mg/kg/dia em camundongos macho e 300 mg/kg/dia em camundongos fêmea, e 500mg/kg/dia em ratos macho e 300 mg/kg/dia em ratos fêmea). Comparado às doses em humanos 1250 mg de Ditosilato de Lapatinibe e 2000 mg/m 2 de capecitabina, estas doses produziram exposições com base na AUC até 1,7 vezes maior em camundongos e ratos do sexo masculino, e até 12 vezes maior em ratas. Não houve evidência de carcinogenicidade em ratos. Nestes, um aumento na incidência de hemangioma benigno dos linfonodos mesentéricos,ocorreu em machos que receberam 120 mg/kg/dia e fêmeas que receberam 180 mg/kg/dia, mas foi dentro do controle histórico da escala de fundo.

Houve também um aumento de infartos e necrose papilar renal em ratos fêmeas com doses ≥ 60 mg/kg/dia e 180 mg/kg/dia, respectivamente (aproximadamente 5,8 a 8,2 vezes a exposição clínica em humanos recebendo 1250 mg de lapatinibe e 2000 mg/m 2 de capecitabina, respectivamente.

A relevância desses achados renais em humanos é incerta.

Não houve nenhum efeito sobre a função gonadal, o acasalamento ou a fertilidade em machos ou fêmeas de ratos em doses até 120 mg/kg/dia (fêmeas) e até 180 mg/kg/dia (machos) (6,4 e 2,3 vezes a exposição clínica prevista em seres humanos tratados com 1250 mg de lapatinibe e 2000 mg/m² de capecitabina, respectivamente). O efeito sobre a fertilidade humana é desconhecido.

O lapatinibe não foi clastogênico nem mutagênico em uma bateria de ensaios, incluindo o ensaio de aberrações cromossômicas em hamsters chineses, o ensaio de Ames, o ensaio de aberrações cromossômicas em linfócitos periféricos humanos e um ensaio de aberrações cromossômicas em medula óssea de ratos in vivo .

Não existem dados suficientes em mulheres grávidas expostas ao lapatinibe para avaliar os riscos. Mulheres grávidas devem ser aconselhadas do risco potencial para o feto e Ditosilato de Lapatinibe deve ser usado durante a gravidez somente se os benefícios esperados para os pacientes justificarem o risco potencial ao feto.

Ditosilato de Lapatinibe não se mostrou teratogênico quando estudado em fêmeas grávidas de ratos e coelhos, mas causou anormalidades menores com doses consideradas tóxicas para as mães.

Em estudos de desenvolvimento embrionário, ratas e coelhas, animais grávidas, receberam doses orais de 30, 60 e 120 mg/kg/dia durante a organogênese.

Não foram observados efeitos teratogênicos, no entanto, anomalias menores (do lado esquerdo da artéria umbilical, costela cervical e ossificação precoce) ocorreram em ratas na dose tóxica materna de 120 mg/kg/dia (aproximadamente 6,4 vezes a exposição clínica humana com base na AUC após uma dose de 1250 mg de lapatinibe e mais capecitabina).

Em coelhas, o lapatinibe foi associado com toxicidade materna em 60 e 120 mg/kg/dia (aproximadamente 0,07 e 0,2 vezes a exposição clínica humana, respectivamente, com base na AUC após uma dose 1250 mg de lapatinibe e mais capecitabina) e de abortos a 120 mg/kg/dia. A toxicidade materna foi associada com a diminuição do peso corporal fetal, e variações esqueléticas menores.

Em um estudo do desenvolvimento pré e pós-natal, ratas receberam doses orais de 20, 60 e 120 mg/kg/dia da gestação até o desmame. A dose de 60 e 120 mg/kg/dia (aproximadamente 3,3 vezes e 6,4 vezes a exposição clínica humana, respectivamente, com base na AUC após uma dose de 1250 mg de lapatinibe e mais capecitabina) levaram a uma diminuição na sobrevivência pós-natal F1 (91% e 34% dos filhotes morreram no quarto dia após o nascimento, com as doses de 60 e 120 mg/kg/dia, respectivamente). A maior dose que não teve efeito para este estudo foi de 20 mg/kg/dia (aproximadamente igual a exposição humana clínica com base na AUC).

