Axeron

Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio

Reposição hormonal

Axeron, para o que é indicado e para o que serve?

Axeron é indicado como terapia de reposição de testosterona . A testosterona solução tópica a 2% é um andrógeno indicado como terapia de reposição para as condições associadas à deficiência ou ausência de testosterona endógena em homens adultos.

Como Axeron funciona?

Andrógenos endógenos (hormônios masculinos), incluindo a testosterona e a diidrotestosterona (DHT), são responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento normais dos órgãos sexuais masculinos e pela manutenção das características sexuais secundárias. Esses efeitos incluem o crescimento e maturação da próstata, vesículas seminais, pênis e escroto; desenvolvimento da distribuição capilar masculina, como pelos faciais, pubianos, peitorais e axilares; aumento da laringe, espessamento das cordas vocais, alterações na musculatura corporal e distribuição de gordura. O hipogonadismo masculino (diminuição da secreção interna dos testículos) resulta da secreção insuficiente de testosterona e é caracterizado por baixas concentrações séricas de testosterona.

Os sinais e sintomas associados com o hipogonadismo masculino incluem disfunção erétil e redução no desejo sexual, fadiga ( cansaço ) e perda de energia, humor deprimido, regressão das características sexuais secundárias e osteoporose .

Em homens com hipogonadismo, a concentração média de testosterona em estado de equilíbrio é alcançada dentro de 2 semanas após o início do tratamento com Axeron.

Quais as contraindicações do Axeron?

Axeron é contraindicado em:

  • Homens com câncer de mama ou com suspeita ou confirmação de câncer de próstata .
  • Mulheres que estejam grávidas, que pretendam engravidar ou que estejam amamentando.

Axeron pode causar danos ao feto quando administrado em mulheres grávidas, e também pode causar reações adversas graves em bebês lactentes.

Pacientes alérgicos a qualquer um dos componentes da fórmula.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento.

Como usar o Axeron?

A dose inicial recomendada de Axeron é de 60 mg de testosterona (3 mL) uma vez ao dia, aplicada na pele das axilas, aproximadamente na mesma hora todas as manhãs, sobre a pele limpa, seca e intacta. Não aplicar Axeron em outras partes do corpo. A solução não deve ser esfregada na pele com os dedos ou com as mãos.

Após aplicar a solução, o local da aplicação deve secar antes de ser colocada a roupa. Evitar fogo, chamas ou fumar até que a solução tenha secado, uma vez que os produtos com base alcoólica, incluindo a testosterona solução tópica a 2%, são inflamáveis.

Pode-se usar desodorante com Axeron. Este deve ser usado antes da aplicação do medicamento. Os pacientes devem ser orientados para evitar nadar ou lavar o local da aplicação até 2 horas após a aplicação de Axeron.

As mãos devem ser bem lavadas com água e sabão após a aplicação de Axeron.

Instruções para administração

Dose Diária Prescrita

Número de Aplicações com a Bomba

Aplicação

30 mg testosterona
(1,5 mL)

1 (uma vez ao dia)

Aplicar uma vez apenas em uma das axilas (esquerda ou
direita).

60 mg testosterona
(3 mL)

2 (uma vez ao dia)

Aplicar uma vez na axila esquerda e depois aplicar uma
vez na axila direita.

90 mg testosterona
(4,5 mL)

3 (uma vez ao dia)

Aplicar uma vez na axila esquerda e uma vez na direita,
esperar o produto secar e depois aplicar novamente uma
vez na axila esquerda ou direita.

120 mg testosterona
(6 mL)

4 (uma vez ao dia)

Aplicar uma vez na axila esquerda e uma vez na direita,
esperar o produto secar e depois aplicar novamente uma
vez na axila esquerda E uma vez na axila direita.

Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.

O que devo fazer quando eu me esquecer de usar Axeron?

Caso o paciente esqueça de aplicar uma dose, deverá aguardar até a próxima dose e aplicar Axeron conforme prescrição médica.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Axeron?

