Plurimec

Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio

Antiparasitários

Plurimec, para o que é indicado e para o que serve?

A ivermectina é indicada para o tratamento de várias condições causadas por vermes ou parasitas.

Estudos demonstram que a ivermectina funciona no tratamento das seguintes infecções:

Estrongiloidíase intestinal

Causada por um parasita denominado Strongyloides stercoralis .

Oncocercose

Causada por um parasita denominado Onchocerca volvulus .

Nota: a ivermectina não possui atividade contra parasitas Onchocerca volvulus adultos. Os parasitas adultos residem em nódulos subcutâneos, frequentemente não palpáveis. A retirada cirúrgica desses nódulos (nodulotomia) pode ser considerada no tratamento de pacientes com oncocercose, já que esse procedimento elimina os parasitas adultos que produzem microfilárias.

Filariose (elefantíase)

Causada pelo parasita Wuchereria bancrofti .

Ascaridíase (lombriga)

Causada pelo parasita Ascaris lumbricoides .

Escabiose (sarna)

Causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei .

Pediculose (piolho)

Causada pelo ácaro Pediculus humanus capitis .

Como o Plurimec funciona?


A ivermectina é um medicamento que atua contra várias espécies de parasitas e vermes. Sua ação se dá por meio da paralisação da musculatura de vermes e parasitas, ocasionando suas mortes e eliminando-os do seu corpo.

Quais as contraindicações do Plurimec?

Plurimec não deve ser usado por pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula.

Devido aos efeitos nos receptores gabaérgicos do cérebro, Plurimec está contra indicado para pacientes com meningite ou outras afecções do Sistema Nervoso Central que possam afetar a barreira hematoencefálica.

Como não existem estudos em mulheres grávidas, Plurimec não deve ser usado durante a gravidez, já que a segurança não está bem estabelecida.

Plurimec deve ser evitado durante amamentação e em crianças com menos de 15 kg ou menores de 5 anos.

Como usar o Plurimec?

Os comprimidos de Plurimec devem ser ingeridos com água.

Posologia do Plurimec


Estrongiloidíase - Filariose - Escabiose - Pediculose

A dosagem recomendada de Plurimec para o tratamento destas afecções numa única dose oral visa fornecer aproximadamente 200 mcg de ivermectina por quilo de peso corporal. Consulte a tabela 1 para orientar se em relação à dosagem.

Tabela 1 - Orientação de dosagem de ivermectina para estrongiloidíase, filariose, ascaridíase, escabiose e pediculose

Peso corporal (kg)

Dose oral única

15 a 24

½ comprimido

25 a 35

1 comprimido

36 a 50

1 ½ comprimidos

51 a 65

2 comprimidos

66 a 79

2 ½ comprimidos

≥ 80

200mcg/Kg

Em geral, não são necessárias outras doses. Contudo, devem ser feitos exames de fezes para acompanhamento (estrongiloidíase) e avaliações clínicas (demais afecções) para verificar a eliminação da infecção.

Oncocercose

A dosagem recomendada de Plurimec para o tratamento da oncocercose é uma dose oral única que visa fornecer aproximadamente 150 mcg de ivermectina por quilo de peso corporal. Consulte a tabela 2 para orientar-se em relação à dosagem.

Tabela 2 - Orientação de dosagem de ivermectina para a oncocercose

Peso corporal (kg)

Dose oral única

15 a 24

½ comprimido

26 a 44

1 comprimido

45 a 64

1 ½ comprimidos

65 a 84

2 comprimidos

≥ 85

150mcg/Kg

Em campanhas de distribuição em massa inseridas em programas de tratamento internacional, o intervalo entre doses usado de forma mais comum foi de doze meses. No tratamento individual de pacientes, pode-se reconsiderar uma nova dosagem em intervalos de três meses.

Pacientes idosos

As recomendações para pacientes idosos são semelhantes às destinadas aos pacientes adultos.

Quais cuidados devo ter ao usar o Plurimec?

Após o tratamento com drogas microfilaricidas, os pacientes com oncodermatite hiper-reativa (sowda) podem apresentar maior probabilidade que outros de sofrer reações adversas severas, especialmente edemas e agravamento da oncodermatite.

Estrongiloidíase

O paciente deve ser lembrado da necessidade de submeter-se a exames de fezes repetidos para comprovar a ausência do parasita Strongiloides stercoralis .

Estrongiloidíase em hospedeiros imunocomprometidos

Em pacientes imunocomprometidos (incluindo os portadores de HIV ) em tratamento de estrongiloidíase intestinal, pode ser necessário repetir a terapia.

Estudos clínicos adequados e bem controlados não foram conduzidos nesses pacientes para a determinação da dosagem ótima. Vários tratamentos, com intervalos de duas semanas, podem ser necessários e a cura pode não ser conseguida.

