Princípio/forma ativa - Bula - Cloridrato de Prazosina
Cloridrato de Prazosina cápsulas de liberação lenta está indicado no tratamento da hipertensão arterial essencial (primária) de todos os graus e da hipertensão arterial secundária de todos os graus, de etiologia variada.
Cloridrato de Prazosina pode ser utilizado como medicamento inicial isolado ou em esquemas associados a um diurético e/ou a outros fármacos anti-hipertensivos, conforme seja necessário para uma resposta adequada do paciente.
Cloridrato de Prazosina é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida às quinazolinas, Cloridrato de Prazosina ou a qualquer outro componente da fórmula.
Este medicamento é contraindicado para menores de 12 anos de idade.
Há evidência de que a tolerabilidade é melhor quando se inicia o tratamento com doses menores de Cloridrato de Prazosina.
Durante a primeira semana, a dose de Cloridrato de Prazosina deve ser ajustada de acordo com a tolerabilidade individual de cada paciente. Portanto, a dose diária deve ser ajustada com base na resposta do paciente. A resposta, caso venha ocorrer com uma dose específica, geralmente ocorre dentro de 1 a 14 dias. Quando a resposta é observada, a terapia deve ser mantida com a mesma dose até que se obtenha um nível de resposta estabilizado, antes de aumentar novamente a dose.
Para a obtenção de um efeito máximo, pequenos aumentos na dose devem ser continuados até que o efeito desejado ou a dose diária total de 20 mg seja atingida. Um agente diurético ou um beta-bloqueador adrenérgico pode ser adicionado para aumentar a eficácia. A dose de manutenção de Cloridrato de Prazosina deve ser administrada uma vez ao dia.
A terapia deve ser iniciada com Cloridrato de Prazosina 1 mg à noite, seguindo-se de 1 mg uma vez ao dia por 3 a 7 dias. A menos que uma baixa tolerância indique que o paciente possa apresentar problemas de sensibilidade, esta dose deverá ser aumentada para 2 mg, administrada uma vez ao dia, por mais 3 a 7 dias e mais tarde, aumentada para 4 mg, uma vez ao dia. Em seguida, baseada na resposta do paciente ao efeito hipotensor de Cloridrato de Prazosina, a dose poderá ser aumentada gradativamente até uma dose diária máxima de 20 mg, administrada uma vez ao dia.
O diurético deve ser reduzido a um nível de dose de manutenção para o produto considerado e iniciar o tratamento com Cloridrato de Prazosina na dose de 1 mg à noite, seguido de doses únicas diárias de 1 mg.
Após o período inicial de observação, aumentos gradativos na dose de Cloridrato de Prazosina, devem ser adequados à resposta do paciente até a dose máxima total de 20 mg ao dia.
Uma vez que alguns efeitos adicionais podem ocorrer, a dose de outros agentes (beta-bloqueadores, metildopa , reserpina, clonidina *, etc.) deve ser reduzida e o tratamento com Cloridrato de Prazosina deve ser iniciado na dose de 1 mg uma vez ao dia, à noite, seguidos de doses de 1 mg, uma vez ao dia, diariamente. Ajustes posteriores deverão ser realizados dependendo da resposta do paciente.
*A clonidina deve ser reduzida gradativamente segundo as orientações de seu fabricante.
Há evidências de que a adição de Cloridrato de Prazosina a agentes bloqueadores beta-adrenérgicos, antagonistas do cálcio ou inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) pode levar a uma redução substancial da pressão arterial.
Portanto, uma dose inicial menor é altamente recomendada.
Até o momento, os estudos mostram que Cloridrato de Prazosina não compromete a função renal quando utilizado em pacientes portadores de disfunção renal. Uma vez que alguns pacientes desta classe têm respondido a pequenas doses de prazosina, o tratamento deve ser iniciado com 1 mg de Cloridrato de Prazosina diariamente e a dose aumentada, com cautela, sempre na dependência da resposta do paciente.
Cloridrato de Prazosina não é recomendado para o tratamento de crianças com idade inferior a 12 anos uma vez que a segurança para sua utilização nessa população ainda não foi estabelecida.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Algumas dessas reações ocorreram raramente e na maioria dos casos a relação causal não foi estabelecida.
De acordo com dados da literatura, existe uma associação entre o tratamento com o Cloridrato de Prazosina e uma piora no quadro de narcolepsia pré-existente. Nesses casos a relação causal é incerta.
Em casos de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária - NOTIVISA, disponível em http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Cloridrato de Prazosina tem sido administrado clinicamente sem qualquer interação com os seguintes fármacos: glicosídeos cardíacos (digitálicos e digoxina ), agentes hipoglicemiantes (insulina, clorpropamida , fenformina, tolazamida e tolbutamida), tranquilizantes e sedativos ( diazepam , clordiazepóxido e fenobarbital ), agentes para o tratamento de gota ( alopurinol , colchicina e probenecida), antiarrítmicos (procainamida, propranolol e quinidina), analgésicos , antipiréticos e anti-inflamatórios (propoxifeno, ácido acetilsalicílico , indometacina e fármacos da classe fenilbutazona ).