Homens com hiperplasia prostática benigna (HPB) (aumento benigno da próstata) tratados com andrógenos têm maior risco de piora dos sinais e sintomas e podem ter maior risco de câncer de próstata. É apropriado investigar a existência de câncer de próstata antes do início e durante o tratamento com andrógenos.

A exposição secundária, resultando em virilização (aquisição ou manifestação de caracteres sexuais secundários do sexo masculino) potencial de fetos, bebês, crianças e mulheres, foi relatada. O tratamento com testosterona deve ser prontamente interrompido pelo menos até a causa da virilização ser identificada.

A adesão total às instruções sobre dose e método de administração é aconselhada para minimizar o potencial de exposição secundária. Apesar da transferência interpessoal de testosterona poder ocorrer mesmo através da camiseta, foi comprovado que a transferência pode ser substancialmente reduzida vestindo uma camiseta, e a maior parte da testosterona residual é removida da superfície da pele lavando-se com água e sabão.

  • Axeron só deve ser aplicado nas axilas, e não deve ser aplicado em nenhuma outra parte do corpo.
  • Crianças e mulheres devem evitar o contato com as partes, despidas e não lavadas, do corpo do homem onde houve aplicação de Axeron.
  • Os pacientes devem lavar as mãos imediatamente com água e sabão após a aplicação.
  • Os pacientes devem cobrir o local da aplicação com roupas (por exemplo, camiseta) após a solução ter secado.
  • Quando for previsto o contato direto de pele com pele, os pacientes devem lavar bem o local da aplicação com água e sabão para remover qualquer resíduo de testosterona.
  • Quando a pele não lavada ou despida à qual foi aplicado AXERON, entrar em contato direto com a pele de outra pessoa, a área total de contato da outra pessoa deve ser lavada com água e sabão o mais rápido possível.

O tratamento de homens hipogonádicos (diminuição da secreção interna dos testículos) com testosterona pode potencializar a apneia do sono em alguns pacientes, especialmente aqueles com fatores de risco como obesidade e doença pulmonar crônica.

Os medicamentos da classe dos andrógenos podem promover a retenção de sódio e água.

Edema (inchaço), com ou sem insuficiência cardíaca congestiva, pode ser uma complicação séria em pacientes com doença cardíaca, renal ou hepática preexistente.

Os pacientes devem ser aconselhados a evitar fumar, se aproximar do fogo ou de chamas até a dose aplicada de Axeron ter secado.

Ocasionalmente é observado o desenvolvimento de ginecomastia (crescimento de mamas em homens) e esta ocasionalmente persiste nos pacientes que estão sendo tratados com andrógenos para hipogonadismo.

A segurança e a eficácia de Axeron não foram estabelecidas em homens com menos de 18 anos de idade. O uso inadequado pode resultar em aceleração da idade óssea e fechamento prematuro das epífises.

A segurança e a eficácia de Axeron em homens com IMC >35 Kg/m2 ainda não foram estabelecidas.

A testosterona é contraindicada em mulheres que estejam grávidas, pretendam engravidar ou que estejam amamentando. A testosterona é teratogênica e pode causar dano fetal inclusive virilização inapropriada. Se a droga for usada durante a gravidez ou se a paciente engravidar enquanto estiver usando o medicamento, a paciente deve ser avisada sobre o potencial de danos ao feto.

Apesar de não se saber quanta testosterona é transferida para o leite materno humano, a testosterona é contraindicada para mulheres que estejam amamentando devido ao potencial de reações adversas sérias em bebês lactentes. A testosterona e outros andrógenos podem afetar adversamente a lactação.

Houve relatos pós-comercialização de eventos tromboembólicos venosos (obstrução da veia por um coágulo), incluindo trombose venosa profunda e embolia pulmonar (entupimento de um vaso no pulmão), em pacientes usando produtos contendo testosterona, como Axeron.

Procure seu médico caso você apresente sintomas de dor, edema, calor e eritema na extremidade inferior, ou se apresentar falta de ar aguda. Caso um evento tromboembólico venoso seja suspeito, procure seu médico. Você deve descontinuar o tratamento com Axeron para iniciar o acompanhamento e gerenciamento apropriado.

