Pentral

Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio

Sistema cardiovascular

Pentral, para o que é indicado e para o que serve?

- Tratamento sintomático da doença vascular periférica.
- Labirintopatias.
- Neuropatias diabéticas.
- Anemia falciforme .

Quais as contraindicações do Pentral?

- Hipersensibilidade ao fármaco ou derivados das xantinas.
- Hemorragia retiniana ou cerebral recente

Como usar o Pentral?

Uso Oral

Adultos: 400mg, 3 vezes ao dia, durante as refeições. Se houver efeitos colaterais, reduzir para 400mg , 2 vezes ao dia.

Quais cuidados devo ter ao usar o Pentral?

Aos primeiros sinais de reação anafilática/anafilactoide, pentoxifilina 400 mg deve ser descontinuada e o médico deverá ser informado.

A eficácia deste medicamento depende da capacidade funcional do paciente.

Gravidez

São insuficientes os dados de estudos do uso de pentoxifilina 400 mg na gestação. Portanto, pentoxifilina 400 mg não deve ser usada em gestantes.

Categoria de risco C: Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.

Informe imediatamente seu médico em caso de suspeita de gravidez.

Lactação

A pentoxifilina é excretada no leite materno em pequenas quantidades, mas por não existirem dados suficientes, o médico deve avaliar cuidadosamente o risco/benefício antes de administrar pentoxifilina 400 mg a mulheres que estejam amamentando.

Uso em idosos, crianças e outros grupos de risco

Pacientes idosos

Não há advertências e recomendações especiais sobre o uso adequado desse medicamento por pacientes idosos.

Crianças

Não se dispõe da experiência sobre o uso de pentoxifilina 400 mg em crianças.

Grupos de risco

É necessária uma cuidadosa monitorização em pacientes com:
  • Arritmia cardíaca severa;
  • Infarto agudo do miocárdio;
  • Hipotensão ;
  • Comprometimento da função renal (“ clearance ” de creatinina abaixo de 30mL/min);
  • Comprometimento severo da função hepática;
  • Tendência aumentada a hemorragias devido, por exemplo, ao uso de medicamentos anticoagulantes ou distúrbios na coagulação. Veja também item " Quais as contraindicações do Pentoxifilina? ";
  • Tratamento concomitante com pentoxifilina e antagonistas da vitamina K;
  • Tratamento concomitante com pentoxifilina e agentes antidiabéticos.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Pentral?

Estas reações adversas foram reportadas em estudos clínicos ou pós-comercialização. As frequências são desconhecidas.

Sistema/órgão/classe: Reação Adversa

  • Investigações: elevação das transaminases, hipotensão (queda da pressão sanguínea).
  • Distúrbios cardíacos: arritmia, taquicardia, angina pectoris .
  • Distúrbios do sangue e sistema linfático: trombocitopenia (trombopenia)
  • Distúrbios do sistema nervoso: tontura , dor de cabeça , meningite asséptica.
  • Distúrbios gastrointestinais: distúrbio gastrointestinal, desconforto epigástrico (sensação de pressão gástrica), distensão abdominal (plenitude), náusea, vômito , diarreia .
  • Distúrbios da pele e tecido subcutâneo: prurido, eritema (vermelhidão da pele), urticária .
  • Distúrbios vasculares: “flush” (ondas de calor), hemorragia (sangramentos).
  • Distúrbios do sistema imunológico : reação anafilática, reação anafilactoide, angioedema ( edema angioneurótico), broncoespasmo, choque anafilático.
  • Distúrbios hepatobiliares: colestase intra-hepática.
  • Distúrbios psiquiátricos: agitação, distúrbio do sono.

Em casos de eventos adversos, notifique-os ao Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária – NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm, ou à Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Pentral com outros remédios?

O efeito hipoglicemiante da insulina ou dos antidiabéticos orais pode ser potencializado (risco aumentado de hipoglicemia ) com o uso concomitante de pentoxifilina 400 mg. Portanto, pacientes com diabetes mellitus sob medicação devem ser cuidadosamente monitorizados.

Foram reportados casos pós-comercialização de aumento da atividade anticoagulante em pacientes tratados concomitantemente com pentoxifilina e antagonistas da vitamina K. Recomenda-se monitorização da atividade anticoagulante nestes pacientes quando a pentoxifilina for introduzida ou a dosagem for alterada.