O controle de estrongiloidíase não intestinal nesses pacientes é difícil e pode ser útil a terapia supressiva, isto é, uma vez por mês.

Oncocercose

O paciente deve ser lembrado de que o tratamento com Plurimec não elimina os parasitas Onchocerca adultos e, portanto, normalmente é necessário repetir o acompanhamento, podendo ser requisitado um novo tratamento.

Filariose

O paciente deve ser advertido de que a medicação elimina apenas as microfilárias e, portanto, não haverá reversão das alterações clínicas já existentes decorrentes dos parasitas adultos.

Pediculose e Escabiose

O paciente deverá ser reavaliado no intervalo de 1 a 2 semanas para certificar-se da cura. Nesses casos também devem ser tratados os contactantes infestados.

Pediculose

O paciente deve ser orientado para que as lêndeas que estiverem mais aderidas deverão ser removidas manualmente.

Sarna crostosa em hospedeiros imunocomprometidos

Em pacientes imunocomprometidos (incluindo os portadores de HIV) em tratamento de sarna crostosa, pode ser necessário repetir a terapia.

Carcinogenicidade, Mutagenicidade e Teratogenicidade

Não foram realizados estudos a longo prazo com animais para avaliar o potencial carcinogênico de ivermectina. A ivermectina não evidenciou sinais de genotixidade no ensaio de Ames para verificação de mutagenicidade microbiana in vitro com Salmonella typhimurium , variedades TA1535, TA1537, TA98 e TA100, com e sem ativação de sistema enzimático de fígado de rato, bem como em ensaio de citotoxicidade e mutagenicidade empregando linfoma de camundongo linhaem L5178Y e em ensaio de síntese de DNA com fibroblastos humanos.

A ivermectina demonstrou ser teratogênica em camundongos, ratos e coelhos quando administrada em doses repetidas de 02, 8,1 e 4,5 vezes a dose máxima recomendada para humanos, respectivamente (baseada em mg/m 2 / dia).

A teratogenicidade foi caracterizada nas três espécies testadas por fissuras palatinas. Observou-se também deformação das patas dianteiras em coelhos. Esses efeitos foram obtidos somente com doses iguais ou próximas aos níveis tóxicos para fêmeas prenhes. Portanto, a ivermectina não parece ser seletivamente tóxica para o feto em desenvolvimento.

A ivermectina não teve feitos adversos sobre a fertilidade de ratos em estudos com doses repetidas de até três vezes a dose máxima recomendada para humanos, de 200 mcg/ kg (baseada em mg/m 2 /dia).

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Plurimec?

As reações adversas geralmente são de natureza leve e transitória.

Durante o tratamento com Plurimec podem ocorrer raramente as seguintes reações:

Gastrintestinal

  • Diarréia e náusea;
  • Dor abdominal;
  • Anorexia ;
  • Constipação ;
  • Vômitos .

Reações epidérmicas

  • Prurido;
  • Erupções;
  • Urticária .

Sistema Nervoso Central

  • Tontura ;
  • Sonolência;
  • Vertigem;
  • Tremor.

As reações do tipo Mazzotti e oftálmicas, associadas ao tratamento da oncocercose ou à própria doença, não devem ser esperadas em pacientes com estrongiloidíase tratados com Plurimec.

Oncocercose

As reações de hipersensibilidade resultantes da morte das microfilárias após o tratamento com ivermectina provocam sintomas de reação do tipo Mazzotti (artralgia/sinovite, dor abdominal, aumento e sensibilidade dos nódulos linfáticos, principalmente nódulos axilares, cervical e inguinal; prurido, edema ,erupções, urticária e febre ).

Reações oftálmicas durante o tratamento da oncocercose são raras e podem estar ligadas à doença.

Estes efeitos secundários, após o tratamento com ivermectina, podem ser:
  • Sensação de anormalidades nos olhos;
  • Edema de pálpebra;
  • Uveíte anterior;
  • Conjuntivite ;
  • Limbite;
  • Queratite;
  • Coriorretinite;
  • Coroidite.

Raramente elas podem tornar-se graves ou são associadas com perda de visão e, de forma geral, são resolvidas sem a necessidade de tratamento com corticosteróides .

Gerais

  • Astenia;
  • Edema facial e periférico;
  • Hipotensão ortostática;
  • Taquicardia.

Cefaléia e mialgia relacionadas à droga ocorreram em menos de 1% dos pacientes.

Também foram relatadas hipotensão (principalmente a hipotensão ortostática) e exacerbação da asma brônquiaca.

