Dilacoron

Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio

Pressão alta

Dilacoron, para o que é indicado e para o que serve?

Dilacoron ® ( cloridrato de verapamil ) é indicado para adultos no tratamento de:

  • Isquemia miocárdica (redução da quantidade de oxigênio para o músculo do coração): sem angina ( dor no peito ); com angina após esforço; angina em repouso.
  • Hipertensão arterial ( pressão alta ) leve e moderada: Dilacoron ® tem a vantagem de poder ser usado em pacientes com pressão alta e que também tenham asma ( bronquite ), diabetes , depressão , impotência sexual , doença em vasos cerebrais, varizes, doenças nas artérias coronárias (artérias que irrigam o coração), colesterol alto, ácido úrico alto e também pode ser usado por idosos. Diminui a pressão nas crises de pressão alta.
  • Profilaxia das taquicardias supraventriculares (prevenção de alguns tipos de arritmias do coração): previne as arritmias com batimento cardíaco rápido taquicardias supraventriculares; "flutter" ou fibrilação atrial) por meio de controle ou conversão para ritmo normal.

Exclusivo Comprimido Revestido 80 mg: indicado também para crianças e adolescentes.

Como o Dilacoron funciona?

Dilacoron ® contém como substância ativa o cloridrato de verapamil, que bloqueia o fluxo de cálcio para dentro da célula do músculo do coração e das artérias, melhorando a quantidade de oxigênio oferecida ao músculo do coração. Com mais oxigênio, o músculo do coração consegue relaxar mais e trabalhar melhor. Esse relaxamento muscular também acontece nos músculos das paredes dos vasos sanguíneos, onde o sangue vai poder circular mais facilmente, diminuindo, assim, a pressão alta.

Dilacoron ® também atua na normalização da frequência cardíaca (número de vezes que o coração bate por minuto).

O tempo médio estimado para o início da ação deste medicamento no organismo é de uma a duas horas após a administração oral.

Quais as contraindicações do Dilacoron?

Dilacoron ® é contraindicado para o uso por pessoas com hipersensibilidade ao cloridrato de verapamil ou a outros componentes da fórmula do medicamento.

Dilacoron ® é também contraindicado em casos de:

  • Choque cardiogênico (pressão arterial muito baixa devido a problemas no coração);
  • Bloqueio atrioventricular de segundo ou terceiro grau (tipos de arritmia do coração), a não ser que paciente seja portador de marcapasso;
  • Síndrome do nódulo sinusal (tipo de arritmia cardíaca ), a não ser que paciente seja portador de marcapasso;
  • Insuficiência cardíaca congestiva (“coração fraco”);
  • “Flutter” ou fibrilação atrial na presença de feixe de condução acessório (tipo de arritmia cardíaca);
  • Combinação com medicamentos contendo ivabradina (medicamento para o tratamento da angina do peito).

Como usar o Dilacoron?

Comprimido Revestido 80 mg / Comprimido Revestido Retard 120 mg

As doses de Dilacoron ® devem ser estudadas caso a caso pelo médico de acordo com a gravidade da doença, e tomadas, de preferência, com a alimentação ou logo após.

Os comprimidos devem ser engolidos com um pouco de água, e não devem ser mastigados nem chupados.

A experiência clínica mostra que a dose média do medicamento varia de 240 mg a 360 mg por dia, conforme orientação médica.

A dose máxima diária não deve passar de 480 mg para tratamentos longos, apesar de que uma dose maior que esta pode ser usada para tratamentos curtos. Não existe limitação para a duração do tratamento.

Dilacoron ® não deve ser interrompido subitamente após tratamentos longos, sendo recomendada uma diminuição gradual de dose.

Pacientes com problemas no fígado

O médico deverá fazer um ajuste da dose, com doses menores no início do tratamento.

Pacientes com problemas nos rins

Dilacoron ® deve ser usado com cuidado e com acompanhamento cuidadoso dos pacientes.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

Este comprimido não deve ser mastigado.

