Adefovir dipivoxil

Princípio/forma ativa - Bula - Adefovir dipivoxil

Adefovir dipivoxil - Para que serve?

Adefovir Dipivoxil é indicado para o tratamento de hepatite B crônica em adultos com evidências de replicação viral do HBV.

Reduções da replicação viral e melhora da função hepática também foram demonstradas em estudos de suporte feitos com número limitado de pacientes com hepatite B crônica que apresentavam evidências genotípicas de resistência à lamivudina , incluindo-se pacientes com doença hepática compensada ou descompensada e ainda pacientes coinfectados com o HIV .

Adefovir dipivoxil: Contraindicação de uso

O adefovir dipivoxila é contraindicado a pacientes com hipersensibilidade conhecida a adefovir, adefovir dipivoxila ou qualquer um dos excipientes de Adefovir Dipivoxil comprimidos.

A segurança e a eficácia em crianças e adolescentes (menores de 18 anos) e pacientes acima de 65 anos não foram estabelecidas.

Os pacientes devem ser informados de que o tratamento com adefovir dipivoxila não comprovou reduzir o risco de transmissão do vírus da hepatite B para outras pessoas e, portanto, eles devem tomar as precauções necessárias para evitar a transmissão.

Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos.

Adefovir dipivoxil: Posologia e como usar

Deve-se ingerir 1 comprimido de Adefovir Dipivoxil 10 mg 1 vez ao dia (a cada 24 horas) com um copo de água. Pode ser ingerido com ou sem alimentos.

A duração ideal do tratamento ainda é desconhecida.

A dose recomendada de adefovir dipivoxila é 10 mg (1 comprimido) 1 vez ao dia; a administração deve ser feita por via oral, com ou sem alimentos.

Obteve-se a indicação principalmente com base em estudos clínicos com duração de 48 semanas. O tempo ideal de tratamento é desconhecido.

A relação entre a resposta ao tratamento e os resultados de longo prazo, como no carcinoma hepatocelular e na cirrose descompensada, é desconhecida.

A segurança e a eficácia de adefovir dipivoxila em pacientes menores de 18 anos não foram estabelecidas.

A segurança e a eficácia de adefovir dipivoxila em pacientes com mais de 65 anos de idade não foram estabelecidas. Deve-se tomar cuidado ao prescrever Adefovir Dipivoxil para pacientes idosos, já que neles a frequência de disfunção renal e cardíaca é maior e há aumento de comorbidades e do uso de outros medicamentos.

O adefovir é excretado pelos rins. Portanto, devem ser feitos ajustes do intervalo de administração em pacientes com disfunção renal. Nenhum ajuste do intervalo de administração é necessário em indivíduos com clearance de creatinina ≥50 ml/min. Já em pacientes valores <50 ml/min há necessidade de ajustes, conforme detalhado na Tabela abaixo. Não se deve exceder a frequência de administração recomendada de acordo com a função renal (ver os itens Advertências e Precauções e Propriedades Farmacocinéticas). Embora pacientes com insuficiência renal tenham sido incluídos em um estudo farmacocinético, a segurança e a eficácia dos intervalos de dose recomendados não foram avaliadas clinicamente. Portanto, nesses casos a resposta clínica ao tratamento deve ser monitorada com cuidado. Pacientes com clearance de creatinina abaixo de 10 ml/min não foram estudados.

Recomendação de dose em pacientes com insuficiência renal


* Recomendação de administração obtida em estudo no qual a diálise de alto fluxo foi conduzida 3 vezes por semana.

Nenhum ajuste de dose é necessário em pacientes com insuficiência hepática.

O tratamento com Adefovir Dipivoxil deve ser descontinuado caso haja perda de HBsAg ou soroconversão de HBsAg, uma vez que a duração ótima do tratamento é desconhecida.

Adefovir dipivoxil - Reações Adversas

De acordo com a frequência, essas reações são definidas como muito comuns (>1/10), comuns (>1/100 e <1/10) ou incomuns (>1/1.000 e <1/100).

A avaliação das reações adversas baseia-se em 2 estudos, nos quais 522 pacientes com hepatite B crônica e doença hepática compensada receberam tratamento duplo-cego com adefovir dipivoxila 10 mg (n = 294) ou placebo (n = 228) por 48 semanas.