População Especial

Gravidez

Não há estudos adequados e bem controlados em mulheres grávidas. Assim, a ivermectina não deve ser usada durante a gravidez, já que a segurança nestes casos não foi estabelecida.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica.

Lactação

A ivermectina é excretada no leite materno em baixas concentrações. O tratamento de mães que planejam amamentar somente deve ser feito quando o risco de adiar o tratamento da mãe superar o possível risco para o recém-nascido.

Pediatria

Não foram estabelecidas segurança e eficácia em crianças com menos de 15 kg ou menores de 5 anos.

Geriatria (idosos)

Não há recomendações específicas para o uso por idosos.

Qual a composição do Plurimec?

Apresentação

Comprimidos 6mg caixa com 2 ou 4.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Plurimec maior do que a recomendada?

Foi observada letalidade significativa em camundongos e ratos após doses orais únicas de 25 a 50 mg/kg e de 40 a 50 mg/kg de ivermectina, respectivamente.

Não foi observada letalidade significativa em cães após doses orais únicas de até 10 mg/kg.

Nessas dosagens, observaram-se os seguintes sinais relacionados ao tratamento:

  • Ataxia;
  • Bradipnéia;
  • Tremores;
  • Ptose;
  • Redução de atividade;
  • Vômitos;
  • Midríase.

Intoxicação acidental

Na intoxicação acidental ou na exposição significativa a quantidades desconhecidas de formulações veterinárias de ivermectina em humanos, seja por ingestão, inalação, injeção ou exposição de áreas do corpo, os efeitos adversos abaixo foram relatados com maior freqüência.

  • Erupção cutânea;
  • Edema;
  • Dor de cabeça ;
  • Tontura;
  • Astenia;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Diarréia.

Entre outros efeitos adversos relatados estão convulsões, ataxia, dispnéia, dor abdominal, parestesia e urticária.

Em casos de intoxicação acidental, a terapia de apoio, quando indicada, deve incluir a administração parenteral de fluidos e eletrólitos, assistência respiratória (oxigênio e ventilação mecânica quando necessário) e agentes hipertensores nos casos de hipotensão clinicamente significativa.

Pode ser indicada a indução de vômitos e/ou lavagem gástrica o mais rápido possível, seguida de laxantes e outras medidas anti-envenenamento rotineiras, quando necessário, para evitar a absorção do produto ingerido.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Plurimec com outros remédios?

Não foram relatadas interações medicamentosas com o uso de ivermectina, entretante, Plurimec deve ser administrado com cautela em pacientes sob uso de drogas depressoras do SNC.

Interferências em Exames Laboratoriais

As seguintes interferências foram relatadas com a administração de ivermectina:

  • Eosinofilia transitória;
  • Elevação das transaminases;
  • Aumento da hemoglobina (1%).

Leucopenia e anemia foram verificadas em um paciente.

Qual a ação da substância do Plurimec (Ivermectina)?

Resultados de Eficácia


Estrongiloidíase

A estrongiloidíase é uma infecção parasitária que pode desenvolver quadros clínicos graves e que, além do comprometimento intestinal, pode causar lesões cutâneas, broncopulmonares, hepáticas, biliares, miocárdicas e mesentéricas.

A eficácia da ivermectina no tratamento da estrongiloidíase tem sido demonstrada em vários estudos 1-3 . Marty et al 4 demonstraram eficácia superior da ivermectina em comparação com o albendazol no tratamento da estrongiloidíase e Torres et al 5 demonstraram a eficácia da ivermectina no tratamento da estrongiloidíase em pacientes imunodeprimidos.

Oncocercose

A oncocercose é uma filariose que compromete a pele e o aparelho visual, causada por Onchocerca volvulus . É transmitida através de um vetor, o díptero simulídeo, conhecido popularmente como “pium” ou “borrachudo”.

A eficácia da Ivermectina no tratamento da oncocercose tem sido demonstrada em vários estudos 6-11 , já tendo sido demonstrado que a Ivermectina tem maior eficácia que a dietilcarbamazina no tratamento da oncocercose 12 .

Filariose

A filariose linfática humana, conhecida também como elefantíase no Brasil, é causada pelo helminto Wuchereria bancrofti e transmitida por mosquitos do gênero Culex , nos quais as microfilárias se desenvolvem e atingem o estágio infectante. Os vermes adultos vivem nos linfonodos e vasos linfáticos, e as microfilárias são encontradas no sangue periférico. No tratamento e controle da disseminação da filariose, a dietilcarbamazina apresenta resultados relativamente fracos, associados ao elevado índice de reações adversas em relação à Ivermectina.

A eficácia da Ivermectina no tratamento da filariose tem sido demonstrada por vários estudos 13-18 .