Efeitos na capacidade de dirigir e usar máquinas:

Nenhum efeito foi estabelecido.

Este medicamento pode causar doping .

Este medicamento causa malformação ao bebê durante a gravidez.

Este medicamento contém Álcool.

Interações Medicamentosas

Alterações na sensibilidade à insulina, tolerância à glicose , controle glicêmico, glicose no sangue e hemoglobina glicosilada foram relatadas com andrógenos. Em pacientes diabéticos as necessidades medicamentosas podem mudar.

Alterações na coagulação sanguínea podem ser observadas com andrógenos, inclusive prolongamento dos tempos de protrombina e de tromboplastina parcial ativada. A monitoração mais frequente da INR ( International Normalized Ratio ) e do tempo de protrombina é recomendada em pacientes que estejam tomando anticoagulantes, especialmente no início e término do tratamento com andrógenos.

O uso concomitante de testosterona com ACTH (hormônio da hipófise que estimula o córtex da glândula supra-renal) ou corticosteroides pode resultar em aumento na retenção de fluidos e deve ser monitorado, particularmente em pacientes com doença cardíaca, renal ou hepática.

Nenhum estudo foi conduzido para investigar a possibilidade de interação de Axeron e plantas medicinais, alimento, testes laboratoriais, nicotina , álcool ou outras interações químicas.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Axeron?

As seguintes reações adversas foram observadas durante os estudos clínicos com Axeron.

Reação muito comum (ocorre em mais de 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Reações no local da administração.

Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Distúrbios gastrointestinais:

Diarreia , náusea (vontade de vomitar) e vômito .

Alterações laboratoriais:

Alterações hematológicas [aumento de hematócrito, aumento dos glóbulos vermelhos e aumento da hemoglobina (aumento dos componentes do sangue)] e PSA aumentado (enzima com características de marcador tumoral aumentada, marcador para câncer de próstata).

Distúrbios do metabolismo e nutrição:

Hipercolesterolemia (aumento de colesterol no sangue) e descontrole de glicose.

Distúrbio nervoso e psíquico:

Raiva , ansiedade , mudanças de humor, tontura , insônia , enxaqueca e cefaleia ( dor de cabeça ).

Distúrbios da pele e do tecido subcutâneo:

Acne , condições epidérmicas e dérmicas.

Distúrbios vasculares:

Aumento na pressão arterial.

Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento):

Infecções e infestações:

Foliculite (infecção dos folículos causada por bactérias).

Alterações laboratoriais:

Testosterona sanguínea aumentada.

Distúrbios do metabolismo e nutrição:

Hiperidrose (suor em excesso), hipertrigliceridemia (aumento dos triglicérides) e aumento de peso.

Distúrbio nervoso e psíquico:

Parestesia (adormecimento ou formigamento de partes do corpo).

Distúrbios reprodutivos e das mamas:

Sensibilidade mamária e neoplasma (crescimento de células ou tecidos anormais) da próstata.

Outros eventos adversos que ocorreram durante a extensão do estudo e possivelmente são relacionados ao tratamento incluíram: aumentos nas enzimas hepáticas, insulina sanguínea aumentada e libido reduzida.

Um caso de câncer de próstata foi diagnosticado após a extensão do estudo.

De acordo com a literatura, outras reações indesejáveis que são possivelmente ou provavelmente relacionadas ao uso de testosterona são mostradas a seguir:

Distúrbios do sistema hematológico e linfático:

Creatinina sanguínea aumentada (substância presente no sangue) e policitemia (aumento do número de hemácias no sangue).

Distúrbios endócrinos:

Aumento no padrão masculino de distribuição de pelos e hirsutismo (crescimento excessivo de pelos em mulheres).

Distúrbios gerais e condições no local da administração:

Mal-estar.

Distúrbios hepatobiliares:

Exames anormais de enzimas hepáticas/função hepática incluindo bilirrubina.