Exclusivo Comprimido Revestido 80 mg

Adultos e adolescentes com peso maior que 50 kg

Isquemia miocárdica, taquicardias supraventriculares paroxísticas, “flutter” e fibrilação atrial

120 mg a 480 mg divididos em 3 ou 4 vezes ao dia (a cada 8 ou 6 horas) de acordo com a prescrição médica.

Hipertensão

120 mg a 480 mg divididos em 3 vezes ao dia (a cada 8 horas) de acordo com a prescrição médica.

Crianças (somente para distúrbios do ritmo cardíaco)

Até 6 anos

80 mg a 120 mg divididos em 2 a 3 vezes ao dia (a cada 12 ou 8 horas) de acordo com a prescrição médica.

De 6 a 14 anos

80 mg a 360 mg divididos em 2 a 4 vezes ao dia (a cada 12 ou 6 horas) de acordo com a prescrição médica.

Exclusivo Comprimido Revestido Retard 120 mg

Adultos e adolescentes com peso maior que 50 kg

Isquemia miocárdica, taquicardias supraventriculares paroxísticas, “flutter” e fibrilação atrial

120 mg a 480 mg divididos em 1 ou 2 vezes ao dia (a cada 24 ou 12 horas) de acordo com a prescrição médica.

Hipertensão

120 mg a 480 mg divididos em 1 ou 2 vezes ao dia (a cada 24 ou 12 horas) de acordo com a prescrição médica.

O cloridrato de verapamil alcança o pico de concentração plasmática após 4 a 5 horas da administração do medicamento.

O que eu devo fazer quando esquecer de usar o Dilacoron?

Se você se esqueceu de tomar o medicamento, tome uma dose assim que se lembrar. Se estiver perto da hora de tomar a próxima dose, você deve simplesmente tomar o próximo comprimido no horário usual. Não dobre a próxima dose para repor o comprimido que se esqueceu de tomar no horário certo.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Dilacoron?

Infarto Agudo do Miocárdio

Usar com cautela nos casos de infarto agudo do miocárdio complicados por bradicardia (batimentos cardíacos lentos), hipotensão acentuada (pressão baixa) ou disfunção ventricular esquerda (coração fraco).

Bloqueio cardíaco/ Bloqueio AV de primeiro grau/ Bradicardia/ Assistolia

Utilizar com cautela em pacientes com um tipo de arritmia chamada bloqueio AV de segundo ou terceiro grau.

Dilacoron ® raramente é capaz de causar arritmias mais graves que podem levar à parada cardíaca. Se ocorrer, é mais comum em idosos e dura alguns segundos com retorno espontâneo ao ritmo normal.

Deve-se ter cautela com o uso associado com antiarrítmicos, betabloqueadores, digoxina , fleicanida e disopiramida.

Insuficiência cardíaca

O paciente deve estar bem controlado dos sintomas de insuficiência cardíaca, antes do uso de cloridrato de verapamil.

Doença nas quais a transmissão neuromuscular é afetada

Dilacoron ® deve ser utilizado com cautela em pacientes com doenças nas quais a transmissão neuromuscular é afetada (miastenia grave, Síndrome de Eaton-Lambert, distrofia muscular de Duchenne avançada– doenças que afetam nervos e músculos que causam fraqueza e fadiga ).

Inibidores da HMG-CoA Redutase (estatinas)

Ver item Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Dilacoron com outros remédios? .

Efeitos na habilidade de dirigir e usar máquinas

Devido ao seu efeito anti-hipertensivo e dependendo da resposta individual, o cloridrato de verapamil pode afetar a habilidade de reação a ponto de prejudicar a habilidade de dirigir um veículo, de operar máquinas ou de trabalhar sob circunstâncias perigosas. Isso se aplica, principalmente, quando se inicia o tratamento, quando a dose é aumentada, quando há migração de outra terapia medicamentosa ou quando álcool é consumido concomitantemente. Verapamil pode aumentar o nível de álcool no sangue e retardar sua eliminação, com isso, os efeitos do álcool podem ser exacerbados.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Dilacoron?