A adição de um diurético ou outro fármaco anti-hipertensivo demonstrou causar efeito adicional hipotensor. Este efeito pode ser minimizado reduzindo-se a dose de Cloridrato de Prazosina para 1 mg ou 2 mg em dose única diária, pela introdução cautelosa de fármacos anti-hipertensivos adicionais e consequente reajuste posológico de Cloridrato de Prazosina, baseando-se na resposta clínica do paciente.
Administração concomitante de Cloridrato de Prazosina com inibidores de PDE-5: vide " Quais cuidados devo ter ao usar o Cloridrato de Prazosina? – Uso com Inibidores da fosfodiesterase tipo 5”.
Em pacientes que tenham sido tratados com Cloridrato de Prazosina podem ocorrer resultados falso-positivos nos testes de detecção de feocromocitoma (ácido vanilmandélico urinário – [VMA] e metoxiidroxifenilglicol [MHPG] metabólitos da norepinefrina presentes na urina).
Nos estudos clínicos onde os perfis de lípides foram acompanhados, em geral, não foram observadas alterações adversas entre os níveis de lípides pré e pós-tratamento.
Uma porcentagem muito pequena de pacientes responde de maneira abrupta e exagerada à dose inicial de Cloridrato de Prazosina.
Hipotensão postural evidenciada por tonturas, fraqueza ou raramente perda da consciência, foi relatada, principalmente no início do tratamento, porém esse efeito pode ser evitado iniciando o tratamento com uma dose mais baixa de prazosina, aumentando a dose de forma gradativa durante a primeira e segunda semana de tratamento.
O efeito é autolimitado e na maioria dos casos não reincide após período inicial de tratamento ou durante as fases subsequentes de ajuste da dose. Esta resposta não está relacionada com a gravidade da hipertensão.
No início de uma terapia com qualquer agente anti-hipertensivo eficaz, o paciente deve ser instruído sobre como evitar sintomas decorrentes de hipotensão postural e sobre quais as medidas a serem adotadas no caso dos sintomas se desenvolverem. O paciente deve ser orientado a evitar situações onde possa se ferir, caso ocorra tontura ou fraqueza durante o início do tratamento com Cloridrato de Prazosina.
A eficácia deste medicamento depende da capacidade funcional do paciente.
Atenção: este medicamento contém açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de diabetes .
Assim como outros alfa-1 bloqueadores, a administração concomitante de Cloridrato de Prazosina com um inibidor de fosfodiesterase tipo 5 (PDE-5) deve ser feita com cautela já que, em alguns pacientes, pode ocorrer hipotensão postural. Não foram conduzidos estudos com Cloridrato de Prazosina.
Ereções prolongadas e priapismo foram relatados com bloqueadores alfa-1, incluindo prazosina, em experiência póscomercialização. No caso de uma ereção persistir por mais de 4 horas, o paciente deve procurar assistência médica imediatamente. O priapismo quando não tratado imediatamente, pode resultar em danos no tecido peniano e perda permanente da potência.
Em um estudo de toxicologia de reprodutiva com Cloridrato de Prazosina conduzido em ratos, foi observado um decréscimo da fertilidade em ambos os machos e fêmeas com uma dose de 75 mg / kg / dia (225 vezes a dose humana máxima usualmente recomendada), enquanto animais que receberam 25 mg / kg / dia (75 vezes a dose humana máxima usualmente recomendada) não foram afetados.
Cloridrato de Prazosina não se mostrou teratogênico em ratos e coelhos quando testados em doses de até 75 mg/kg (maior dose testada) (225 vezes a dose humana máxima usualmente recomendada).
Não foram observados efeitos teratogênicos nos testes realizados em animais, entretanto, a segurança do Cloridrato de Prazosina durante a gravidez ainda não foi estabelecida. O uso de Cloridrato de Prazosina e um beta-bloqueador para o controle de uma hipertensão grave em 44 mulheres grávidas, não revelou anormalidade fetal ou efeito adverso relacionado ao fármaco. O tratamento com Cloridrato de Prazosina continuou por um período de 14 semanas. Nenhuma anormalidade fetal ou neonatal foi relatada com o uso de Cloridrato de Prazosina.
Cloridrato de Prazosina foi utilizado sozinho ou em combinação com outros agentes hipotensores no tratamento da hipertensão grave de mulheres grávidas.
Cloridrato de Prazosina só deve ser utilizado durante a gravidez quando, na opinião do médico, os potenciais benefícios justificarem o risco potencial à mãe e ao feto.