Não há dados sobre a presença de lapatinibe no leite humano, ou do efeito do lapatinibe no lactente amamentando, ou na produção de leite. Uma vez que muitas substâncias são transferidas no leite humano e em virtude do potencial do lapatinibe de causar reações adversas graves em crianças na fase da amamentação, aconselha-se que a mulher não amamente durante o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe ou por pelo menos 5 dias após a última dose.

Com base nos achados em estudos com animais, o lapatinibe pode causar dano fetal. Mulheres com potencial reprodutivo devem ser aconselhadas a usar contracepção efetiva (métodos que resultam em menos de 1% de taxas de gravidez) durante o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe ou por pelo menos 5 dias após a última dose.

O efeito de lapatinibe na fertilidade humana é desconhecido. Não existem efeitos sobre a função gonadal de ratos, acasalamento ou fertilidade em doses até 120 mg/kg/dia em fêmeas e 180 mg/kg/dia em machos (aproximadamente 6,4 vezes e 2,6 vezes a exposição clínica humana esperada com base na AUC após uma dose de 1250 mg de lapatinibe mais capecitabina).

No entanto, quando ratas fêmeas recebem doses orais de lapatinibe durante a amamentação e os primeiros 6 dias de gestação, uma diminuição significante na sobrevivência dos fetos é observada com doses de 120 mg/kg/dia e no peso corporal fetal com doses de 60 mg/kg/dia (aproximadamente 6,4 vezes e 3,3 vezes a exposição clínica humana esperada, respectivamente, com base na AUC após uma dose de 1250 mg de lapatinibe mais capecitabina).

Categoria D de risco na gravidez.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Resultados de Eficácia

Dados de dois estudos randomizados em cenário metastático mostraram que Ditosilato de Lapatinibe em combinação com quimioterapia é menos efetivo que trastuzumabe combinado a quimioterapia.

O lapatinibe não é indicado em cenário de adjuvância.

A eficácia e a segurança de Ditosilato de Lapatinibe em combinação com capecitabina no tratamento de câncer de mama foram avaliadas em um estudo clínico randomizado. Participaram do estudo pacientes com câncer de mama metastático ou localmente avançado, com superexpressão de ErbB2 (IHC 3+ ou IHC 2+ e FISH positivo) e em progressão após tratamento anterior com taxanos, antraciclinas e trastuzumabe. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) foi avaliada em todas as pacientes por meio de ecocardiograma [ECG] ou de cintilografia de perfusão do miocárdio (MUGA, na sigla em inglês) antes do início do tratamento com Ditosilato de Lapatinibe para assegurar que a FEVE basal estivesse dentro dos limites normais.

Em estudos clínicos, a FEVE foi monitorizada em intervalos de aproximadamente oito semanas durante o tratamento com lapatinibe para assegurar que não houvesse declínio da fração para níveis menores que o limite inferior de normalidade. Observou-se a maioria dos casos de declínio da FEVE (mais de 60% dos eventos) durante as primeiras nove semanas de tratamento, mas os dados disponíveis sobre a exposição a longo prazo eram limitados.

A distribuição das pacientes foi aleatória para receber Ditosilato de Lapatinibe em regime de 1.250 mg uma vez por dia (continuamente) em combinação com capecitabina (2.000 mg/m 2 /dia nos dias 1 a 14 a cada 21 dias) ou somente capecitabina (2.500 mg/m 2 /dia nos dias 1 a 14 a cada 21 dias). O tratamento do estudo foi administrado até a progressão da doença ou abandono do paciente por alguma outra razão. O objetivo primário (primary endpoint) foi o Tempo Para Progressão (TTP, na sigla em inglês) da doença, e os resultados apresentados abaixo se basearam na revisão conduzida por um comitê de revisão independente. Uma análise interina pré-especificada foi conduzida com a data de corte de 15 de Novembro de 2005. Esta mostrou um aumento no TTP (representando uma redução de 51% do risco de ter progressão) para pacientes administrados com Ditosilato de Lapatinibe em combinação com capecitabina, comparado a capecitabina em monoterapia.

