Anaseptil

Bula do Medicamento - Farmacologia do Remédio

Infecções

Anaseptil, para o que é indicado e para o que serve?

É indicado para o tratamento e prevenção de infecções da pele provocadas por algumas bactérias sensíveis aos componentes da formulação, especialmente nas áreas finas e de dobras da pele. Atua também como calmante e protetor da pele.

Como o Anaseptil funciona?

Este medicamento contém em sua fórmula substâncias que agem de forma complementar no tratamento de infecções da pele, diminuindo a quantidade de bactérias na região aplicada. Possui sais de zinco que protegem a pele, principalmente nas áreas de fricção, absorvendo a umidade e secando a pele macerada (atritada).

Quais as contraindicações do Anaseptil?

Este medicamento é contraindicado para pacientes com histórico de hipersensibilidade aos componentes da formulação, especialmente em casos conhecidos de dermatite de contato com a substância neomicina.

Como usar o Anaseptil?

Uso dermatológico.

Este medicamento deve ser aplicado sobre a região afetada da pele de 1 a 3 vezes ao dia.

O tratamento deverá durar até que a região afetada seja totalmente restabelecida.

Siga corretamente o modo de usar. Em caso de dúvidas sobre este medicamento, procure orientação do farmacêutico. Não desaparecendo os sintomas, procure orientação de seu médico ou cirurgião-dentista.

O que eu devo fazer quando esquecer de usar o Anaseptil?

Em caso de esquecimento, retome o seu uso da maneira recomendada, não devendo dobrar a dose porque se esqueceu de tomar a anterior.

Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.

Quais cuidados devo ter ao usar o Anaseptil?

Este medicamento nunca deverá ser aplicado nas mucosas (mucosa da vagina, da boca, do nariz e de outras regiões). Deverá ser aplicado exclusivamente na superfície da pele.

Por não ser absorvido pela corrente sanguínea, não há riscos de intoxicação quando usado adequadamente.

Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Informe seu médico em caso de gravidez ou suspeita de gravidez.

Quais as reações adversas e os efeitos colaterais do Anaseptil?

Na forma de pó e para uso tópico, as reações adversas são extremamente raras, e em geral se relacionam a reações de hipersensibilidade no local da aplicação (coceira e vermelhidão).

A substância polimixina B aplicada na pele intacta ou nas mucosas, não provoca reações sistêmicas (em todo o organismo), devido à ausência quase completa de absorção desta substância nestes locais, não indo para a corrente sanguínea. As demais substâncias deste medicamento como a bacitracina e a neomicina podem provocam muito raramente as já citadas reações de hipersensibilidade.

Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.

Apresentações do Anaseptil

Embalagem contendo 1 tubo com 10g.

Via de administração: dermatológica.

Uso adulto e pediátrico.

Qual a composição do Anaseptil?

Cada grama do pó contém:

Sulfato de polimixina B

5000UI

Sulfato de neomicina

5,0mg

Bacitracina zíncica

500UI

Óxido de zinco

635,3mg

Peróxido de zinco

200mg

Excipientes q.s.p.

1g

Excipientes: celulose microcristalina.

Superdose: o que acontece se tomar uma dose do Anaseptil maior do que a recomendada?

Ainda não foram descritos, até o momento, casos de superdosagem aguda deste medicamento, entretanto, com a suspensão do tratamento, todos os sintomas desapareceram sem deixar sequelas.

Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.

Interação medicamentosa: quais os efeitos de tomar Anaseptil com outros remédios?

Não há relatos de interações medicamentosas para as substâncias deste medicamento associadas entre si na forma de aplicação tópica.

Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.

Qual a ação da substância do Anaseptil (Sulfato de Polimixina B + Sulfato de Neomicina + Bacitracina Zíncica + Óxido de Zinco + Peróxido de Zinco)?

Resultados de Eficácia


O desenvolvimento de produtos antibióticos associados em uma mesma formulação, tem sido dirigido pelo princípio de que os fármacos com mecanismo de ação complementar ou sobreposição de espectro antimicrobiano podem ser aditivos ou ter interações sinérgicas uniformes quando combinados. As combinações contendo agentes antibióticos de uso tópico são frequentemente utilizadas em vários medicamentos para uma cobertura antibacteriana mais adequada. A neomicina, sulfato de polimixina B e bacitracina, em combinação é considerada ativa contra S. aureus, Streptococcus pneumoniae, E. coli, Neisseria e P. aeruginosa.