Cloridrato de Prazosina é um medicamento classificado na categoria C de risco de gravidez. Portanto, este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Foi demonstrado que Cloridrato de Prazosina é excretado no leite materno em pequenas quantidades, devendo, portanto, ser utilizado com cautela em lactantes.
A habilidade necessária para atividades como dirigir e operar máquinas pode apresentar-se comprometida, principalmente no início da terapia com Cloridrato de Prazosina.
O Cloridrato de Prazosina não se mostrou mutagênico em testes de toxicologia genética, e não foi carcinogênico em um estudo de 18 meses realizado em ratos. Em estudos crônicos (1 ano ou mais) com Cloridrato de Prazosina conduzidos em ratos e cães, alterações nos testículos consistindo de atrofia e necrose foram observadas com dose de 25 mg / kg / dia (75 vezes a dose humana máxima usualmente recomendada), enquanto que com uma dose de 10 mg /kg / dia (30 vezes a dose humana máxima usualmente recomendada) não foram observadas tais alterações em nenhuma das espécies.
Cloridrato de Prazosina apresentou eficácia no controle da hipertensão arterial leve à moderada em ensaio clínico multicêntrico com 1393 pacientes 1,2 .
Referências:
1. SPRITZER N. Anti-hypertensive efficacy and tolerability of sustained-release prazosin hydrochloride. A Brazilian multicenter study. Arq Bras Cardiol, v. 55, n. 4, p. 263-6, out. 1990.
2. FRISHMAN W.H,. KOTOB F. Alpha-adrenergic blocking drugs in clinical medicine. J Clin Pharmacol, v. 39, p. 7-16, 1999.
Estudos de farmacologia clínica demonstraram que o Cloridrato de Prazosina apresenta atividade broncodilatadora em voluntários asmáticos e sadios.
O Cloridrato de Prazosina causa uma redução na resistência vascular periférica total. Estudos em animais sugerem que o efeito vasodilatador do Cloridrato de Prazosina está relacionado ao bloqueio dos receptores alfa-1 adrenérgicos póssinápticos. Os resultados dos estudos pletismográficos realizados nos antebraços de humanos demonstraram que o efeito vasodilatador periférico é resultado do efeito balanceado tanto sobre os vasos de resistência (arteríolas) como sobre os vasos de capacitância (veias).
Ao contrário dos agentes alfa-bloqueadores adrenérgicos não seletivos, a ação anti-hipertensiva do Cloridrato de Prazosina não é acompanhada usualmente por taquicardia reflexa.
A maioria dos estudos indica que a terapêutica crônica com Cloridrato de Prazosina possui efeito muito discreto sobre a atividade da renina plasmática. Um relato sugere um aumento transitório na atividade da renina plasmática após a dose inicial assim como um aumento transitório leve com doses subsequentes.
Foram realizados estudos hemodinâmicos com pacientes hipertensos após administração única e durante a terapia de manutenção a longo prazo. Os resultados confirmaram que o efeito de uma dose terapêutica usual é uma redução na pressão arterial, a qual não está acompanhada de efeitos clinicamente significativos sobre os valores do débito cardíaco, frequência cardíaca, fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular.
Clinicamente, acredita-se que o efeito anti-hipertensivo é resultado direto de vasodilatação periférica. Em humanos, uma redução na pressão arterial é observada na posição supina e em pé. Esse efeito é mais pronunciado na pressão arterial diastólica. Não tem sido observado desenvolvimento de tolerância durante o tratamento a longo prazo, assim como elevação rebote da pressão arterial após retirada abrupta do Cloridrato de Prazosina.
Uma variedade de estudos epidemiológicos, bioquímicos e experimentais tem estabelecido que um nível elevado de lipoproteína de baixa densidade (LDL-colesterol) está associado a um aumento do risco de doença coronária. Uma associação ainda mais significativa é encontrada entre uma diminuição dos níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) e um aumento do risco de doença coronária. Estudos clínicos têm demonstrado que o Cloridrato de Prazosina diminui os níveis de LDL e aumenta ou não produz efeitos nos níveis de HDL.
Após a administração oral de cápsulas de liberação lenta de Cloridrato de Prazosina em voluntários normais e pacientes hipertensos, as concentrações plasmáticas alcançam pico em 3 horas em média, com uma meia-vida plasmática de 10,8 horas. O fármaco é altamente ligado às proteínas plasmáticas.
Estudos realizados em animais indicam que o Cloridrato de Prazosina é extensamente metabolizado, principalmente por desmetilação e conjugação, e é excretado principalmente pela bile e fezes. Estudos em humanos indicam metabolismo e excreção semelhantes.
Fonte: Bula do Profissional do Medicamento Minipress ® SR.