Reações adversas foram relatadas espontaneamente durante o período de pós-comercialização e durante estudos clínicos do produto.

As frequências de reações adversas são definidas como:

  • Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento);
  • Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento);
  • Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento).
Sistemas Comum Incomum Rara Desconhecida
Alterações no sistema imunológico - - - Hipersensibilidade (alergia)
Alterações no sistema nervoso Cefaleia ( dor de cabeça ) e tontura - Parestesia (sensação de formigamento ) e tremor Reação extrapiramidal; paralisia 1 (tetraparesia) e convulsões
Alterações nutricionais e de metabolismo - - - Hipercalemia (aumento de potássio no sangue)
Alterações psiquiátricas - - Sonolência -
Alterações do ouvido e do labirinto - - Zumbido Vertigem
Alterações cardíacas Bradicardia (batimentos muito lentos) Palpitações e taquicardia - Alguns tipos de arritmias, como: bloqueio atrioventricular (primeiro, segundo e terceiro grau), bradicardia sinusal, parada sinusal, insuficiência cardíaca (“coração fraco”), assistolia (parada cardíaca)
Alterações no sistema vascular Hipotensão, rubor - - -
Alterações respiratórias, torácicas e mediastínicas - - - Broncoespasmo, dispneia (falta de ar)
Alterações no sistema gastrintestinal Constipação (intestino preso) e náusea Dor abdominal Vômitos Desconforto abdominal, hiperplasia gengival (inchaço da gengiva), íleo paralítico (paralisia intestinal)
Alterações na pele e tecidos subcutâneos - - Hiper-hidrose (suor excessivo) Angioedema (inchaço em áreas profundas da pele), síndrome de StevensJohnson (reação alérgica grave), eritema multiforme (reação imunológica da pele), erupção cutânea maculopapular (área vermelha e plana na pele), alopecia ( queda de cabelo ), urticária (coceira), púrpura (hemorragias na pele) e prurido (coceira)
Alterações no sistema musculoesquelético - - - Fraqueza muscular, mialgia (dores musculares em qualquer parte do corpo) e artralgia (dores nas articulações)
Alterações no sistema renal e urinário - - - Insuficiência renal
Alterações no sistema reprodutor e mama - - - Disfunção erétil (impotência), ginecomastia (crescimento das mamas nos homens) e galactorréia (produção de leite fora do período pós-parto ou de lactação)
Condições gerais Edema periférico Fadiga - -
Em Investigação - - - Aumento de prolactina plasmática e aumento de enzimas hepáticas
1 Houve um único relato pós-comercialização de paralisia (tetraparesia) associada ao uso concomitante de verapamil e colchicina . O uso concomitante de verapamil e colchicina não é recomendado

Informe ao seu médico, cirurgião dentista, ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também a empresa através do seu serviço de atendimento.

População Especial

Uso em idosos

As doses de Dilacoron ® devem ser estudadas caso a caso pelo médico, pois pacientes idosos apresentam uma resposta maior ao verapamil.

Uso pediátrico

Deve-se ter bastante cautela ao administrar cloridrato de verapamil a este grupo de pacientes.

Uso em pacientes com insuficiência hepática (mau funcionamento do fígado)

O verapamil deve ser usado com cuidado em pacientes com função do fígado alterada.

Uso em pacientes com comprometimento da função renal (mau funcionamento dos rins)

Cloridrato de verapamil deve ser usado com cautela e com acompanhamento cuidadoso em pacientes com comprometimento da função renal. O cloridrato de verapamil não pode ser removido por hemodiálise .

Uso na gravidez (efeitos teratogênicos)

Não há dados adequados do uso de cloridrato de verapamil em mulheres durante a gravidez. Desta forma, cloridrato de verapamil só deve ser administrado na gravidez quando for absolutamente necessário e se indicado pelo médico.

Lactante

Cloridrato de verapamil deve ser usado durante a lactação somente se for essencial para o bem-estar da mãe e se indicado pelo médico.