Atividade antibacteriana em infecções de ferimentos menores

Em um estudo que investigou a eficácia de agentes tópicos na prevenção de infecção, os TAOs, (medicamentos associados com três agentes): bacitracina, sulfato de polimixina B e sulfato de neomicina , demonstrou possuir uma ação bastante benéfica, diminuindo as taxas de infecção de feridas suturadas em situação de emergência (tabela 1). Embora não tenha havido tratamento tópico no grupo controle, a oclusão com vaselina inerte resultou em taxas de infecção de 17,6%. 1

Tabela 1: Taxas de infecção em suturas não complicadas de feridas ocluídas com agentes tópicos

Agente Tópico Taxa de infecção
Bacitracina 5,5% (6/109)
TAO 4,5% (5/110)
Sulfadiazina de prata 12,1% (12/99)
Vaselina 17,6% (19/108)

Um estudo conduzido por Hood e colaboradores 2 examinou pacientes tratados, no departamento de emergência, de feridas em tecidos moles dentro das 24 horas após o ferimento. Os pacientes foram distribuídos aleatoriamente para o tratamento com mupirocina (n=50) ou TAO (n=49). Em dois pacientes tratados com mupirocina as feridas infectaram, e nenhum paciente tratado com TAO apresentou infecção na ferida. 1

Inibição da repopulação bacteriana

TAO também preveniu a repopulação da flora residente na epiderme após erradicação da bactéria do estrato córneo. O tratamento com TAO foi significativamente mais eficaz, estatisticamente, na prevenção da repopulação do extrato córneo, comparado com 2% de mupirocina, pomada com iodo , e 2% de tintura de iodo (P<0,5). 1

Estudos clínicos microbiológicos indicam que TAO (bacitracina, sulfato de polimixina B e sulfato de neomicina) apresenta mais de 25 diferentes cepas de S. aureus sensíveis enquanto que a meticilina e a mupirocina tiveram cepas resistentes sem diferenças na concentração mínima inibitória observada entre a cepa S. aureus normal e cepas resistentes. 1​​​​​​​

Redução da cicatriz

TAO também proporcionou melhor cicatrização em um estudo aleatorizado, cego, em dermabrasões. A cicatriz (gravidade e área de pigmentação e alterações de textura) após a cicatrização da dermabrasão foi comparada entre as feridas tratadas com TAO, feridas tratadas com antibióticos duplos (sulfato de polimixina B e bacitracina), e feridas ocluídas apenas com gaze simples. TAO aplicada duas vezes ao dia foi superior à gaze simples na minimização da aparência da cicatriz aos 45 dias e 90 dias após a dermabrasão comparada com a oclusão apenas. As melhoras na pigmentação e na textura das cicatrizes foram estatisticamente significativas comparadas com a gaze simples (P<0,01). O benefício foi mais pronunciado no efeito das mudanças pigmentares (38% melhor do que a gaze). 1

TAO também reduziu o tempo de cicatrização quando aplicado em feridas com bolhas contaminadas com S. aureus. O tempo médio de cicatrização com TAO e bandagem foi 9,3 dias, comparado com 13,3 dias com bandagem apenas (P<0,5). 1​​​​​​​

Referências Bibliográficas:

1– www.medscape.com/viewprogram/2501 - Leyden, JJ; The role of topical antibiotics in dermatologic practice.
2 - Hood, R; Shermock, KM; Emerman, C. A prospective, randomized pilot evaluation of topical triple antibiotic versus mupirocin for the prevention of uncomplicated soft tissue wound infection. Am J Emerg Med 22:1-3,2004.
3 - Goodman & Gilman; As bases farmacológicas da terapêutica, 10ª edição, Mc Graw Hill.
4 – Martindale – The Complete Drug Reference, 34th edition, pharmaceutical Press.
5 – Monografia MS-139/92 –DOU de 13 de fevereiro de 1992, páginas 1788-1789.
6 – Spann CT, Taylor SC, Weiberg JM. Topical antimicrobial agents in dermatology. Dis Mon, Jul. 50(7): 407-421, 2004.
7 – Kaye, E T; Topical antibacterial agents. Infectious Disease Clinics of North America. 14(2): 321-339, 2000.
8 – Alchorne, Maurício Mota de Avelar; Cestari, Silmara da Costa Pereira; Antibióticos de uso tópico: espectro e mecanismos de ação. J Brás Méd. 69(5/6): 73-7, nov-dez, 1995.
9 - Berger, RS; Pappert , SA; Van Zile, OS; Cetnarowski WE. A newly formulated topical tripleantibiotic ointment minimizes scarring. Cutis 65 (6): 401-407, 2000.
10 – Lok, CE; Stanley, KE; Hux, J E; Richardson, R; Tobe, SW; Conly J. Hemodialysis infection prevention with polysporin ointment. J. Am. Soc. Nephrol. 13: 169-179, 2003.
11 - Jones, RN; Li, Q; Kohut, B; Biedenbach, DJ; Bell, J; Turnidge, JD. Comtemporary antimicrobial activity of triple antibiotic ointment: a multiphased study of recent clinical isolates in the United States and Austrália. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease 56: 63-71, 2006.
12 - Maddox, JS; Ware JC; Dillon, HC. The natural history of streptococcal skin infection: prevention with topical antibiotics. J Am Acad Dermatol 13:207-212, 1985.
13 - Bonomo RA, Bradley SF, Davis SC, et al. Update on changing antibiotic susceptibility patterns: topical antibiotic therapy. Proceedings from a Clinical Roundtable. Cutis. 71:4-24, 2003.
14 - Leyden, JJ; Bartelt, NM. Comparison of topical antibiotic ointments, a wound protectant, and antiseptics for the treatment of human blister wounds contaminated with Staphylococcus aureus. J. Fam. Pract 24(6): 601-604, 1987.
15 - Hendley, JO; Ashe, KM. Effect of topical antimicrobial treatment on aerobic bactéria in the stratum corneum of human skin. Antimicrobial Agents and chemotherapy 35(4): 627-631, 1991.
16 - Lansdown, AB; Mirastschijski, U; Stubbs, N; Scanlon, E; Agren, MS. Zinc in wound healing: Theoretical, experimental, and clinical aspects. Wound Repair Regen. 15(1): 2-16, 2007.

