Ceftazidima

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Ceftazidima - Para que serve?

Ceftazidima está indicado no tratamento de infecções simples ou múltiplas causadas por bactérias sensíveis ou nas circunstâncias que justifiquem seu uso antes da identificação do agente causal.

Ceftazidima pode ser usado em monoterapia, como droga de primeira escolha, antes de os resultados dos testes de sensibilidade estarem disponíveis.

Ceftazidima pode ser administrado com um antibiótico anaerobicida, quando se suspeita da presença de Bacterioides fragilis .

Em virtude de seu amplo espectro de ação, especialmente contra agentes gram-negativos, está também indicado nas infecções resistentes a outros antibióticos , incluindo aminoglicosídeos e cefalosporinas diversas.

Contudo, quando necessário (como, por exemplo, diante de neutropenia grave), pode ser administrado em combinação com aminoglicosídeos ou outros antibióticos betalactâmicos.

A susceptibilidade à Ceftazidima pode variar de acordo com a localidade e temporalmente, e dados locais devem ser consultados quando disponíveis.

Ceftazidima: Contraindicação de uso

Ceftazidima é contraindicado para uso em pacientes comprovadamente hipersensíveis a antibióticos cefalosporínicos ou a qualquer componente da fórmula.

Ceftazidima: Posologia e como usar

Ceftazidima é compatível com os fluidos intravenosos mais comumente utilizados, excetuando-se o bicarbonato de sódio .

O frasco-ampola de Ceftazidima é lacrado sob pressão reduzida.

Quando o produto é dissolvido, ocorre liberação de dióxido de carbono, o que acarreta pressão positiva.

Pequenas bolhas de dióxido de carbono podem se formar na solução constituída e devem ser ignoradas.

Ceftazidima 1 g pode ser administrado por via intravenosa e intramuscular profunda.

O quadrante superior lateral do glúteo maior e a parte lateral da coxa.

A solução (frasco 1g) deve ser preparada como especificado a seguir:

# A adição deve ser realizada em dois estágios.

Prepare utilizando um total de 50 mL do diluente compatível, adicionado em dois estágios, conforme abaixo:

Após o preparo, manter por 18 horas em temperatura até 25 o C ou por sete dias quando guardado sob refrigeração (entre 2°C e 8°C).

Posologia

A dose varia em função da gravidade, sensibilidade, local e tipo de infecção, bem como da idade e da função renal dos pacientes.

A solução de Ceftazidima pode ser administrada diretamente na veia ou introduzida no acesso venoso se o paciente estiver recebendo fluidos parenterais.

A dose varia de 1 g a 6 g diários subdivididos em duas ou três doses, administradas através de injeção intravenosa ou intramuscular. Para as infecções do trato urinário e naquelas de menor gravidade, a dose de 500 mg ou 1 g de 12/12 horas é geralmente satisfatória. Para a maioria das infecções, as doses ideais são de 1 g de 8/8 horas ou 2 g de 12/12 horas.

Nas infecções mais graves, especialmente em pacientes imunossuprimidos, incluindo os neutropênicos, deve ser administrada a dose de 2 g de 8/8 ou 12/12 horas.

Nos adultos com mucoviscidose e portadores de infecção pulmonar por Pseudomonas , serão necessárias posologias elevadas, ou seja, de 100 a 150 mg/kg/dia, subdivididas em três doses.

Em adultos com função renal normal, até 9 g/dia têm sido administrados com segurança.

25 a 60 mg/kg/dia divididos em duas aplicações. No recém-nascido, a meia-vida sérica da Ceftazidima pode ser três a quatro vezes maior que no adulto.

A posologia usual para crianças com mais de 2 meses é de 30 a 100 mg/kg/dia, divididos em duas ou três doses. Doses maiores que 150 mg/kg/dia, até um máximo de 6 g/dia, divididas em três doses, podem ser administradas a crianças imunocomprometidas, com mucoviscidose ou, ainda, com meningite .

Devido à redução do clearance da Ceftazidima em pacientes idosos com doenças agudas, a dose diária de Ceftazidima não deve, normalmente, exceder 3 g, especialmente naqueles com mais de 80 anos.

Ceftazidima é excretado inalterado pelos rins. Assim sendo, nos pacientes com função renal comprometida, recomenda-se que a dose seja reduzida. Nos pacientes com suspeita de insuficiência renal pode ser instituída dose inicial de 1 g de Ceftazidima.