Informe ao seu médico ou cirurgião dentista se ocorrer gravidez ou iniciar amamentação durante o uso deste medicamento.

Categoria de risco: C - Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião dentista.

Apresentações do Dilacoron

Comprimido revestido de 80 mg

Embalagem com 30 comprimidos.

Via oral.

Uso adulto e pediátrico.

Comprimido revestido retard de 120 mg

Embalagem com 20 comprimidos.

Via oral.

Uso adulto.

Qual a composição do Dilacoron?

Cada comprimido revestido de Dilacoron ® 80 mg contém:

80 mg de cloridrato de verapamil.

Excipientes: celulose microcristalina, croscarmelose sódica, dióxido de silício, estearato de magnésio, fosfato de cálcio dibásico di-hidratado, hipromelose , laurilsulfato de sódio, macrogol, talco , dióxido de titânio.

Cada comprimido revestido retard de Dilacoron ® 120 mg contém:

120 mg de cloridrato de verapamil.

Excipientes: alginato de sódio, povidona , celulose microcristalina, estearato de magnésio, hipromelose, macrogol, talco, dióxido de titânio e cera (E Hoechst).

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Dilacoron maior do que a recomendada?

Sintomas

A superdosagem de Dilacoron ® pode causar hipotensão (pressão baixa), bradicardia (coração bate muito devagar) até bloqueio atrioventricular (tipo de alteração do ritmo cardíaco), hiperglicemia (aumento na quantidade de açúcar no sangue), estupor (diminuição ou paralisação das reações intelectuais, sensitivas ou motoras, devidas a causa psíquica ou patológica) e acidose metabólica (excesso de acidez no sangue). Casos fatais ocorreram em consequência de superdosagem.

Tratamento

Todos os casos de superdosagem devem ser tratados como se fossem graves, e os pacientes devem ser mantidos em observação por até 48 horas, sob cuidados médicos em hospital. Em caso de superdosagem deve-se procurar um hospital imediatamente. O cloridrato de verapamil não pode ser removido por hemodiálise.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Dilacoron com outros remédios?

Caso você esteja usando alguma das substâncias a seguir, informe seu médico antes de iniciar o tratamento com Dilacoron ® . Ele lhe dará a melhor orientação sobre como proceder.

As substâncias que interagem potencialmente com o cloridrato de verapamil são:

Prazosina, terazosina, flecainida, quinidina, teofilina , carbamazepina , fenitoína , imipramina, glibenclamida , colchicina, claritromicina , eritromicina , rifampicina , telitromicina, doxorrubicina, fenobarbital , buspirona, midazolan, metoprolol, propranolol , digitoxina, digoxina, cimetidina , ciclosporina , everolimus, sirolimus, tacrolimus, atorvastatina , lovastatina , sinvastatina , almotriptana, sulfinpirazona, dabigatrana , outros anticoagulantes orais diretos, ivabradina, suco de grapefruit (toranja e pomelo), erva de São João ( Hypericum perforatum ).

Informe seu médico quanto ao uso de antiarrítmicos (procainamida), agentes antivirais anti-HIV ( ritonavir , lopinavir), lítio , bloqueadores neuromusculares (gentamicina, tobramicina ), ácido acetilsalicílico , álcool, estatinas, fluvastatina, pravastatina, rosuvastatina , anti-hipertensivos ( furosemida , hidroclorotiazida , nifedipino ), diuréticos , vasodilatadores ( hidralazina , cinarizina , flunarizina). Estas substâncias, quando utilizadas com Dilacoron ® podem causar algumas alterações.

Foram observados nos testes laboratoriais a elevação das enzimas hepáticas (enzimas que demonstram a função do fígado) e elevação dos níveis de prolactina (hormônio que estimula produção de leite e aumento das mamas).

Informe ao seu médico ou cirurgião dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Qual a ação da substância do Dilacoron (Cloridrato de Verapamil)?

Resultados da eficácia

Um estudo clínico fase IV que envolveu 4247 pacientes com hipertensão leve, moderada ou grave, teve como objetivo estudar a eficácia anti-hipertensiva e a tolerabilidade do cloridrato de verapamil.