Características Farmacológicas


A neomicina

É um antibiótico aminoglicosídico e seu mecanismo de ação se dá pela inibição da síntese proteica através de sua ligação ao RNA bacteriano, causando erro de leitura do código genético da bactéria e também pode interferir com a DNA-polimerase bacteriana.

É um antibiótico de amplo espectro. Em geral, os microrganismos sensíveis são inibidos por concentrações de 5-10µg/mL ou menos. As espécies Gram-negativas altamente sensíveis incluem E. coli, Enterobacter aerogenes, Klebsiella pneumoniae e Proteus vulgaris . Os microrganismos Gram-positivos inibidos incluem S.aureus e E. faecalis . O M. tubercularis também é sensível à neomicina.

As cepas de P. aeruginosa são resistentes à neomicina.

A polimixina B

As polimixinas constituem um grupo de substâncias antibióticas estreitamente relacionadas, elaboradas por várias cepas de Bacillus polymyxa , um bastonete aeróbico formador de esporos encontrado no solo. A polimixina B é uma mistura das polimixinas B1 e B2.

A atividade antimicrobiana da polimixina B engloba bactérias Gram-negativas, incluindo Enterobacter, E. coli, Klebsiella, Salmonella, Pausteurella, Bordetella e Shigella , que geralmente são sensíveis a concentrações de 0,05-2,0µg/mL. A maioria das cepas de P. aeruginosa é inibida in vitro por menos de 8µg/mL.

As polimixinas são moléculas anfipáticas tensoativas (contêm tanto regiões lipofílicas quanto lipofóbicas dentro da molécula). Interagem estreitamente com os fosfolipídios e penetram na estrutura das membranas celulares, desorganizando-a. A permeabilidade da membrana bacteriana modifica-se imediatamente em contato com o fármaco e a sensibilidade à polimixina B está aparentemente relacionada com o conteúdo de fosfolipídio do complexo parede/membrana celular. A parede celular de certas bactérias resistentes pode impedir o acesso do fármaco pela membrana celular.

A polimixina B liga-se à porção lipídica A da endotoxina (o lipopolissacarídeo da membrana externa das bactérias Gram-negativas) e inativa essa molécula. A polimixina B atenua as consequências fisiopatológicas da liberação de endotoxina em vários sistemas experimentais. A utilidade clínica da polimixina B para essa indicação ainda não foi estabelecida.

É pouco absorvida pelas mucosas e pela superfície de grandes queimaduras .

A bacitracina zíncica

É um antibiótico produzido pela cepa Tracy-I do Bacillus subtilis . Vários cocos e bacilos Gram-positivos, Neisseria, H. influenzae e Treponema pallidum são sensíveis a 0,1 U ou menos de bacitracina por mililitro. O Actinomyces e o Fusobacterium são inibidos por concentrações de 0,5-5 U/mL. As Enterobacteriaceae, Pseudomonas, Candida spp. e Nocardia mostram-se resistentes ao fármaco.

A bacitracina inibe a síntese da parede celular bacteriana.

O óxido de zinco e peróxido de zinco

Óxido de zinco é um composto branco, inodoro, praticamente insolúvel em água. Os sais de zinco são empregados como adstringentes, antiperspirantes e antissépticos suaves. Provavelmente a sua ação seja através da capacidade do íon zinco em precipitar as proteínas , mas os efeitos sobre as bactérias podem ocorrer por conta de outros mecanismos de ação.

Como devo armazenar o Anaseptil?

Conservar em temperatura ambiente (entre 15 e 30 ºC). Proteger da luz e umidade.

Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.

Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.

Características do medicamento

Anaseptil apresenta-se como pó homogêneo, branco e isento de partículas estranhas.

Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.

Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.

Dizeres Legais do Anaseptil

Registro M.S. nº 1.7817.0045

Farm. Responsável:
Fernando Costa Oliveira
CRF-GO nº 5.220

Registrado por:
Cosmed Indústria de Cosméticos e Medicamentos S.A.
Avenida Ceci, nº 282, Módulo I
Tamboré - Barueri - SP
CEP 06460-120
C.N.P.J.: 61.082.426/0002-07
Indústria Brasileira

Fabricado por:
Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica S.A.
VPR 1 - Quadra 2-A - Módulo 4
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CEP 75132-020
C.N.P.J.: 05.161.069/0001-10

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