Nestes casos, recomenda-se estimar a velocidade de filtração glomerular (VFG) a fim de determinar a dose de manutenção, como mostrado na tabela abaixo.

Doses de manutenção recomendadas na insuficiência renal:

Nos pacientes com infecção grave, as doses unitárias podem ser aumentadas em 50%, ou a frequência de administração pode ser aumentada apropriadamente.

Em tais pacientes recomenda-se monitorar os níveis séricos de Ceftazidima de modo que não excedam 40 mg/L.

Nas crianças, o clearance de creatinina deve ser ajustado em função da área de superfície corporal ou da massa muscular.

A meia-vida sérica da Ceftazidima durante hemodiálise varia de três a cinco horas. A dose de manutenção apropriada, dada na tabela anterior, deverá ser repetida após cada sessão.

Ceftazidima pode também ser usado na diálise peritoneal e na diálise peritoneal ambulatorial contínua, tanto por via intravenosa como incorporado ao líquido de diálise (geralmente 125 mg a 250 mg/2 litros da solução de diálise).

Para pacientes com insuficiência renal em hemodiálise arteriovenosa contínua ou com elevado fluxo de hemofiltração em unidades de terapia intensiva, deve-se administrar 1 g/dia em dose única ou em doses fracionadas. Para um baixo fluxo de hemofiltração, deve-se adotar a dosagem recomendada para os pacientes com insuficiência renal.

Orientação de dosagem de Ceftazidima em hemofiltração venovenosa continua:

a Dose de manutenção a ser administrada a cada 12 horas.

Orientação de dosagem de Ceftazidima durante hemodiálise venovenosa:

a Dose de manutenção a ser administrada a cada 12 horas.

Ceftazidima - Reações Adversas

Os dados de amplos estudos clínicos (internos e publicados) foram usados para determinar a frequência das reações adversas desde muito comum até muito rara.

As frequências atribuídas para todas as reações adversas foram principalmente determinadas usando dados pós-comercialização e se referem mais a uma taxa de relatos do que a uma frequência verdadeira.

Eosinofilia e trombocitose; flebite ou tromboflebite com administração IV; diarreia ; elevação discreta de uma ou mais enzimas hepáticas, ALT (TGP), AST (TGO), LDH, GAMA GT e fosfatase alcalina; erupção máculo-papular ou urticariforme; dor e/ou inflamação após administração intramuscular; teste de Coombs positivo (o teste de Coombs positivo é observado em cerca de 5% dos pacientes e pode interferir nos testes de compatibilidade sanguínea).

Candidíase (incluindo vaginite e candidíase na boca); leucopenia, neutropenia e trombocitopenia ; dor de cabeça e vertigem; náusea, vômito , dor abdominal e colite . Como ocorre com outras cefalosporinas, a colite pode estar associada ao Clostridium difficilli e apresentar-se como colite pseudomembranosa; prurido; febre ; como ocorre com algumas outras cefalosporinas, foram observadas elevações de ureia e de nitrogênio ureico e/ou creatinina no sangue.

Linfocitose, anemia hemolítica e agranulocitose; anafilaxia (incluindo broncoespasmo e/ou hipotensão ); parestesia ; gosto ruim na boca; icterícia ; angiodema, eritema multiforme, Síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica.

*Há relatos de sequelas neurológicas, incluindo tremor, mioclonia, convulsões, encefalopatia e coma em pacientes com disfunção renal, nos quais as doses de Ceftazidima não tenham sido apropriadamente reduzidas.

Em casos de eventos adversos, notifique-os ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Ceftazidima: Interações medicamentosas

A administração de antibióticos cefalosporínicos com drogas nefrotóxicas pode afetar a função renal.

Demonstrou-se que o cloranfenicol antagoniza a ação de cefalosporinas in vitro. Se houver necessidade de administração concomitante de cloranfenicol, deve ser considerada a possibilidade de antagonismo.

Assim como com outros antibióticos, a Ceftazidima pode afetar a flora intestinal, levando à baixa reabsorção de estrogênio e à redução da eficácia de contraceptivos orais combinados.

A Ceftazidima não interfere na dosagem de creatinina pelo ensaio do picrato alcalino, bem como nos testes enzimáticos para glicosúria.

Por outro lado, pode ocorrer uma fraca interferência nos métodos de redução do cobre (métodos de Benedict, Fehling e Clinitest) para glicosúria.

Ceftazidima: Precauções

Como para os demais antibióticos betalactâmicos, antes de instituída terapia com Ceftazidima deve ser pesquisada história de reações de hipersensibilidade à Ceftazidima, às cefalosporinas, às penicilinas ou outras drogas.