De acordo com o estudo, a monoterapia com cloridrato de verapamil normalizou a pressão arterial diastólica (≤ 90mm Hg) em 90% dos pacientes com hipertensão leve, 70% com hipertensão moderada e 61% com hipertensão grave. A tolerabilidade cardíaca e extracardíaca com o cloridrato de verapamil foi boa e a média da frequência cardíaca foi levemente reduzida e nenhum dos pacientes desenvolveu bloqueio atrioventricular de 2° ou 3° grau.

Estudo duplo-cego de 6 semanas, 28 pacientes hipertensos estágios I-II foram randomizados para verapamil 160mg 3x/dia ou nifedipina 20mg 2x/dia.

O verapamil reduziu PAD media significativamente mais que nifedipina, com efeitos colaterais mais incidentes no grupo nifedipina que no grupo verapamil. Em conclusão, verapamil tem uma eficácia anti-hipertensiva superior à nifedipina.

Evidências de vários estudos suportam que verapamil é um anti-hipertensivo eficaz e bem tolerado para o tratamento de hipertensão leve a moderada e equivalente a outros agentes como betabloqueadores, diuréticos e inibidores da enzima de conversão (iECA), sem apresentar os efeitos colaterais mais incidentes destas medicações.

O efeito antianginoso de verapamil 120mg 3x/dia ao longo de 1 ano de tratamento foi avaliado em 11 pacientes com angina de esforço induzida.

A tolerância do teste de esforço em bicicleta foi de 531,8 +/- 123.0kg/min no grupo placebo e 763,6 +/- 124,7kg/min no grupo verapamil (p< 0,001), demonstrando a eficácia antianginosa do medicamento. Os benefícios no tratamento a curto prazo são sustentados mesmo após 1 ano de tratamento.

Outro estudo duplo-cego, randomizado, placebo controlado avaliou a redução da frequência de episódios anginosos, o consumo de nitroglicerina e a tolerância ao esforço em 26 pacientes com angina estável em uso de verapamil 480mg/dia. Houve redução de 5,6 +/− 7,3 para 2,2 +/− 3,9 episódios de angina por semana (p < 0,001) e redução no consumo de nitroglicerina de 3,4 +/− 4,9 para 1,2 +/− 2,5 comprimidos por semana (p < 0,05) no grupo verapamil comparado com placebo.

O tempo de esforço aumentou de 6,4 +/− 2,1 minutos e foram observados menos episódios de infradesnivelamento de segmento ST no pico do esforço (p < 0,05), sugerindo uma favorável redistribuição do fluxo sanguíneo coronário para zona isquêmica.

Um estudo randomizado, duplo-cego, placebo controlado avaliou durante 4 meses a efetividade e segurança de verapamil em 11 pacientes com episódios frequentes de taquicardia paroxística supraventricular (TPSV). Os episódios de TPSV diminuíram significativamente no grupo verapamil em relação ao placebo (p < 0,05), demonstrando que verapamil oral é seguro e efetivo no tratamento à longo prazo de pacientes com taquicardia paroxística supraventricular.

Estudos pré-clínicos

Estudos de reprodução foram conduzidos em coelhos e ratos através de administração oral de doses até 1,5 (15mg/Kg/dia) e 6 (60mg/Kg/dia) vezes a dose oral diária em humanos, respectivamente, e não foi evidenciada teratogenicidade. Nos ratos, entretanto, o múltiplo da dose humana foi embriocida, e retardou o desenvolvimento e crescimento fetal.

Provavelmente por causa dos efeitos adversos maternos refletidos em perda de ganho de peso pelas ratas prenhas. Entretanto não foram realizados estudos em mulheres grávidas.


Características Farmacológicas

Este medicamento contém como princípio ativo o cloridrato de verapamil, que é um inibidor do influxo de íons cálcio (bloqueador de canais lentos ou antagonista do íon cálcio).