Alterações laboratoriais:

HDL (colesterol bom) reduzido.

Distúrbios do metabolismo e nutrição:

Alterações nos eletrólitos (potássio, sódio, cloreto e fósforo inorgânico) durante o tratamento com dose alta ou prolongado e apetite aumentado.

Sistema músculo-esquelético:

Espasmos musculares, câimbras musculares e dor muscular.

Distúrbios do sistema nervoso:

Amnésia (perda de memória), hiperestesia (distúrbio neurológico que se dá ao excesso de sensibilidade de um sentido ou órgão), distúrbios do olfato e distúrbios do paladar.

Transtornos psiquiátricos:

Depressão , transtornos do humor, nervosismo e hostilidade (violência emocional e rivalidade).

Distúrbios renais e urinários:

Micção prejudicada, infecção do trato urinário e obstrução do trato urinário.

Distúrbios no sistema reprodutor e mamas:

Mastodinia (dor nas mamas), mamilos sensíveis, distúrbios prostáticos, ereção peniana espontânea, alterações na libido (alterações no desejo sexual), aumento na frequência de ereções, priapismo (ereção do pênis prolongada ou dolorida) e redução no tamanho dos testículos/atrofia testicular.

Sistema respiratório:

Dispneia (falta de ar).

Distúrbios cutâneos e subcutâneos:

Alopecia (perdas de cabelo), urticária (reação da pele caracterizada por vermelhidão e coceira), seborreia e descoloração de cabelos /pelos.

Distúrbios vasculares:

Redução na pressão arterial diastólica, rubor (vermelhidão da pele) e vasodilatação (aumento do diâmetro dos vasos sanguíneos).

Atenção: este produto é um medicamento novo e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis, mesmo que indicado e utilizado corretamente, podem ocorrer eventos adversos imprevisíveis ou desconhecidos. Nesse caso, informe seu médico ou cirurgião-dentista.

Qual a composição do Axeron?

Cada mL contém:

20 mg de testosterona.

Excipientes: Álcool etílico (71% v/v), álcool isopropílico (30% v/v), octissalato e povidona .

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Axeron maior do que a recomendada?

Não foram relatados casos de superdosagem com a testosterona solução tópica a 2% nos estudos clínicos. O tratamento da superdosagem deve consistir de descontinuação da testosterona solução tópica a 2% junto com tratamento de suporte e sintomático apropriado.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível.

Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Axeron com outros remédios?

Interação com os anticoagulantes orais

Mudanças na atividade anticoagulante (efeito do anticoagulante oral aumentado pela modificação do fator de coagulação de síntese hepática e inibição competitiva da ligação às proteínas plasmáticas). Recomenda-se intensificação da monitorização do tempo de protrombina e determinações do coeficiente de normalidade internacional (INR). Pacientes recebendo anticoagulantes orais requerem um acompanhamento atento, especialmente quando os o tratamento com andrógenos é iniciado ou interrompido.

Corticosteroides

A administração concomitante de Testosterona e ACTH ou corticosteróides pode aumentar o risco de desenvolvimento de edema. Como resultado, estes medicamentos devem ser administrados com cautela, especialmente em pacientes que sofrem de doença cardíaca, renal ou hepática.

Testes laboratoriais

Interação com testes laboratoriais: andrógenos podem diminuir os níveis de globulina de ligação da tiroxina, resultando em diminuição das concentrações séricas de T4 e um aumento na captação de resina de T3 e T4. Os níveis de T4 livre, no entanto, permanecem inalterados e não há evidência clínica de insuficiência da tireoide .

Medicamentos antidiabéticos

Alterações na sensibilidade à insulina, tolerância à glicose, controle glicêmico, glicemia e níveis de hemoglobina glicada foram relatadas com andrógenos. Em pacientes diabéticos, a dose de medicamentos antidiabéticos pode necessitar de redução.

Qual a ação da substância do Axeron (Testosterona)?