Deve-se considerar que o efeito anti-hipertensivo e de outros medicamentos com potencial de diminuição da pressão arterial pode ser potencializado com o uso de pentoxifilina 400 mg.

Em alguns pacientes, a administração concomitante da pentoxifilina e teofilina podem aumentar os níveis plasmáticos de teofilina. Isto pode levar a um aumento ou intensificação dos efeitos adversos associados à teofilina.

Testes laboratoriais

Não há dados disponíveis até o momento sobre a interferência de pentoxifilina em testes laboratoriais.

Interação alimentícia: posso usar o Pentral com alimentos?

Não há dados relevantes relatados de interação com alimentos.

Qual a ação da substância do Pentral (Pentoxifilina)?

Resultados de Eficácia


A eficácia da pentoxifilina foi estabelecida na indicação registrada para doenças vasculares periféricas em estudos controlados com placebo utilizando dose diária de 1200 mg/dia tanto para doença arterial periférica [“ Pentoxifylline efficacy in the treatment of intermitente claudication: multicenter controlled double-blind trial with objective assessment of chronic occlusive arterial disease patients .” (Porter, J.M. 1982)] quanto para doença venosa e ulceração das pernas [“ Oxpentifylline treatment of venous ulcers of the leg .” (Colgan, M.P. 1990)]. Estudos clínicos realizados utilizando pentoxifilina em ampla faixa de indicações foram resumidos e revisados [“ Pentoxifylline: a review of its pharmacodynamic and pharmacokinetic properties, and its therapeutic efficacy .” (Ward, A 1987)]. Não há dúvida que a pentoxifilina administrada oralmente na dose total de 1200 mg/dia seja efetiva no tratamento médico de uma ampla faixa de distúrbios vasculares.

Os estudos a seguir também demonstraram a eficácia da pentoxifilina: “A controlled study on the effect of pentoxifylline and an ergot alkaloid derivative on regional cerebral blood flow in patients with chronic cerebrovascular disease .” (HARTMANN, A. 1988); “ Treatment of chronic cerebrovascular disease in elderly patients with pentoxifylline .” (BLUME, J. 1992); “ Efficacy and safety of pentoxifylline in geriatric patients with intermittent claudication .” (CROWDER, J. E. 1989); “ Intravenous treatment of chronic peripheral occlusive arterial disease: a double-blind, placebocontrolled, randomized, multicenter trial of pentoxifylline .” (RUDOFSKY, G. 1989) “ Pentoxifylline in cerebrovascular dementia .” (BLACK, R. S. 1992); “Ensaio clínico comparando a ação da pentoxifilina e da cinarizina no tratamento das labirintopatias.” (GANANÇA, M. M. 1989).

Referência bibliográfica

J. M. PORTER, et al.Pentoxifylline efficacy in the treatment of intermittent claudication: multicenter controlled double-blind trial with objective assessment of chronic occlusive arterial disease patients. Am. Heart J., 1982104(1):66-72.
M.P. Colgan, Dorrnandy JA, Jones PW, Schraibman IG, Shanik DG, Young RAL. Oxpentifylline treatment of venous ulcers of the leg. Br Med J 1990; 300:972-5.
A.WARD, CLISSOLD, S. P. Pentoxifylline: a review of its pharmacodynamic and pharmacokinetic properties, and its therapeutic efficacy. Drugs, 1987, 34(1)50-97.
A. HARTMANN, et al. A controlled study on the effect of pentoxifylline and an ergot alkaloid derivative on regional cerebral blood flow in patients with chronic cerebrovascular disease. Angiology,, 1988 39(5):449-57.
J. BLUME, et al. Treatment of chronic cerebrovascular disease in elderly patients with pentoxifylline. J. Med., 1992, 23(6):417-32.
J. E. CROWDER, et al. Efficacy and safety of pentoxifylline in geriatric patients with intermittent claudication.Angiology, 1989 40(9):795-802.
G. RUDOFSKY, et al. Intravenous treatment of chronic peripheral occlusive arterial disease: a double-blind, placebo-controlled, randomized, multicenter trial of pentoxifylline. Angiology,, 198940(7):639-49.
R. S. BLACK, et al.Pentoxifylline in cerebrovascular dementia.J. Am. Geriatr. Soc., 1992, 40(3):237-44.
M. M. GANANÇA, et al. Ensaio clínico comparando a ação da pentoxifilina e da cinarizina no tratamento das labirintopatias. Rev. Bras. Clin. Ter.,,1986. 15(10):337-9.