Tabela 1: Dados-Chave de Eficácia do Estudo de Ditosilato de Lapatinibe/capecitabina

Resultados de eficácia

Monoterapia com capecitabina
(N=161)

Tempo Para Progressão

Progressão ou morte em decorrência do câncer de mama

45%

Tempo Para Progressão mediano (semanas)

19,1

Hazard ratio , IC 95% (valor p)

Taxa de Resposta Global, IC 95%

14,3%
(9,3; 20,7)

Duração de Resposta Mediana (semanas)

30,7

IC = Intervalo de confiança.

Uma análise subsequente foi feita com a data de corte de 03 de Abril de 2006 (a data em que o recrutamento para o estudo foi encerrado). Nesta data, 399 pacientes tinham sido recrutados (198 no braço da combinação e 201 no braço de controle). Uma análise feita pelo comitê de revisão independente confirmou um aumento no TTP para pacientes tratadas com Ditosilato de Lapatinibe em combinação com capecitabina (com uma redução de 43% no risco de progressão da doença), em comparação com a monoterapia com capecitabina (p=0,00013). A mediana no TTP foi 27,2 e 18,6, a resposta global foi 23,8% e 13.9%, a duração de resposta mediana foi 32,1 e 30,6 semanas para Ditosilato de Lapatinibe(substância ativa) em combinação com capecitabina e capecitabina em monoterapia, respectivamente.

No grupo de tratamento combinado houve 4 (2%) progressões da doença no sistema nervoso central , em comparação a 13 (6%) progressões observadas no grupo tratado somente com capecitabina, conforme avaliado pelo comitê de revisão independente.

Na ocasião em que o recrutamento foi encerrado para o estudo (03 de Abril de 2006), 399 pacientes foram randomizadas para inclusão no estudo e outros 9 pacientes estavam sendo submetidas à triagem. O tratamento combinado foi oferecido às 9 pacientes em triagem e a todos aqueles que já estavam recebendo monoterapia com capecitabina. No total, 207 pacientes foram designadas para o tratamento combinado e 201 pacientes para a monoterapia com capecitabina.

Um resumo da análise dos dados de sobrevida até 1º de Outubro é exposto na Tabela 2.

Tabela 2. Dados de Sobrevida Global do estudo EGF 100151 (Ditosilato de Lapatinibe/capecitabina)

Monoterapia com capecitabina (N=201)

Sobrevida Global

Morreram

86%

Sobrevida Global Mediana (semanas)

64,7

Hazard ratio , IC 95% (valor p)

IC = intervalo de confiança.

Depois que o estudo foi encerrado, 36 pacientes foram transferidas do tratamento com capecitabina para o tratamento com lapatinibe + capecitabina. Dessas pacientes, 26 foram transferidas antes da progressão da doença, enquanto recebiam a monoterapia com capecitabina. Para isolar o efeito do tratamento em presença de cross-over, foi conduzida uma análise de regressão de Cox, considerando o cross-over como uma covariada dependente do tempo e o efeito do tratamento. Os resultados dessa análise indicam uma redução clinicamente relevante de 20% no risco de morte, com um Hazard ratio de 0.80 [intervalo de confiança (IC) de 95%: 0,64; 0,99; p=0,043].

Um Estudo de Fase III randomizado (EGF111438) (N=540) comparou o efeito de lapatinibe em combinação com capecitabina em relação à trastuzumabe em combinação com capecitabina na incidência de SNC como local da primeira recidiva em mulheres com câncer de mama metastático com superexpressão do HER2. As pacientes foram randomizadas para receber lapatinibe 1250 mg uma vez ao dia (de forma contínua) mais capecitabina (2000 mg/m 2 /dia nos dias 1-14 a cada 21 dias) ou trastuzumabe (dose de ataque de 8 mg/kg seguida por infusões de 6 mg/kg a cada 3 semanas) mais capecitabina (2500 mg/m 2 /dia, dias 1-14, a cada 21 dias). A randomização foi estratificada por tratamento anterior com trastuzumabe e número de tratamentos anteriores para doença metastática (nenhum versus ≥1ª linha).