Resultados de Eficácia


O perfil farmacocinético, a eficácia e a segurança de Testosterona 1%, utilizado no tratamento do hipogonadismo masculino, foram analisados em estudo multicêntrico, randomizado, em grupos paralelos, com controle ativo, pelo período de 180 dias, com 227 homens hipogonádicos, com as idades entre 19 e 68 anos 1,2 . O objetivo primário do estudo foi avaliar se a administração transdérmica de gel de Testosterona poderia elevar os níveis séricos de Testosterona e Testosterona livre de homens hipogonádicos, para a faixa da normalidade, comparando com a Testosterona em adesivo 1 . Os objetivos secundários foram avaliar a eficácia e segurança de doses diferentes de Testosterona 1% em médio e longo prazo 2,3 . A Testosterona 1% foi utilizado nas doses diárias de 5 g (n=73) ou 10 g (n=78) e seus efeitos foram comparados com os efeitos do uso de dois adesivos de Testosterona (Androderm ® ) (n=76) 1,2,3 .

Os níveis de Testosterona dos pacientes em uso de Testosterona foram mensurados 60 dias após o início do estudo, antes da administração diária da Testosterona 1%, para avaliar a necessidade de aumentar ou reduzir a dose. Após 90 dias do estudo os pacientes em uso de Testosterona 1% que estavam com os níveis séricos de Testosterona dentro da faixa de normalidade (300 a 1000 ng/dL) permaneceram com as doses que vinham utilizando. Aqueles que apresentaram níveis séricos de Testosterona fora da variação normal tiveram as suas doses tituladas para 7,5 g/dia (n=20 do grupo de 5 g e n=20 do grupo de 10 g) para os próximos 90 dias. Ao final do período de 180 dias, 163 pacientes continuaram o tratamento, completando 36 meses de tratamento com Testosterona1,2,3 . Durante o período de extensão, a dose de Testosterona 1% poderia ser ajustada para 5 g, 7,5 g ou 10 g/dia, na dependência dos sintomas em cada visita e dos níveis séricos de Testosterona, mensurados a cada 3 meses. Foram relatados os dados de segurança de todos os 163 pacientes e os dados de eficácia disponíveis de 123 pacientes. Os pacientes que participaram do grupo de controle ativo (adesivo de Testosterona) nos primeiros 180 dias passaram a utilizar Testosterona 1% na dose de 5 g/dia 2,3 .

As concentrações séricas de Testosterona foram mensuradas após a administração transdérmica da Testosterona, nos três grupos do estudo inicial após 90 e 180 dias de tratamento e no estudo de longo prazo a cada seis meses. No dia 90 do estudo a Testosterona sérica média do grupo de Testosterona 1% 10 g/dia (791±32 ng/dL) foi 1,4 vez superior ao do grupo de Testosterona 1% 5 g/dia (552±30 ng/dL) e 1,9 vez superior a do grupo do adesivo de Testosterona (416±19 ng/dL) 1 . A concentração sérica média de Testosterona não foi alterada com o aumento da dose da Testosterona 1% de 5 g/dia para 7,5 g/dia (449±106 ng/dL), mas diminuiu significativamente com a redução da dose de 10 g/dia para 7,5 g/dia (740±73 ng/dL) 1,2 . No sexto mês do estudo, início do estudo de longo prazo, a concentração sérica média de Testosterona foi de 406±37 ng/dL, 645±77 ng/dL e 738±69 ng/dL, nos grupos de Testosterona 1% 5 g/dia, 7,5 g/dia e 10 g/dia, respectivamente, com diferença significativa entre os grupos (p = 0,012).

No mês 12 as diferenças entre os três grupos tornaram-se menores, mas permaneceram significativas (p = 0,042):

  • 5 g/dia, 487±54 ng/dL; 7,5 g/dia 506±112 ng/dL; e 10 g/dia591±43 ng/dL. Após 12 meses os níveis de Testosterona sérica não foram mais diferentes entre os três grupos.