Ceftazidima deve ser administrado com cautela especial a pacientes com história de reação alérgica a penicilinas ou outros betalactâmicos. Na eventualidade da ocorrência de reação alérgica ao Ceftazidima, interromper o tratamento. Reações mais graves de hipersensibilidade podem requerer o uso de adrenalina, hidrocortisona , anti-histamínicos ou a adoção de outras medidas de emergência.

Tratamento simultâneo com altas doses de cefalosporinas e drogas nefrotóxicas como, por exemplo, aminoglicosídeos e diuréticos potentes (por exemplo, furosemida ) pode afetar, adversamente, a função renal. A experiência clínica demonstrou ser pouco provável a ocorrência de problemas associados a cetazidima quando utilizado na dose terapêutica normal. Não existem evidências de que Ceftazidima afeta a função renal quando é utilizado em doses habituais.

A Ceftazidima é excretada pelos rins e, portanto, a dosagem deve ser reduzida de acordo com o grau de insuficiência renal. Ocasionalmente, sequelas neurológicas têm sido relatadas em casos nos quais a dosagem não foi reduzida apropriadamente em pacientes com insuficiência renal.

Como com outras cefalosporinas e penicilinas de largo espectro, algumas cepas de Enterobacter sp . e Serratia sp., inicialmente sensíveis, podem desenvolver resistência durante o tratamento com Ceftazidima. Testes periódicos de sensibilidade devem ser considerados quando clinicamente apropriado, durante o tratamento de infecções por esses micro-organismos.

Como com os demais antibióticos de largo espectro, o uso prolongado de Ceftazidima pode resultar no aparecimento de microorganismos não-sensíveis (por exemplo, cândida, enterococos), o que pode requerer interrupção do tratamento ou adoção de medidas apropriadas. A reavaliação da condição do paciente é essencial.

Foram reportados casos de colite pseudomembranosa com o uso de antibióticos, cuja gravidade pode variar de leve à fatal. Entretanto, é importante considerar este diagnóstico em pacientes que desenvolverem diarreia durante ou após o uso de antibióticos. Se ocorrer diarreia prolongada ou significativa ou o paciente apresentar cólicas abdominais, o tratamento deve ser descontinuado imediatamente e o paciente deve ser posteriormente examinado.

Ceftazidima é menos estável na solução de bicarbonato de sódio (que não é recomendada como diluente) do que em outras soluções intravenosas. Ceftazidima e aminoglicosídeos não devem ser misturados no mesmo circuito de infusão ou seringa. Tem-se relatado precipitação quando a vancomicina é adicionada à Ceftazidima em solução. Portanto, é prudente lavar os circuitos de infusão e as linhas intravenosas entre a administração desses dois agentes.

Devido à redução do clearance da Ceftazidima em pacientes idosos com doença aguda, a dose diária de Ceftazidima não deve, normalmente, exceder 3 g, especialmente naqueles com mais de 80 anos.

Não foram reportados efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas.

Ainda que não haja evidência experimental de efeitos embriopáticos ou teratogênicos, a administração de Ceftazidima – como de qualquer droga deve ser feita com cuidado nos primeiros meses de gestação (bem como logo após o nascimento).

A Ceftazidima é excretada em pequenas proporções pelo leite humano e, por isso, aconselha-se precaução quando de sua administração a lactantes.

Categoria B de risco na gravidez.

Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

A Ceftazidima em concentrações entre 0,05 mg/mL e 0,25 mg/mL é compatível com o fluido de diálise intraperitoneal (lactato).

A solução de Ceftazidima para uso intramuscular pode ser reconstituída com cloreto de lidocaína a 0,5-1,0%.

Ceftazidima mostra compatibilidade quando misturado a 4 mg/mL com: fosfato sódico de hidrocortisona (1 mg/mL em solução de cloreto de sódio a 0,9% ou solução de glicose a 5%), cefuroxima sódica (3 mg/mL em solução de cloreto de sódio a 0,9%), cloxaciclina sódica (4 mg/mL em solução de cloreto de sódio a 0,9%), heparina (10 UI/mL ou 50 UI/mL em solução de cloreto de sódio a 0,9%), cloreto de potássio (10 ou 40 mEq/L em solução de cloreto de sódio a 0,9%).

A mistura de uma solução de Ceftazidima (500 mg em 1,5 mL de água estéril para injeções) com uma solução injetável de metronidazol (500 mg em 100 mL) mantém a atividade de ambos os componentes.