As reações adversas consideradas possivelmente relacionadas ao tratamento nas 48 primeiras semanas estão listadas a seguir, por frequência absoluta e sistema orgânico. A frequência das reações adversas observadas no grupo tratado com adefovir dipivoxila 10 mg foi similar à observada com placebo.

Nesses estudos a frequência das anormalidades laboratoriais foi similar entre os dois grupos, com exceção das elevações dos níveis de transaminases hepáticas, que ocorreram mais vezes no grupo que recebeu placebo.

Astenia.

Dor abdominal, náuseas , flatulência , diarreia , dispepsia , dor de cabeça , elevação de ALT pós-tratamento.

Houve evidências clínicas e laboratoriais de exacerbação da hepatite após a descontinuação do tratamento com Adefovir Dipivoxil 10 mg. Em pacientes acompanhados por até 6 meses depois da descontinuação, a incidência das elevações de ALT mostrou-se mais alta entre os tratados com Adefovir Dipivoxil 10 mg do que naqueles que haviam recebido placebo. Essas exacerbações foram de natureza autolimitada e não estavam associadas com evidências laboratoriais ou clínicas de doença hepática descompensada.

Aumento da creatinina sérica Creatinina aumentada foi identificada como uma reação adversa com o tratamento open-label estendido em dois estudos.

Em tratamentos prolongados (de até 226 semanas de duração) com 125 pacientes HBeAg-negativos, 4 pacientes tiveram aumento da creatinina sérica de no mínimo 0,5 mg/dl em relação ao início do tratamento e 1 paciente descontinuou o estudo devido à concentração elevada de creatinina sérica. Nenhum paciente confirmou níveis séricos de fósforo <2,0 mg/dl.

Em tratamentos prolongados (de até 234 semanas de duração) com 65 pacientes HBeAg-negativos, 6 pacientes tiveram aumento da creatinina sérica de no mínimo 0,5 mg/dl em relação ao início do tratamento e 2 pacientes descontinuaram o estudo devido à concentração elevada de creatinina sérica. Níveis séricos de fósforo <2,0 mg/dl foram observados em 2 pacientes, nenhum dos quais abandonou o estudo.

Um total de 226 pacientes pré transplante hepático e outros 241 em período pós-transplante hepático, todos com hepatite B crônica e HBV resistente à lamivudina, receberam tratamento em um estudo aberto que utilizou 10 mg de adefovir dipivoxila 1 vez ao dia por até 203 semanas. O tempo médio de tratamento dos 2 grupos foi de 51 e 99 semanas, respectivamente.

As reações adversas consideradas possivelmente relacionadas ao tratamento foram:

Aumento da creatinina

Astenia, dor abdominal, náuseas, vômito, diarreia, rash, prurido, dor de cabeça, hipofosfatemia, função renal anormal, insuficiência renal.

Uso concomitante de ciclosporina e tacrolimo , presença de insuficiência renal no início do tratamento, hipertensão, diabetes e o fato de o paciente ser candidato a transplante.

Quatro por cento (19/467) dos pacientes descontinuaram o tratamento devido a reações adversas renais.

Uma vez que esses eventos foram reportados voluntariamente por uma população de tamanho desconhecido, as estimativas de frequência não puderam ser realizadas.

Em caso de eventos adversos, notifique ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Adefovir dipivoxil: Interações medicamentosas

O adefovir é eliminado por via renal, por uma combinação de filtração glomerular com secreção tubular ativa (ver Propriedades Farmacodinâmicas). Com exceção de ibuprofeno , lamivudina , paracetamol , sulfametoxazol/trimetoprima e tenofovir DF, não foi avaliado o efeito da coadministração de 10 mg de Adefovir Dipivoxil com medicamentos que são excretados pelos rins e outras drogas conhecidas por afetar a função renal.

A administração de 10 mg de Adefovir Dipivoxil com outros produtos medicinais que são eliminados por secreção tubular ou alteram a secreção tubular pode aumentar as concentrações séricas de adefovir ou do produto medicinal coadministrado.

O adefovir não altera a farmacocinética de sulfametoxazol/trimetropima, paracetamol, ibuprofeno e lamivudina.