As concentrações séricas médias de Testosterona estiveram dentro da faixa da normalidade durante o estudo. Os níveis séricos de Testosterona livre seguiram o mesmo padrão da Testosterona total durante o estudo. As concentrações séricas médias da Testosterona total e da Testosterona livre de todos os três grupos de doses diferentes da Testosterona 1%, mantiveram-se dentro da faixa da normalidade e diferentes das concentrações no início do estudo. Os níveis séricos de Testosterona total e livre dos grupos de pacientes com idade inferior a 60 anos e superior a 60 anos não foram diferentes 1,2,3 .

Os níveis séricos de dihidroTestosterona aumentaram significativamente após o tratamento e mantiveram- se dentro da faixa de normalidade de adultos durante todo o estudo. A concentração média de DHT sérica dos três grupos com doses diferentes de Testosterona 1% era diferente no 12º e 24º mês do estudo, com as dosagens do grupo de 10 g/dia superiores às dos outros dois grupos (5 e 7,5 g/dia). Os níveis séricos médios de estradiol dos três grupos foram significativamente diferentes dos níveis basais e aumentaram progressivamente a partir do 6º mês até o 24º mês de tratamento com Testosterona, mantendo-se no limite superior do normal. As dosagens da SHBG sérica não se alteraram durante o período do estudo e mantiveram-se dentro da faixa da normalidade de adultos. Os níveis séricos médios de FSH e LH estavam suprimidos durante todo o período do estudo, sendo mais baixos no grupo de tratamento com Testosterona 1% 10 g/dia 1,2,3 .

A função sexual foi avaliada por meio da aplicação de questionário e os pacientes que tiveram as suas doses ajustadas para 7,5 g/dia, no dia 90 do estudo, apresentaram mudanças semelhantes àqueles que permaneceram com as doses de 50 g/dia e 10 g/dia. A motivação sexual melhorou significativamente durante os primeiros 180 dias de tratamento, em todos os três grupos (gel 5g/dia, gel 10 g/dia e adesivo) e atingiu seu nível máximo dentro dos primeiros 30 dias de tratamento. Foram observadas melhoras na motivação sexual (antecipação do sexo, paquera e interação sexual), performance sexual (orgasmo, ereção, masturbação , ejaculação e relação sexual), desejo sexual, prazer sexual com e sem parceira, satisfação com a ereção e percentual de ereção completa. Exceto pelo incremento do prazer sexual com a parceira que foi menor no grupo de Testosterona em adesivo, quando comparada às duas doses de Testosterona em gel, as demais avaliações da função sexual melhoraram da mesma forma nos três grupos de tratamento. Estas melhoras foram mantidas no mesmo nível durante o estudo de longo prazo 2,3 .

Os parâmetros de humor positivo (alerta, amigável, cheio de energia e bons sentimentos) melhoraram significativamente com o tratamento e foram mantidos até a semana 36 do estudo. Os parâmetros de humor negativo (zangado, irritado, triste, cansado, nervoso) foram reduzidos e permaneceram significativamente mais baixos até o final do estudo 2,3 .

A composição corporal foi avaliada nos dias 0, 90 e 180 e depois a cada 6 meses do estudo. A massa corporal total aumentou em 1,2±0,3 kg no dia 90 de tratamento, em todos os grupos e não mudou significativamente após esta avaliação. Este aumento foi maior no grupo de Testosterona 1% 10 g/dia (1,69±0,29 kg) e adesivo de Testosterona (1,22±0,32 kg), quando comparados com o grupo Testosterona 1% 5 g/dia (0,39±0,32 kg) que não demonstrou aumento significativo. O aumento no peso corporal foi, principalmente, devido ao aumento significativo da massa magra .