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

A pentoxifilina 400 mg é um agente hemorreológico que aumenta a deformabilidade eritrocitária prejudicada, reduz a agregação eritrocitária e plaquetária, reduz os níveis de fibrinogênio , reduz a adesividade dos leucócitos ao endotélio, reduz a ativação dos leucócitos e o consequente dano endotelial resultante e reduz a viscosidade sanguínea.

Consequentemente, a pentoxifilina 400 mg promove a perfusão da microcirculação pela melhora da fluidez sanguínea e pelo desenvolvimento dos efeitos antitrombóticos.

A resistência periférica pode ser levemente reduzida se a pentoxifilina for administrada em altas doses ou por infusão rápida. A pentoxifilina exerce um leve efeito inotrópico positivo no coração.

Propriedades farmacocinéticas

Após a administração oral, a absorção de pentoxifilina é rápida e praticamente completa.

Após a absorção quase completa, a pentoxifilina sofre metabolismo de primeira passagem.

A biodisponibilidade absoluta do produto original é 19 ± 13%. A concentração plasmática do principal metabólito ativo 1-(-5-hidroxihexil)-3,7-dimetilxantina (metabólito I) é o dobro da concentração plasmática da substância original, com o qual está em equilíbrio bioquímico de oxidação - redução reversível. Por esta razão, a pentoxifilina e o metabólito I devem ser considerados como uma unidade ativa, sendo que a disponibilidade da substância ativa é significativamente maior.

A meia-vida de eliminação da pentoxifilina após administração oral ou intravenosa é de aproximadamente 1,6 horas.

A pentoxifilina é completamente metabolizada e mais de 90% é eliminada por via urinária sob a forma de metabólitos polares hidrossolúveis nãoconjugados. A excreção dos metabólitos é retardada em pacientes com função renal severamente prejudicada.

Em pacientes com função hepática prejudicada, a meia-vida de eliminação da pentoxifilina é prolongada e a biodisponibilidade absoluta encontra-se aumentada.

Dados de segurança pré-clínica

Toxicidade aguda

Estudos de toxicidade aguda mostraram que os valores de DL50 em camundongos são: 195 mg/Kg de peso corpóreo após administração intravenosa e 1385 mg/Kg de peso corpóreo após administração oral, respectivamente, e em ratos são: 230 mg/Kg de peso corpóreo após administração intravenosa e 1770 mg/Kg de peso corpóreo após administração oral, respectivamente. Isto significa que a toxicidade da pentoxifilina é baixa.

Toxicidade crônica

Os estudos de toxicidade crônica não mostraram nenhuma lesão de órgão relacionada à toxicidade da pentoxifilina após administração durante 1 ano a ratos em doses de 1000 mg/Kg de peso corpóreo e a cães em doses diárias de 100 mg/Kg de peso corpóreo. Em um estudo, após doses de 320 mg/Kg de peso corpóreo ou maiores, administradas a cães durante 1 ano, vários animais mostraram perda de coordenação, insuficiência circulatória, hemorragias, edema pulmonar ou células gigantes nos testes.

Mutagenicidade

O teste de mutagenicidade (teste de Ames, teste do micronúcleo, teste UDS) não revelou nenhuma evidência de efeito mutagênico.

Carcinogenicidade

Em camundongos nos quais foram administrados doses orais de pentoxifilina de 450 mg/Kg de peso corpóreo diariamente durante 18 meses, não foram reveladas indicações de efeitos carcinogênicos. Em ratas recebendo doses orais de pentoxifilina de 450 mg/Kg de peso corpóreo diariamente durante 18 meses, foi observado um aumento do número de fibroadenomas mamários benignos. Entretanto, fibroadenomas mamários benignos ocorrem com frequência espontaneamente em ratas mais velhas.

Toxicologia na reprodução

Foi observado um aumento do número de óbitos intra-uterinos em ratas tratadas com doses extremamente altas. Todavia, estudos de reprodução em camundongos, ratos, coelhos e cães, em geral, não evidenciaram teratogenicidade, embriotoxicidade ou qualquer prejuízo da fertilidade ou no desenvolvimento perinatal.