A administração concomitante de 10 mg de Adefovir Dipivoxil com 800 mg de ibuprofeno 3 vezes ao dia resultou no aumento de 23% na ASC0 -∞ e de 33% na C máx de adefovir. Tais aumentos são causados mais pela maior biodisponibilidade do que pela redução do clearance renal do adefovir.

Com base nos resultados de experimentos in vitro e na via de eliminação conhecida de adefovir, é baixo o potencial de interações mediadas por CYP450 envolvendo adefovir com outros produtos medicinais.

A coadministração de 10 mg de Adefovir Dipivoxil com 100 mg de lamivudina não alterou o perfil farmacocinético desses produtos medicinais.

Adefovir dipivoxil: Precauções

Doses mais altas do que as recomendadas não podem ser administradas.

O ácido piválico, um produto do metabolismo in vivo de adefovir dipivoxila para adefovir, conjuga-se com carnitina, com posterior excreção renal. Portanto, adefovir dipivoxila deve ser administrado com cautela a pacientes com deficiência (congênita) conhecida de carnitina. A significância clínica da ligação com a carnitina é desconhecida. Não há dados sobre a administração simultânea de adefovir dipivoxila com agentes que possam reduzir os níveis de carnitina, tais como ácido valproico ou outros compostos que liberam ácido piválico. Em estudos clínicos com adefovir dipivoxila na dose diária de 10 mg para o tratamento de pacientes com infecção crônica por HBV, as alterações dos níveis séricos de carnitina foram similares entre pacientes tratados com adefovir dipivoxila e placebo. Portanto, os pacientes não precisam de suplementação de L-carnitina ou monitoramento dos níveis séricos de carnitina quando tratados com adefovir dipivoxila 10 mg ao dia.

O tratamento com adefovir dipivoxila 10 mg pode resultar em insuficiência renal. Embora essa possibilidade seja pequena em termos de risco global em pacientes com função renal normal, ganha especial importância em pacientes com risco de disfunção renal, naqueles em que essa disfunção é subjacente e em indivíduos em tratamento com drogas que possam afetar a função renal. É recomendado que o clearance de creatinina seja calculado em todos os pacientes antes do início do tratamento com Hepsera.

É importante monitorar a função renal de todos os pacientes durante o tratamento com adefovir dipivoxila, particularmente aqueles com doença preexistente ou sob risco de insuficiência renal.

Naqueles que correm risco de disfunção renal ou têm histórico da doença, recomenda-se o monitoramento de rotina para detecção de alterações tanto nos níveis de creatinina sérica quanto nos de fosfato sérico.

Como adefovir é eliminado por excreção renal, deve-se ajustar a dose em pacientes com clearance de creatinina <50 ml/min. Indivíduos com doença renal em estágio terminal tratados com outras formas de diálise que não a hemodiálise (por exemplo a diálise peritoneal ambulatorial) não foram estudados.

Elevações dos níveis de creatinina sérica e/ou reduções dos níveis de fosfato sérico foram observadas em estudos clínicos quando adefovir dipivoxila foi administrado em doses 3 a 12 vezes mais altas do que a dose recomendada, de 10 mg, para o tratamento de hepatite B crônica.

Em pacientes no período pós-transplante de fígado, observaram-se alterações – geralmente leves – dos níveis de creatinina sérica. Esses pacientes apresentavam múltiplos fatores de risco e alterações da função renal.

O adefovir dipivoxila não foi avaliado em pacientes em tratamento com produtos medicinais nefrotóxicos ou produtos medicinais que são segregados pelo mesmo transportador renal, o transportador de ânion orgânico 1 humano (hOAT1).

Deve-se ter cautela na administração de adefovir dipivoxila 10 mg com produtos medicinais eliminados por secreção tubular ativa. A coadministração, pode levar a um aumento das concentrações séricas de adefovir ou do outro produto medicinal, devido à competição por esta via de eliminação.

Os pacientes com doença hepática avançada ou cirrose devem ser rigorosamente monitorados no início do tratamento.