Farmacodinâmica

Mecanismo de ação e efeitos farmacodinâmicos:

O cloridrato de verapamil bloqueia o influxo de íons de cálcio (e possivelmente de sódio) através do canal lento no interior das células cardíacas de contração e condução e células musculares vasculares. O efeito antiarrítmico de cloridrato de verapamil deve-se ao seu efeito no canal lento das células do sistema cardíaco de condução.

Reduz a exigência de oxigênio do miocárdio diretamente através da intervenção em processos metabólicos consumidores de energia no músculo cardíaco, e indiretamente por redução da pós-carga.

O bloqueio dos canais de cálcio do músculo liso das artérias coronarianas aumenta a perfusão miocárdica, mesmo em tecidos pós-estenose, e relaxa espasmos coronarianos.

A ação anti-hipertensiva do cloridrato de verapamil está baseada na redução da resistência periférica, sem efeito rebote na frequência cardíaca. A pressão arterial normal não é afetada de modo considerável.

A atividade elétrica através dos nodos sinoatrial e atrioventricular depende em grande parte do influxo de cálcio do canal lento.

Através da inibição deste influxo, o verapamil reduz a condução atrioventricular prolongando assim o período refratário. Esse efeito resulta na redução da transmissão elétrica ventricular nos pacientes com flutter atrial e/ou fibrilação atrial com rápida resposta ventricular. Interrompendo a reentrada no nó atrioventricular, verapamil pode reestabelecer o ritmo sinusal normal em pacientes com taquicardia supraventricular paroxistica, incluindo síndrome de Wolf-Parkinson-White .

Verapamil não produz efeito na condução do estímulo elétrico através dos feixes de condução acessórios.

Segurança e eficácia clínica:

O cloridrato de verapamil não altera a possível ação atrial normal nem o tempo de condução intraventricular, mas a amplitude depressiva, velocidade da despolarização e condução em fibras atriais deprimidas. Em casos isolados em corações de coelhos, concentrações de verapamil que afetam significativamente as fibras do nodo sinoatrial e as fibras nas regiões medianas e altas do nodo atrioventricular tem efeito muito pequeno nas fibras baixas do nodo atrioventricular (região NH) e não tem efeito nos potenciais de ação atrial ou nas fibras do feixe de His. O cloridrato de verapamil não induz espasmos arteriais periféricos ou altera o nível sérico de cálcio total.

O cloridrato de verapamil reduz a contratilidade do miocárdio e pós-carga. Em muitos pacientes, incluindo pacientes com doença cardíaca orgânica, a ação inotrópica negativa se contrapõe pela redução do débito cardíaco e pós-carga que geralmente não é reduzido.

Porém em pacientes com disfunção cardíaca moderada a severa e severa (pressão pulmonar arterial acima de 20 mm Hg, fração de ejeção menor que 30%), um agravamento agudo da falência cardíaca pode ser observado.

O cloridrato de verapamil possui efeito antiarrítmico bem definido, particularmente na presença de arritmias supraventriculares. O cloridrato de verapamil atrasa a condução no nó atrioventricular. O resultado, dependendo do tipo de arritmia, é a restauração do ritmo sinusal e/ou normalização da frequência ventricular. Frequências cardíacas normais não são afetadas ou sofrem pequena redução.

Farmacocinética

O cloridrato de verapamil é uma mistura racêmica que contém porções iguais de R-enantiômeros e S-enantiômeros. O cloridrato de verapamil é extensivamente metabolizado.

O norverapamil é um dos 12 metabólitos identificados na urina que possui 10% a 20% da ação farmacológica e faz parte de 6% da droga excretada na urina.

As concentrações de norverapamil e verapamil no estado estacionário após múltiplas doses diárias alcançadas após 3 a 4 dias no plasma são similares.