O estudo foi interrompido quando uma análise interina pré-planejada (N=475) revelou eficácia superior do braço de trastuzumabe mais capecitabina e baixa incidência de eventos do SNC.

A análise final confirmou que os resultados do desfecho primário foram inconclusivos devido ao baixo número de eventos de SNC [8 pacientes (3,2%) no braço de lapatinibe mais capecitabina apresentaram metástase no SNC como local da primeira progressão em comparação a 12 pacientes (4,8%) no braço de trastuzumabe mais capecitabina]. Os resultados finais da sobrevida livre de progressão e sobrevida global são apresentados na tabela 3. A análise final confirmou a eficácia superior do braço de trastuzumabe mais capecitabina.

Tabela 3. Análise da Sobrevida Livre de Progressão (PFS) e Sobrevida Global (OS) Avaliadas pelo Investigador no Estudo EGF111438

PFS Avaliada pelo Investigador

Sobrevida Global

lapatinibe +
capecitabina

trastuzumabe +
capecitabina

Todos os pacientes

Estimativa de Kaplan-Meier, meses a

Razão de risco estratificada b

HR (IC de 95%)

0,021

0,095

Pacientes que receberam trastuzumabe anteriormente

1,13 (0,85, 1,50)

1,18 (0,76, 1,83)

Pacientes que não receberam trastuzumabe anteriormente

HR (IC de 95%)

1,70 (1,15, 2,50)

1,67 (0,94, 2,96)

IC = Intervalo de confiança.
a. PFS foi definida como o tempo desde a randomização até a data mais antiga de progressão da doença ou óbito devido a qualquer causa ou até a data de censura.
b. Estimativa de Pike da taxa de risco do tratamento, > 1 indica um risco mais elevado para Lapatinibe mais capecitabina em comparação a Trastuzumabe mais capecitabina.
1. Evento PFS é Progressão ou Óbito e evento OS é óbito devido a qualquer causa.
2. NE=Mediana não foi alcançada.

Em termos de resposta objetiva, a monoterapia com lapatinibe demonstrou atividade mínima no tratamento de metástases no SNC bem estabelecidas.

Lapatinibe não é recomendado para a prevenção de metástases no SNC.

1. A Phase III, Randomized, Open-Label, Multicenter Study Comparing GW572016 and Capecitabine (Xeloda) versus Capecitabine in Women with Refractory Advanced or Metastatic Breast Cancer. Study EGF100151. Report UM2004/00001/00.

A eficácia e a segurança de Ditosilato de Lapatinibeem combinação com trastuzumabe em câncer de mama metastático foram avaliadas em um estudo randomizado. As pacientes elegíveis eram mulheres com câncer de mama metastático em estágio IV, com amplificação do gene ErbB2 (ou com superexpressão de proteína), que haviam sido expostas a tratamento com antraciclinas ou taxanos. Além disso, de acordo com o protocolo, os investigadores deviam atestar que as pacientes mostraram progressão no esquema de tratamento mais recente contendo trastuzumabe em condições metastáticas. O número mediano de esquemas de tratamento anteriores contendo trastuzumabe em condições de metástase foi três. As pacientes foram randomizadas para receber Ditosilato de Lapatinibe1000 mg por via oral uma vez ao dia com trastuzumabe 4 mg/kg, administrado como uma dose de ataque intravenosa (IV), seguida de 2 mg/kg IV semanalmente (N=148), ou Ditosilato de Lapatinibe1500 mg por via oral uma vez ao dia (N=148).