Ascaridíase

A ascaridíase é causada por um parasita helmíntico denominado Ascaris lumbricoides . A prevalência desta doença dá-se em regiões de ambiente quente com condições sanitárias precárias em que os parasitas encontrem-se presentes e, em casos de contaminação de alimentos e fontes de água.

A eficácia da Ivermectina no tratamento da ascaridíase tem sido demonstrada por diversos estudos 1,3,4,19,20,39,40 .

Escabiose

A escabiose ou sarna humana é uma dermatose de alta incidência no Brasil, produzida pelo ácaro Sarcoptes scabiei . A sarna crostosa ou norueguesa tem tido um aumento de incidência, principalmente em pacientes imunodeprimidos.

A eficácia da Ivermectina via oral no tratamento da escabiose foi demonstrada em vários estudos 23-26 .

Atualmente existe consenso na literatura científica sobre a importância da Ivermectina no tratamento da escabiose 26-28 . Além disso, também foi demonstrada a eficácia da Ivermectina via oral no tratamento da escabiose em imunodeprimidos 29 e durante a ocorrência de surtos em instituições 27 .

A eficácia da Ivermectina no tratamento da sarna norueguesa ou crostosa também foi demonstrada por diversos estudos 30-34 .

Pediculose

A pediculose é uma dermatose de alta incidência no Brasil, produzida pelo Pediculus humanus capitis , que pode ser tratada com dose única de Ivermectina, cuja administração por via oral apresenta vantagens em relação aos tratamentos tópicos alternativos.

A eficácia da Ivermectina via oral no tratamento da pediculose, incluindo os casos resistentes, foi demonstrada em vários estudos 35-40 .

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Características Farmacológicas


Ivermectina contém Ivermectina, um antiparasitário de amplo espectro, derivado das avermectinas, uma classe isolada de produtos de fermentação do Streptomyces avermitilis .

A Ivermectina é uma mistura que contém no mínimo 90% de 5-O-dimetil-22,23-diidroavermectina A1a e menos de 10% de 5-O-dimetil-25-di(1-metilpropil)-22,23-diidro-25-(1-metiletil)avermectina A1a, geralmente conhecidos como 22,23 diidroavermectina B1a e B1b ou H2B1a e H2B1b, respectivamente.

Farmacodinâmica

A Ivermectina imobiliza os vermes induzindo uma paralisia tônica da musculatura.

A paralisia é mediada pela potencialização e/ou ativação direta dos canais de Cl - sensíveis às avermectinas, controlados pelo glutamato. Esses canais estão presentes somente nos nervos e células musculares dos invertebrados e uma vez potencializados, acarretam um aumento da permeabilidade da membrana celular aos íons cloreto, com hiperpolarização dos nervos ou células musculares, resultando em paralisia e morte do parasita. Os compostos desta classe podem também interagir com canais de Cl - mediados por outros neurotransmissores como o ácido gama-aminobutírico (GABA).

Os canais de Cl - controlados pelo glutamato provavelmente servem como um dos locais de ação da Ivermectina também nos insetos e crustáceos. A falta de receptores com alta afinidade para as avermectinas em cestodos e trematodos pode explicar porque estes helmintos não são sensíveis à Ivermectina. Nos casos de infestações por Onchocerca , a Ivermectina afeta as larvas em desenvolvimento e bloqueia a saída das microfilárias do útero dos vermes fêmeas adultos. Sua atividade contra Strongyloides stercoralis é limitada aos estágios intestinais. A atividade seletiva dos compostos desta classe pode ser atribuída ao fato de que nos mamíferos, os canais iônicos mediados pelo GABA só estão presentes no cérebro e a Ivermectina não atravessa a barreira hematoencefálica em situações normais; além disso, os nervos e as células musculares dos mamíferos não apresentam canais de Cl- controlados por glutamato.

Farmacocinética

Após a administração oral da Ivermectina, as concentrações plasmáticas são aproximadamente proporcionais à dose. A concentração plasmática máxima é atingida em aproximadamente quatro horas após a ingestão. A meia-vida plasmática é de 22 a 28 horas nos adultos, e o volume aparente de distribuição é de aproximadamente 47 litros. A metabolização é hepática e a maior concentração tissular é encontrada no fígado e no tecido adiposo. Níveis extremamente baixos são encontrados no cérebro, apesar da lipossolubilidade da droga. Isto se deve ao fato de a Ivermectina não atravessar a barreira hematoencefálica dos mamíferos em situações normais.

A Ivermectina e/ou os seus metabólitos são excretados quase exclusivamente nas fezes em um período estimado de 12 dias, sendo que menos de 1% da dose administrada é excretada na urina na forma conjugada ou inalterada. Os efeitos da alimentação na disponibilidade sistêmica da Ivermectina não foram estudados.