As soluções variam do amarelo-claro ao âmbar, dependendo da concentração, do diluente e das condições de conservação. Seguidas as recomendações preconizadas, a potência do produto não é afetada pelas variações na coloração.

Ceftazidima é compatível com a grande maioria das soluções parenterais comumente utilizadas (ver Advertências e Precauções Incompatibilidades). As soluções de Ceftazidima, em concentrações de 1 mg/mL a 40 mg/mL, são compatíveis com os líquidos de infusão a seguir relacionados:

Ceftazidima: Ação da substância no organismo

Resultados de eficácia

Ceftazidima demonstrou eficácia clínica de 94% e bacteriológica, de 68%, quando utilizado em pacientes com sepse bacteriana.

Características farmacológicas

Ceftazidima é um antibiótico cefalosporínico bactericida, inibidor da síntese da parede celular bacteriana. O mecanismo de ação de Ceftazidima é a inibição da síntese da parede celular bacteriana seguida da fixação às proteínas de ligação à penicilina (PBPs). Isso resulta na interrupção da biossíntese da parede celular (peptidoglicano), que leva à lise e morte da célula bacteriana.

A prevalência de resistência adquirida depende da localidade e pode variar temporalmente, e para algumas espécies pode ser muito alta. É desejável que se obtenha informações locais sobre resistência, particularmente quando se tratar de infecções graves.

Estreptococos β-hemolíticos*, staphylococcus aureus (suscetíveis à meticilina)*, staphylococcus coagulase negativo (suscetível à meticilina)

Haemophilus influenzae* (inclusive cepas resistentes à ampicilina), Haemophilus parainfluenzae , Neisseria gonorrhoeae , Neisseria meningitidis* , Pasteurella multocida , Proteus spp .* , Providencia spp., Salmonella spp., Shigella spp.

Acinetobacter spp., Burkholderia cepacia , Citrobacter spp .*, Enterobacter spp .*, Escherichia coli*, Klebsiella spp . (incluindo K. pneumoniae*), Pseudomonas spp . (incluindo P. aeruginosa*), Serratia spp .*, Morganella morganii, Yersinia enterocolitica

Streptococcus pneumoniae* , estreptococos do grupo viridans

Clostridium spp., não incluindo C. difficile , Peptostreptococcus spp., Propionibacterium spp.

Fusobacterium spp.

Enterococcus spp., incluindo E. faecalis e E. faecium ; Listeria spp.

Campylobacter spp.

Clostridium difficile .

Bacteroides spp, incluindo B. fragili .

Chlamydia sp., Mycoplasma sp., Legionella sp.

*A eficácia clínica da Ceftazidima foi demonstrada em estudos clínicos.

Após injeção intramuscular de 500 mg e 1 g, prontamente são atingidos níveis máximos de 18 e 37mg/L, respectivamente; e cinco minutos após injeção intravenosa direta de 500 mg, 1 g e 2 g, são alcançados níveis séricos de 46, 87 e 170 mg/L, respectivamente.

Concentrações terapeuticamente ativas são detectadas no soro, mesmo 8 a 12 horas após a administração intramuscular ou intravenosa. A ligação da Ceftazidima às proteínas do soro é baixa, situando-se em torno de 10%.

Concentrações excedentes aos níveis inibitórios mínimos para patógenos comuns são detectadas nos ossos, coração, bile, saliva, humor aquoso e líquidos sinovial, pleural e peritoneal. A Ceftazidima atravessa a placenta rapidamente e é excretada no leite materno.

Na ausência de inflamação, a Ceftazidima não atravessa com facilidade a barreira hematoencefálica, resultando em baixos níveis de Ceftazidima no líquido cefalorraquidiano. Todavia, na vigência de inflamação das meninges, são atingidos níveis terapêuticos de 4 a 20 mg/L ou mais no líquido cefalorraquidiano.

A Ceftazidima não é metabolizada no organismo.

Os níveis séricos obtidos após a administração parenteral são elevados e prolongados, diminuindo com meia-vida de aproximadamente duas horas. A Ceftazidima é excretada pela urina sob forma ativa, através de filtração glomerular. Cerca de 80 a 90% da dose são recuperados na urina em 24 horas.

Em pacientes com insuficiência renal, a eliminação de Ceftazidima é diminuída, devendo por isso ser reduzida a dose.

Tendo em vista que a quantidade excretada pela bile é inferior a 1%, o teor de droga que chega ao intestino é mínimo.