As pacientes que tiveram progressão objetiva da doença após receber tratamento por pelo menos 4 semanas com Ditosilato de Lapatinibe como monoterapia eram elegíveis para passar para o tratamento combinado. Das 148 pacientes que foram tratadas com a monoterapia, 77 (52%) escolheram, na ocasião da progressão da doença, receber o tratamento combinado.

O objetivo primário desse estudo foi avaliar e comparar a Sobrevida Livre de Progressão (PFS) em pacientes com câncer de mama metastático tratadas com Ditosilato de Lapatinibee trastuzumabe, em comparação com a monoterapia com Ditosilato de Lapatinibe. Outros objetivos secundários foram avaliar e comparar os dois grupos de tratamento com relação à Sobrevida Global (OS), à Taxa de Resposta Tumoral Global (ORR), à Taxa Benefício Clínico (CBR) e ao Tempo Para Resposta.

A média de idade foi de 51 anos, e 13% das pacientes tinham 65 anos ou mais. Noventa e quatro por cento (94%) das pacientes eram brancas. A maioria das pacientes nos dois grupos de tratamento tinha doença visceral [215 (73%) pacientes, no total]. Além disso, metade das pacientes na população do estudo mostrava receptor de estrógeno negativo e receptor de progesterona negativo [150 (51%) pacientes, no total]. Um resumo dos pontos de avaliação de eficácia é apresentado na Tabela 4, e os dados de sobrevida total são apresentados na Tabela 5. Resultados da análise de subgrupos com base no fator de estratificação pré-definido (status do receptor hormonal) são também apresentados na Tabela 06.

Tabela 4: Dados de eficácia

Ditosilato de Lapatinibe em monoterapia
(N=148)

PFS mediana 1 , semanas
(IC 95%)

8,1
(7,6; 9,0)

Hazard ratio (IC 95%)
Valor p

Taxa de Resposta (%)
(IC 95%)

6,9
(3,4; 12,3)

PFS = Sobrevida Livre de Progressão; IC = intervalo de confiança.
1 Estimativa Kaplan-Meier.

Tabela 5: Dados de Sobrevida Global

Ditosilato de Lapatinibe em monoterapia (N=148)

Morreram

113

Sobrevida Global mediana (meses) 1
(IC 95%)

(7,6; 12,0)

Hazard ratio , IC 95%

IC = Intervalo de confiança.

Tabela 6. Resumo de PFS e OS no subgrupo com status de receptor hormonal negativo (lapatinibe mais trastuzumabe)

HR
(IC de 95%)

PFS

15,4 semanas (8,4, 16,9)

0,73 (0,52, 1,03)

0,62 (0,42, 0,90)

Ditosilato de Lapatinibe foi estudado em combinação com letrozol para o tratamento de câncer de mama avançado ou metastático em mulheres pós-menopáusicas positivas para receptores de hormônios (positivas para receptores de estrogênio [ER] e/ou positivas para receptores de progesterona [PgR]).

O estudo EGF30008 foi um estudo randomizado, duplo-cego e controlado em pacientes com câncer de mama (CM) localmente avançado ou metastático positivo para receptores de hormônios (RH+), que não haviam recebido tratamento sistêmico anterior para a doença metastática. Mil duzentas e oitenta e seis pacientes foram randomizadas para receber letrozol 2,5 mg uma vez ao dia combinado a Ditosilato de Lapatinibe 1500 mg uma vez ao dia, ou letrozol com placebo. A randomização foi estratificada por locais da doença e terapia adjuvante antiestrogênio anterior. O status do receptor HER2 foi determinado de maneira retrospectiva por testes conduzidos em laboratório central. De todas as pacientes randomizadas para tratamento, 219 tinham tumores que apresentavam superexpressão do receptor HER2 (a população positiva para HER2), que foi a população primária previamente especificada para a análise da eficácia.

Na população positiva para HER2, a Sobrevida Livre de Progressão da doença determinada pelo investigador foi significativamente mais alta com letrozol combinado com Ditosilato de Lapatinibe do que com letrozol combinado com placebo.