Absorção:

Mais de 90% da dose de cloridrato de verapamil é rapidamente absorvida pelo intestino delgado após a administração oral. A disponibilidade sistêmica média do composto inalterado depois de uma única dose oral é de aproximadamente 23%, devido a uma extensa metabolização hepática de primeira passagem. A biodisponibilidade é aproximadamente duas vezes mais alta com administrações repetidas. Os níveis plasmáticos de pico do cloridrato do verapamil são alcançados uma a duas horas após a administração do comprimido revestido. O pico plasmático de norverapamil é alcançado aproximadamente 1 hora após administração da dose. A presença de alimentos não afeta a biodisponibilidade de verapamil.

Distribuição:

O verapamil é altamente distribuído através dos tecidos do corpo, o volume de distribuição varia de 1,8 – 6,8L/Kg em pacientes saudáveis. A ligação de verapamil com proteínas plasmáticas é de aproximadamente 90 %.

Metabolização:

Verapamil é altamente metabolizado. Estudos in vitro indicaram que o fármaco é metabolizado pelo citocromo P 450 CYP3A4, CYP1A2, CYP2C8, CYP2C9, CYP2C18.

Em homens saudáveis, o cloridrato de verapamil administrado por via oral, sofre extenso metabolismo no fígado, sendo identificados 12 metabólicos, a maior parte deles só vestígios.

Os principais metabólitos foram identificados como diferentes produtos N e O-dealquilados do verapamil.

Desses metabólitos, apenas norverapamil possui algum efeito farmacológico, aproximadamente 20 % do componente principal foi observado em estudos com cachorros .

Eliminação:

A meia-vida de eliminação é de 3 a 7 horas. O cloridrato de verapamil e seus metabólitos são eliminados principalmente por via renal. Somente 3 a 4% são eliminados sob a forma inalterada. Cerca de 50% da dose é eliminada via renal em 24 horas e 70% em cinco dias.

Até 16% da dose é eliminada nas fezes. O clearence total de verapamil é tão alto quanto o fluxo sanguíneo hepático, aproximadamente 1L/h/Kg (variação: 0,7 – 1,3L/h/Kg).

Populações Especiais

Pediátrico:

Informação limitada de pacientes pediátricos está disponível, a concentração plasmática estacionária parece ser menor na população pediátrica após ingestão oral da dose, quando comparado com a população adulta.

Idosos:

A idade pode afetar a farmacocinética do verapamil dados a pacientes hipertensivos. A meia-vida de eliminação pode ser prolongada em pacientes idosos. O efeito anti-hipertensivo do verapamil não tem relação com a idade.

Insuficiência Renal:

A função renal não tem efeito sobre a farmacocinética de verapamil conforme demonstrado em estudos comparativos em pacientes com insuficiência renal avançada e pacientes saudáveis. Apesar disso, recomenda-se administração cautelosa de verapamil em pacientes com insuficiência renal. O verapamil e norverapamil não são significativamente removidos por hemodiálise.

Insuficiência hepática:

A meia-vida de verapamil é prolongada em pacientes com alteração da função hepatica com menor clearance e maior volume de distribuição. O verapamil nessa população deve ser usada com cuidado.

Como devo armazenar o Dilacoron?

Este medicamento deve ser mantido em sua embalagem original. Conservar em temperatura ambiente (15-30°C). Proteger da luz e da umidade.

Se armazenado nas condições indicadas, o medicamento se manterá próprio para consumo pelo prazo de validade impresso na embalagem externa.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características físicas do produto

Dilacoron ® 80 mg

Comprimido branco, com faces biconvexas, sulcado, gravado com inscrição 80 mg em uma das faces e a outra face lisa.

Dilacoron ® 120 mg

Comprimido branco com faces biconvexas lisas.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Dilacoron

M.S.: 1.0553.0267

Farm. Resp.:
Graziela Fiorini Soares
CRF-RJ nº 7475

Registrado por:
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda.
Rua Michigan, 735
São Paulo - SP
CNPJ 56.998.701/0001-16

Fabricado por:
Abbott Laboratórios do Brasil Ltda.
Rio de Janeiro – RJ
Indústria Brasileira

Sob licença de:
Abbott GmbH & Co. KG
Ludwigshafen – Alemanha

Abbot Center:
0800 703 1050

Venda sob prescrição médica.