Após 90 dias de tratamento com Testosterona, o aumento médio da massa magra foi significativamente maior no grupo Testosterona 1% 10 g/dia (2,74±0,28 kg), quando comparado com o aumento médio dos grupos Testosterona 1% 5 g/dia (1,28±0,32 kg) e da Testosterona em adesivo (1,20±0,26 kg). O aumento médio da massa magra dos pacientes de todos os grupos foi de 1,97±0,24 kg no 6º mês, com aumento para 2,93±0,32 kg no 18º mês e 2,89±0,41 kg no 30º mês de estudo. Não houve diferença entre o aumento médio da massa magra dos pacientes com idade inferior ou superior a 60 anos. A massa gorda reduziu significativamente, após 90 dias de tratamento com Testosterona 1% 10 g/dia (-1,05±0,22 kg) e Testosterona 1% 5 g/dia (-0,90±0,32 kg), mas não foi reduzida no grupo da Testosterona em adesivo (-0,01±0,2 kg).

Após 180 dias a redução da massa gorda foi mantida nos grupos de Testosterona 1% 5 g/dia e 7,5 g/dia, mas foi reduzida adicionalmente, de maneira significativa, no grupo Testosterona 1% 10 g/dia. O aumento significativo da massa magra e a redução significativa da massa gorda, também foram observados durante o estudo de longo prazo, mas sem diferenças significativas entre os grupos com doses diferentes de Testosterona 1%. A força muscular de braço e perna aumentaram significativamente em todos os três grupos (Testosterona 1% 5 e 10 g/dia e Testosterona em adesivo), sem diferença entre os grupos nos dias 90 e 180 do estudo. No estudo de longo prazo não houve diferença significativa na força muscular de braço e perna devido à grande variação entre os pacientes e os grupos 2,3 .

Alguns marcadores de remodelação óssea foram avaliados no início do estudo, 90 e 180 dias e depois a cada seis meses de intervalo até o 36º mês do estudo:

  • Hormônio paratireoidiano (PTH); marcadores de formação óssea (osteocalcina, fosfatase alcalina óssea e pró-colágeno tipo 1) e marcadores de reabsorção óssea (relações urinárias cálcio/creatinina e Ntelopeptídeo/creatinina). O PTH aumentou significativamente em todos os grupos tratados com Testosterona no dia 90 e continuou a se elevar até o dia 180. A partir daí manteve-se estável durante todo o período de tratamento. Não havia diferença entre os grupos. A fosfatase alcalina óssea apresentou um padrão similar ao do PTH, elevando-se durante os primeiros 12 meses e depois permanecendo estável até o final do estudo. Os níveis séricos médios de osteocalcina e pró-colágeno apresentaram aumento transitório, no período inicial de tratamento, retornando aos níveis iniciais no 6º mês. A partir do 12º mês voltaram a apresentar níveis séricos elevados, mantidos até o final do estudo. A relação cálcio/creatinina urinária não apresentou alterações durante todo o estudo. A relação N-telopeptídeo/creatinina urinária apresentou manutenção dos seus níveis iniciais, exceto pela queda significativa no 6º mês que posteriormente voltou a elevar-se e permaneceu estável 2,3 .

A densidade mineral óssea apresentou um aumento gradual e progressivo durante todo o período do estudo, sendo maior na coluna vertebral quando comparado ao aumento da densidade mineral óssea do quadril. Não houve diferença quanto ao aumento da densidade mineral óssea entre os grupos que fizeram uso de Testosterona 1% 5, 7,5 e 10 g/dia e entre os indivíduos com idades superiores ou inferiores a 60 anos 2,3 .

Referências bibliográficas

1 - Swerdloff RS, Wang C, Cunningham G et al. Long-term pharmacokinetics of transdermal testosterone gel in hypogonadal men. J Clin Endocrinol Metab. 2000; 85(12):4500-10.
2 - Wang C, Swerdloff RS, Iranmanesh A, et al. Transdermal testosterone gel improves sexual function, mood, muscle strength, and body composition parameters in hypogonadal men. J Clin Endocrinol Metab. 2000; 85(8):2839-53.
3 - Wang C, Cunningham G, Dobs A, Iranmanesh A et al. Long-term testosterone gel (AndroGel) treatment maintains beneficial effects on sexual function and mood, lean and fat mass, and bone mineral density in hypogonadal men. J Clin Endocrinol Metab. 2004; 89(5):2085-98.