Tabela 7: Dados da Sobrevida Livre de Progressão do Estudo EGF30008 (Ditosilato de Lapatinibe/letrozol) somente na população HER2-positiva

N = 108

Monoterapia com letrozol 2,5 mg/dia + placebo

PFS mediana, semanas
(IC95%)

13,0
(12,0; 23,7)

Hazard ratio

Valor p

IC = Intervalo de Confiança.

O benefício de Ditosilato de Lapatinibe com letrozol na Sobrevida Livre de Progressão da doença na população positiva para HER2 foi confirmado em uma análise de regressão de Cox previamente planejada (HR=0,65 [IC 95%: 0,47; 0,89]; p=0,008). Além do benefício da Sobrevida Livre de Progressão da doença observado na população positiva para HER2, o tratamento combinado com Ditosilato de Lapatinibe e letrozol proporcionou uma melhora no Objetivo de Taxa de Resposta, em comparação com a monoterapia com letrozol (27,9% e 14,8%, respectivamente) e na Taxa de Benefício Clínico (47,7% e 28,7%, respectivamente).

No momento da análise final da Sobrevida Livre de Progressão (com período de acompanhamento médio de 2,64 anos), os dados de Sobrevida Global não eram maduros e não houve diferença significativa entre os grupos de tratamento na população HER2- positiva. Isto não alterou com o acompanhamento adicional (tempo médio de acompanhamento de > 7,5 anos; Tabela 8).

Tabela 8. Dados de Sobrevida Global (lapatinibe com letrozol) somente na população HER2- positiva

Letrozol 2.5 mg /dia + placebo

Sobrevida Global

N = 108

Análise da Sobrevida Global pré-planejada (conduzida no momento da Sobrevida Livre de Progressão Final,03 de Junho de 2008)

Acompanhamento Médio (anos)

2.64

Óbitos

54 (50%)

Hazard Ratio a , IC 95%
valor de pb

Análise Final da Sobrevida Global (análise post-hoc, 07 de Agosto de 2013)

Acompanhamento Médio (anos)

7.55

Óbitos

78 (72%)

Hazard Ratio , IC 95%
valor de p

Os valores medianos da análise de Kaplan-Meier; HR e valor de p a partir de modelos de regressão de Cox ajustados para fatores prognósticos importantes.
a Estimativa do Hazard Ratio do tratamento, onde < 1 indica um risco mais baixo com letrozol 2,5 mg + lapatinibe 1500 mg em comparação com o letrozol 2,5 mg + placebo.
b Valor de p do modelo de regressão de Cox estratificado por local da doença e terapia adjuvante antes na triagem.

Características Farmacológicas

O lapatinibe é um novo inibidor da quinase 4-anilinoquinazolina. Tem mecanismo de ação peculiar, pois representa um inibidor potente, reversível e seletivo dos domínios da tirosina quinase dos receptores EGFR (ErbB1) e de HER2/neu (ErbB2) (valores Kiapp estimados de 3nM e 13nM respectivamente), com dissociação lenta desses receptores (meia-vida igual ou superior a 300 minutos). Demonstrou-se que esse índice de dissociação é mais lento que os de outros inibidores da quinase 4-anilinoquinazolina estudados. O lapatinibe inibe, in vitro e em vários modelos animais, o crescimento de células tumorais orientado pelos receptores ErbB.

Além de sua atividade como agente único, demonstrou-se um efeito adicional em estudo in vitro quando lapatinibe e 5-FU (o metabólito ativo da capecitabina) foram usados em combinação nas quatro linhagens de células tumorais testadas. O significado clínico desses dados in vitro ainda é desconhecido.

A combinação de lapatinibe e trastuzumabe pode oferecer mecanismos de ação complementares, bem como possíveis mecanismos de resistência que não se sobrepõem. Os efeitos de inibição de crescimento demonstrados pelo lapatinibe foram avaliados em linhagens celulares pré-condicionadas com trastuzumabe. O lapatinibe demonstrou atividade significativa in vitro contra linhagens celulares de câncer de mama com amplificação de HER2 selecionadas para crescimento de longo prazo em meio que continha trastuzumabe e mostrou sinergia em combinação com trastuzumabe nessas linhagens celulares. Essas descobertas sugerem ausência de resistência cruzada entre esses dois agentes específicos para HER2/neu (ErbB2).