Após descontinuação do uso do medicamento, deve-se fazer um monitoramento rigoroso por vários meses, porque ocorreram exacerbações da hepatite após a suspensão de adefovir dipivoxila 10 mg. Essas exacerbações foram observadas na ausência de soroconversão do antígeno HBe (HBeAg) e apresentaram-se como elevações de ALT e aumentos dos níveis séricos do HBV DNA. As elevações dos níveis séricos de ALT em pacientes com função hepática compensada tratados com adefovir dipivoxila 10 mg não foram acompanhadas de alterações clínicas ou laboratoriais sugestivas de descompensação hepática. A maioria das reações pareceu ser autolimitada. Há relatos de que pacientes com doença hepática avançada ou cirrose apresentam maior risco de descompensação hepática e exacerbação grave de hepatite, o que inclui fatalidades.

Há relatos de ocorrência de acidose láctica (na ausência de hipoxemia), algumas vezes fatal, normalmente associada a hepatomegalia grave e esteatose hepática , com o uso de análogos nucleosídeos. O tratamento com esses análogos deve ser descontinuado quando os níveis de aminotransferase se elevarem rapidamente ou ocorrer hepatomegalia progressiva ou acidose láctica metabólica de etiologia desconhecida. Deve-se ter cuidado quando análogos nucleosídeos forem prescritos a qualquer paciente (particularmente mulheres obesas) com hepatomegalia ou outro fator de risco de doenças hepáticas.

Esses pacientes devem ser monitorados cuidadosamente.

O tratamento com adefovir dipivoxila 10 mg não se mostrou eficaz contra a replicação do vírus HIV. Pacientes coinfectados por HIV devem ter seus níveis de HIV RNA controlados (<400 cópias/ml) com terapia antirretroviral efetiva antes do uso de adefovir dipivoxila 10 mg para a infecção pelo vírus da hepatite B.

Nos coinfectados que não necessitam de tratamento antiviral , há o risco de mutação do HIV com o uso de adefovir individualmente para tratamento de hepatite B crônica.

Hepsera não deve administrado concomitantemente com tenofovir ou com outros medicamentos que contenham tenofovir, incluindo o Truvada.

Estudos em animais não demonstraram nenhum efeito sobre a fertilidade em machos ou fêmeas.

Não há dados adequados sobre o uso de adefovir dipivoxila em mulheres grávidas.

Estudos em animais com adefovir administrado por via intravenosa demonstraram toxicidade reprodutiva. Estudos em animais com Adefovir Dipivoxil por via oral não indicaram efeitos teratogênicos e de toxicidade fetal.

Adefovir Dipivoxil só deve ser usado durante a gravidez se o benefício potencial justificar o risco potencial para o feto.

Não há dados a respeito do efeito de adefovir dipivoxila na transmissão do HBV da mãe para o bebê. Portanto, deve-se seguir os procedimentos padrão recomendados para imunização de bebêsde forma a prevenir a transmissão neonatal desse vírus.

Considerando-se que os riscos potenciais para os fetos em desenvolvimento são desconhecidos, as mulheres em idade fértil tratadas com adefovir dipivoxila têm de usar métodos eficazes de contracepção.

Categoria C de risco de uso na gravidez .

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Não se sabe se adefovir é eliminado no leite humano. As mães devem ser instruídas a não amamentar se estiverem tomando Adefovir Dipivoxil comprimidos.

Não houve estudos para investigar o efeito de Adefovir Dipivoxil sobre a capacidade de dirigir veículos ou operar máquinas. Com base nos dados farmacológicos da droga, não se preveria um efeito prejudicial sobre tais atividades.

Adefovir dipivoxil: Ação da substância no organismo

Resultados de Eficácia

No que se refere ao parâmetro de eficácia primária, adefovir dipivoxila 10 mg demonstrou melhora histológica estatisticamente significativa em comparação com placebo. Os pacientes tratados com esse medicamento tiveram reduções de necroinflamações e fibrose em relação a placebo entre a biópsia pré-tratamento e a da semana 48. A terapia com adefovir dipivoxila associou-se com melhora histológica em todos os subgrupos demográficos e de estado pré-tratamento da doença.

Os níveis séricos de DNA do HBV foram rápida e significativamente reduzidos em pacientes tratados com adefovir dipivoxila 10 mg em comparação com os que receberam placebo, conforme determinado pela alteração mediana, em relação aos valores basais e na proporção de pacientes com DNA do HBV <400 cópias/ml na semana 48.