Características Farmacológicas


Propriedades farmacodinâmicas

Grupo farmacoterapêutico: andrógenos.
Código ATC: A03 G03B.

Os andrógenos endógenos, principalmente a Testosterona secretada pelos testículos, e seu principal metabólito dihidroTestosterona (DHT), são responsáveis pelo desenvolvimento dos órgãos genitais internos e externos e pela manutenção das características sexuais secundárias (estimulando o crescimento de pelos, engrossamento da voz e desenvolvimento da libido). São responsáveis também pelo efeito geral sobre o anabolismo proteico, pelo desenvolvimento do músculo esquelético e distribuição da gordura corporal, redução de excreção urinária de nitrogênio, sódio, potássio, cloreto, fosfato e água. A Testosterona não produz desenvolvimento testicular e reduz a secreção hipofisária de gonadotrofinas. Os efeitos da Testosterona em alguns órgãos-alvo surgem após a conversão periférica da Testosterona em estradiol, que então se liga aos receptores de estrogênio no núcleo da célula-alvo, por exemplo, a hipófise, tecido adiposo, cérebro, ossos e células de Leydig dos testículos.

Propriedades farmacocinéticas

A absorção percutânea de Testosterona varia de cerca de 9% a 14% da dose aplicada. Após a absorção percutânea, a Testosterona se difunde na circulação sistêmica em concentrações relativamente constantes durante o ciclo de 24 horas. As concentrações séricas de Testosterona aumentam a partir da primeira hora após a aplicação, atingindo o estado de equilíbrio em dois dias. As oscilações diárias das concentrações de Testosterona são de amplitude semelhante à observada durante o ritmo circadiano da Testosterona endógena. A via percutânea, portanto, evita os picos de distribuição sanguíneos produzidos pela via injetável. Ela não produz concentrações hepáticas suprafisiológicas do esteroide em contraste com a terapia androgênica oral. Administração de 5 g deste medicamento produz um aumento da concentração média de Testosterona de aproximadamente 2,5 ng/mL (8,7 nmol/L) no plasma. Quando o tratamento é interrompido, as concentrações de Testosterona começam a diminuir cerca de 24 horas após a última dose. As concentrações retornam aos níveis basais cerca de 72 a 96 horas após a última dose. Os principais metabólitos ativos da Testosterona são dihidroTestosterona e estradiol. A Testosterona é excretada principalmente na urina e nas fezes como metabólitos conjugados de Testosterona.

Dados de segurança pré-clínica

A Testosterona não é mutagênica in vitro , utilizando-se o modelo de mutação reversa (teste de Ames) ou células de ovário de hamster. Em estudos em animais, foi encontrada relação entre o tratamento androgênico e certos tipos de câncer. Dados experimentais em ratos demonstraram aumento da incidência de câncer de próstata após o tratamento com Testosterona.

Os hormônios sexuais são conhecidos por facilitar o desenvolvimento de certos tumores induzidos por agentes cancerígenos conhecidos. Não foi estabelecida correlação entre estes resultados e os riscos reais em seres humanos.

Como devo armazenar o Axeron?

Axeron deve ser mantido em temperatura ambiente (15 a 30°C). O prazo de validade do produto nestas condições de armazenagem é de 24 meses.

Manter o frasco na posição vertical.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

E vitar fogo, chamas ou fumar próximo da embalagem uma vez que produtos a base de álcool, incluindo a testosterona solução tópica a 2%, são inflamáveis.

Características fisicas

Axeron apresenta-se na forma de solução transparente e incolor.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Axeron

Registro MS - 1.1260.0188

Farm. Resp.:
Márcia A. Preda - CRF-SP nº 19189

Fabricado por:
Orion Corpotation, Orion Pharma Turku site
Turku - Finlândia

Importado e Registrado por:
Eli Lilly do Brasil Ltda.
Av. Morumbi, 8264 - São Paulo, SP - Brasil
CNPJ 43.940.618/0001-44

Venda sob prescrição médica.