Células de câncer de mama sensíveis a hormônios (positivas para receptores de estrogênio [ER] e/ou positivas para receptores de progesterona [PgR]) que coexpressam ErbB2 tendem a tornar-se resistentes a tratamentos endócrinos estabelecidos. As células de câncer de mama sensíveis a hormônios que inicialmente não contêm ErbB1 e ErbB2 regularão para cima esses receptores à medida que o tumor se tornar resistente ao tratamento endócrino. Estudos randomizados em câncer de mama metastático sensível a hormônios indicam que um inibidor de tirosina quinase de ErbB1 ou ErbB2 potencialmente aumenta a eficácia clínica, quando acrescentado ao tratamento endócrino.

Estudo EGF114271: O efeito de lapatinibe no intervalo QT foi avaliado em um estudo único, controlado com placebo, com sequência única (tratamento com placebo e substância ativa) e com cross-over em pacientes com tumor sólido avançado (n=58). Durante o período de quatro dias de tratamento, três doses de placebo combinadas foram administradas com 12 horas de intervalo na manhã e na noite do dia 01 e na manhã do dia 02. Estas doses foram seguidas por três doses de lapatinibe 2000 mg administradas do mesmo modo. Foram realizadas medições, incluindo ECGs e amostras farmacocinéticas na linha de base e nos mesmos momentos no dia 02 e no dia 04.

Na população avaliável (n=37), a média máxima do prolongamento do intervalo QT corrigido pelo método de Fridericia (ΔΔQTcF) (IC de 90%) de 8.75 ms (4,08; 13,42) foi observada 10 horas após a ingestão da terceira dose de lapatinibe de 2000 mg. O ΔΔQTcF excedeu o limiar de 5 ms e o limite superior ICs de 90% excedeu o limiar de 10 ms em múltiplos pontos. Os resultados para a população farmacodinâmica (n=52) foi consistente com aqueles da população avaliável [ΔΔQTcF máximo (IC de 90%) de 7,91 ms (4,13; 11,68)] observado 10 horas após a ingestão da terceira dose de lapatinibe.

A análise a armacocinética/farmacodinâmica confirmou a presença de uma relação positiva entre a concentração plasmática de lapatinibe a ΔΔQTcF.

Após a administração oral do lapatinibe, a absorção é incompleta e variável (coeficiente de variação de aproximadamente 50% a 100% da área sob a curva (AUC, na sigla em inglês). As concentrações séricas aparecem após intervalo médio de 0,25 hora (faixa de 0 a 1,5 hora). As concentrações máximas no plasma (C máx ) são atingidas cerca de 4 horas após a administração. A dosagem diária de 1.250 mg produz média geométrica estável (intervalo de confiança de 95%) dos valores de C máx de 2,43 (de 1,57 a 3,77) μg/mL e dos valores de AUC de 36,2 (de 23,4 a 56,0) μg.h/mL.

A exposição sistêmica ao lapatinibe aumenta quando a substância é administrada às refeições. Os valores de AUC são cerca de três a quatro vezes mais altos (C máx aproximadamente 2,5 a 3 vezes mais alta) quando o medicamento é administrado com refeições de baixo teor de gordura (5% [500 calorias]) ou de alto teor (50% [1.000 calorias]) respectivamente.