Além do benefício antiviral direto, os pacientes tratados com a dose de 10 mg tiveram reduções estatisticamente significativas dos níveis de ALT (alanina aminotransferase), e uma proporção mais alta deles atingiu a normalização de ALT em comparação com os que receberam placebo.

Entre os pacientes HBeAg positivos, uma proporção significativamente mais alta dos que receberam tratamento com adefovir dipivoxila 10 mg, em comparação com placebo, atingiu soroconversão de HBeAg e perda de HBeAg.

Características Farmacológicas

O adefovir dipivoxila e uma pre-droga oral do adefovir, um analogo fosfonato nucleotideo aciclico do monofosfato de adenosina ativamente transportado para as celulas dos mamiferos, onde e convertido por enzimas receptoras difosfato de adefovir. Essa substancia inibe as polimerases virais que competem pela ligacao direta com o substrato natural (trifosfato de desoxiadenosina) e, apos incorporacao ao DNA viral, causa a eliminacao da cadeia de DNA. O difosfato de adefovir inibe seletivamente as polimerases do DNA do virus da hepatite B (HBV) em concentracoes 12, 700 e 10 vezes mais baixas do que as necessarias para inibir as polimerases do DNA humano a, b e y respectivamente. O difosfato de adefovir tem meia-vida intracelular de 12 a 36 horas em linfocitos ativados e em repouso.

O adefovir e ativo contra hepadnavirus in vitro que abrangem todas as formas comuns do HBV resistentes a lamivudina (L528M, M5521, M552V, L528M/M552V), as mutacoes associadas ao fanciclovir (V521L, P525L, L528M, TS32S ou V555I) e as mutacoes de escape da imunoglobulina B (T476N e W501Q) e em modelos animais in vivo do HBV.

Demonstrou-se que 2 mutacoes (rtN236T e rtA181V) no dominio da transcriptase reversa do HBV estao associadas a resistencia a adefovir.

In vitro , a mutacao rtN236T reduz de 4 a 14 vezes a suscetibilidade a adefovir, enquanto com a mutacao TTA181V a diminuicao e de 2,5 a 4,2 vezes.

In vitro , a mutacao rtN236T reduz de 2 a 3 vezes a suscetibilidade a lamivudina, ao passo que com a mutacao rtA181V a diminuicao e de 1 a 14 vezes.

A resistencia a adefovir pode resultar em rebote de carga viral, que por sua vez pode ocasionar exacerbacao da hepatite B e, em um cenario de funcao hepatica diminuida, levar a descompensacao hepatica, com possiveis consequencias fatais.

Para reduzir o risco de resistencia em pacientes que nao respondem a lamivudina, deve-se utilizar o adefovir dipivoxila em associacao com a lamivudina, e nao como monoterapia.
Visando reduzir o risco de resistencia em pacientes que recebem adefovir dipivoxila como monoterapia, deve-se considerar a modificacao do tratamento se os niveis sericos de DNA do HBV permanecerem acima de 1.000 copias/ml.

A biodisponibilidade oral de adefovir na dose de 10 mg de adefovir dipivoxila é de 59%. Após administração oral de dose única de 10 mg de adefovir dipivoxila a pacientes com hepatite B crônica, o pico da concentração (Cmáx) sérica mediana (variação) foi atingida após 1,75 hora (variação 0,58-4,0 horas). Os valores medianos de Cmáx e ASC0-∞ foram, respectivamente, de 16,70 (9,66-30,56) ng/ml e 204,40 (109,75-356,05) ng.h/ml. A coadministração de 10 mg de adefovir dipivoxila com alimentos não afetou a exposição sistêmica ao adefovir.

Estudos pré-clínicos mostram que, após a administração oral do adefovir dipivoxila, o adefovir é distribuído para a maioria dos tecidos, com as concentrações mais altas ocorrendo nos rins, fígado e tecidos intestinais. A ligação in vitro de adefovir ao plasma humano ou às proteínas séricas humanas é ≤4% em concentrações da droga de 0,1 a 25 μg/ml. O volume de distribuição no estado de equilíbrio após administração intravenosa de 1,0 mg/kg/dia é de 392 ± 75 ml/kg e na dose de 3,0 mg/kg/dia é de 352 ± 9 ml/kg.