O lapatinibe apresenta forte ligação (superior a 99%) com a albumina e com a glicoproteína ácida alfa1. Estudos in vitro indicam que ele representa um substrato para as proteínas transportadoras BCRP (ABCG1) e a glicoproteína P (ABCB1). O lapatinibe também demonstrou inibir a Pgp (IC50 2.3μg/mL), BCRP (IC50 0.014 μ g/mL), assim como o transportador de captação hepática OATP1B1(IC50 2.3μg/mL), in vitro , em concentrações clinicamente relevantes. O significado clínico desses efeitos sobre a farmacocinética de outros medicamentos ou sobre a atividade farmacológica de outros agentes antineoplásicos ainda é desconhecido. O lapatinibe não inibe significativamente o transportador renal OAT ou OCT (valores de IC50 in vitro foram maiores ou igual a 6.9μ g/mL).

O lapatinibe sofre metabolismo extenso, principalmente pelas enzimas CYP3A4 e CYP3A5, com contribuições menores de CYP2C19 e CYP2C8, para vários metabólitos oxidados, nenhum dos quais é responsável por mais de 14% da dose recuperada nas fezes nem por mais de 10% da concentração da substância no plasma.

O lapatinibe inibe a ação da CYP3A (Ki de 0,6 a 2,3 μg/mL) e da CYP2C8 (0,3 μg/mL) in vitro em concentrações clinicamente relevantes. Não demonstrou ação inibidora significativa das enzimas CYP1A2, CYP2C9, CYP2C19 e CYP2D6, existentes em microssomos do fígado humano, nem das enzimas UGT (os valores de IC50 in vitro se mostraram iguais ou superiores a 6,9 μg/mL).

Em voluntários sadios tratados com cetoconazol, inibidor de CYP3A4, na dosagem de 200 mg (duas doses diárias) durante sete dias, a exposição sistêmica ao lapatinibe aumentou cerca de 3,6 vezes e a meia-vida cerca de 1,7 vez.

Em voluntários sadios que recebiam carbamazepina, indutor de CYP3A4, nas dosagens de 100 mg (duas doses diárias) durante três dias e de 200 mg (duas doses diárias) por 17 dias, a exposição sistêmica ao lapatinibe diminuiu cerca de 72%.

A meia-vida do lapatinibe medida após doses únicas aumenta conforme a elevação das doses. Entretanto, a dosagem diária de lapatinibe resulta em um estado de equilíbrio dentro de seis a sete dias, o que indica meia-vida efetiva de 24 horas. O lapatinibe é eliminado predominantemente por meio do metabolismo efetuado pela enzima CYP3A4/5. A via primária de eliminação do lapatinibe e seus metabólitos são as fezes, e menos de 2% da dose (como lapatinibe e metabólitos) é excretada na urina. A recuperação dessa substância nas fezes representa a média de 27% (faixa de 3% a 67%) de uma dose oral do agente.

A farmacocinética do lapatinibe não foi estudada especificamente em pacientes com disfunção renal nem nos que se submetem a hemodiálise . Entretanto, é pouco provável que a disfunção renal afete a farmacocinética do lapatinibe, uma vez que menos de 2% da dose administrada (como lapatinibe inalterado e metabólitos) é eliminada pelos rins.

A farmacocinética do lapatinibe foi examinada em pacientes com disfunção hepática moderada (n=8) ou grave (n=4) e em oito pacientes sadios de controle. A exposição sistêmica (AUC) ao lapatinibe após uma única dose oral de 100 mg aumentou cerca de 56% e 85%, respectivamente, em pacientes com insuficiência hepática moderada e grave. Portanto, a administração de Ditosilato de Lapatinibe a pacientes com disfunção hepática deve ser feita com cautela devido ao aumento da exposição ao fármaco. O médico deve reduzir a dose para pacientes com insuficiência hepática grave preexistente. Caso se desenvolva hepatotoxicidade grave durante o tratamento, Ditosilato de Lapatinibe deve ser descontinuado e os pacientes não mais receberão o fármaco.

Interação alimentar

A biodisponibilidade do lapatinibe é afetada pelos alimentos.

O suco de toranja ( grapefruit ) pode inibir a CYP3A4 e a Pgp na parede intestinal, assim pode aumentar a biodisponibilidade do lapatinibe e deve, portanto, ser evitado durante o tratamento com Ditosilato de Lapatinibe.