Após administração oral, adefovir dipivoxila é rapidamente convertido em adefovir. Em concentrações substancialmente mais altas (>4.000 vezes) do que as observadas in vivo, o adefovir não inibiu quaisquer das seguintes isoformas de CYP450: CYP1A2, CYP2D6, CYP2C9, CYP2C19, CYP3A4. Não é substrato dessas enzimas. Com base nos resultados desses experimentos in vitro e da via de eliminação conhecida do adefovir, é baixo o potencial de interações mediadas por CYP450 que envolvam esse medicamento com outros produtos medicinais.

O adefovir é eliminado por via renal, por uma combinação entre filtração glomerular e secreção tubular ativa. Após a administração repetida de 10 mg de adefovir dipivoxila, 45% da dose são recuperados como adefovir na urina durante 24 horas. As concentrações plasmáticas de adefovir diminuíram de maneira biexponencial, e a meia-vida de eliminação terminal mediana foi de 7,22 horas (4,72-10,70 horas).

Quanto à linearidade/não-linearidade, a farmacocinética de adefovir é proporcional à dose, ao longo de uma faixa de doses de adefovir dipivoxila de 10 a 60 mg, e não é influenciada pela administração repetida.

A farmacocinética de adefovir foi similar em pacientes de ambos os sexos.

Não se conduziram estudos farmacocinéticos em idosos.

Não se conduziram estudos farmacocinéticos em crianças.

Os dados disponíveis não parecem indicar nenhuma diferença de farmacocinética relacionada à raça.

Em pacientes com disfunção renal moderada ou grave, ou com doença renal em estágio terminal (ESRD) que necessitam de diálise, os valores de Cmáx, ASC0-∞ e t1/2 de adefovir foram maiores. Recomenda-se que o intervalo de administração de adefovir dipivoxila 10 mg seja modificado em pacientes com clearance de creatinina <50 ml/min ou em pacientes que já têm ESRD e que requerem diálise.

A média (+SD) dos parâmetros farmacocinéticos de adefovir baseou-se na administração de 1 dose de Adefovir Dipivoxil 10 mg a pacientes com vários níveis de insuficiência renal, como descrito na tabela abaixo.

Uma sessão de 4 horas de hemodiálise remove aproximadamente 35% da dose de adefovir. O efeito da diálise peritoneal na remoção de adefovir não foi avaliado.

As propriedades farmacocinéticas foram similares em pacientes com insuficiência hepática moderada ou grave, em comparação com voluntários sadios.

Surgimento de cepas de HBV resistentes ao adefovir durante os estudos clínicos

Em um estudo de Fase III controlado com placebo, análises genotípicas e fenotípicas foram realizadas em HBVs isolados de 271 pacientes HBeAgpositivos ou suspeitos de mutação pré-core, tratados com 10 mg de Adefovir Dipivoxil por 48 semanas. Não se identificaram mutações da HBV DNA polimerase associadas à resistência ao adefovir em pacientes em que a genotipagem do HBV foi realizada no início do tratamento e na semana 48.

Em pacientes HBeAg-negativos, a probabilidade acumulada de mutações de resistência associadas ao adefovir foi de 3%, 11%, 18% e 29% em 96, 144, 192 e 240 semanas de uso da droga, respectivamente.

Em pacientes HBeAg-positivos, a incidência de mutações de resistência associadas ao adefovir foi de 3%, 17% e 20% após exposição com duração média de 135, 189 e 235 semanas, respectivamente.

Em um estudo aberto, pré e pós-transplante de fígado com evidência clínica de HBV resistente à lamivudina, nenhuma mutação de resistência associada ao adefovir foi observada na semana 48.

Após 3 anos de uso, nenhum paciente em tratamento com Adefovir Dipivoxil e lamivudina desenvolveu resistência a Adefovir Dipivoxil. Entretanto, 4 pacientes que descontinuaram o tratamento com lamivudina desenvolveram mutação rtN236T enquanto recebiam Adefovir Dipivoxil em monoterapia, e em todos eles o HBV voltou a ser detectado.